Ontem fui curtir um final de tarde na Lagoa da Conceição, aqui na nossa
maravilhosa e mágica Ilha. Estava um daqueles finais de tarde
exuberantes e resolvi parar e tomar um café. Por um acaso encontrei uma
amiga que trabalha numa agência de comunicação bem bacana. É uma
empresa super conceituada de SC e a área que ela atua é muito
promissora.
Após muitos brigadeiros (eu não comi, pois estou de dieta) e
lá pela terceira xícara, ela me relata em tom bem triste que, por mais
que as perspectivas no mercado sejam as melhores e mesmo recebendo um
bom salário, ela está desanimada e não tem ido trabalhar algumas vezes.
Perguntei se isso sempre foi assim ou se estava vivendo algum problema pessoal. A resposta foi direta: “estou desmotivada, a rotina me cansa e estou num ciclo que não consigo sair”.
Falei pra ela que era pra não se sentir sozinha, que muita gente se
sente assim e que nos dias atuais, o trabalho acaba sendo uma válvula de
escape para a insatisfação de muitos problemas pessoais e frustrações
diárias.
DIAGNÓSTICO
Amigo leitor: caso você tenha se identificado com esta história, saiba que a queixa dela é muito parecida com as de milhões de trabalhadores e muito comum nos dias de hoje. É claro que por motivos éticos, pelo mundo ser um ovo e Floripa uma ervilha, eu não vou expor aqui o nome dela.
Amigo leitor: caso você tenha se identificado com esta história, saiba que a queixa dela é muito parecida com as de milhões de trabalhadores e muito comum nos dias de hoje. É claro que por motivos éticos, pelo mundo ser um ovo e Floripa uma ervilha, eu não vou expor aqui o nome dela.
Mas tenho a obrigação como profissional que atua com saúde e qualidade
de vida de me posicionar. Porque situações como esta são cada vez mais
comuns.
O QUE FAZER
Uma das principais mudanças a fazer diz respeito ao modo de pensar. Não é fácil, mas precisamos repensar as expectativas que temos em relação à busca incessante por reconhecimento, por status, por dinheiro e principalmente, por querernos ter controle de tudo.
Uma das principais mudanças a fazer diz respeito ao modo de pensar. Não é fácil, mas precisamos repensar as expectativas que temos em relação à busca incessante por reconhecimento, por status, por dinheiro e principalmente, por querernos ter controle de tudo.
Tive que dar alguns conselhos a ela. (ressalto que só faço isso quando me pedem ok?) Baseado
nos relatos dela comecei dizendo que trabalhava demais, não tinha
hobbies nem atividades prazerosas além das 16h que ficava em função do
trabalho, não sabia falar de outras coisas além das ligadas as
profissionais, que ela era inflexível, ocultava e não aceitava os
próprios sentimentos e ainda, se continuasse nesse ritmo, seria forte
candidata a antecipar alguns problemas de saúde como infarto, oscilações
de humor, enxaquecas, problemas digestivos, entre outros... Resumindo,
cumpri meu objetivo: consegui assustá-la o suficiente!
Mas este é um dos meus papéis como terapeuta: causar rupturas pra que as coisas realmente mudem pra melhor!
O QUE NÃO PODE ACONTECER
Se há algo que literalmente “torra” a imagem das pessoas, e não tenho dúvidas já aconteceu com minha amiga, é a falta e a ausência no trabalho sem uma justificativa. Não se aceitam comportamentos assim em nenhuma organização, e este, é um dos fatores decisivos para a própria permanência do colaborador na empresa.
Se há algo que literalmente “torra” a imagem das pessoas, e não tenho dúvidas já aconteceu com minha amiga, é a falta e a ausência no trabalho sem uma justificativa. Não se aceitam comportamentos assim em nenhuma organização, e este, é um dos fatores decisivos para a própria permanência do colaborador na empresa.
Não estou aqui questionando as razões pessoais dela. Estou me atendo ao
fato das faltas no trabalho e de como os problemas de saúde podem estar
relacionados a estas ausências.
Esta é uma preocupação latente para funcionários e empregadores e cada
vez mais se discute o conceito de “bem estar corporativo”, onde o foco
diz respeito a como minimizar, reduzir e até, resolver estas questões. A
estes, dá-se o nome de absenteísmo e presenteísmo,
que de uma forma geral, estão ligados a presença de fatores de risco e
que geralmente levam a problemas de saúde sérios, de alto custo e com um
impacto negativo na produtividade dos colaboradores.
Dessa forma, cresce a atenção por programas de promoção à saúde, à prevenção de riscos e de doenças ocupacionais.
Em um próximo artigo, vou discorrer mais sobre o tema e apresentar maneiras bem práticas de combater os dois.
Quanto a minha amiga, estou fazendo um acompanhamento preventivo, dei
várias dicas de coisas que ela poderia fazer pra relaxar e ainda, tentei
mostrar a ela que a vida é assim mesmo: cíclica! Há momentos de pura
alegria e prazer no trabalho, da mesma forma como descontentamentos e
expectativas que nem sempre serão realizadas. (como se fosse possível nos dias de hoje, separarmos vida pessoal da profissional).
Precisamos é aprender a lidar com a complexidade de emoções diárias e pra isso, não há receitas e nem fórmulas prontas...
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