sexta-feira, 30 de março de 2012

Número de ausências no trabalho aumenta cada vez mais

Ontem fui curtir um final de tarde na Lagoa da Conceição, aqui na nossa maravilhosa e mágica Ilha. Estava um daqueles finais de tarde exuberantes e resolvi parar e tomar um café. Por um acaso encontrei uma amiga que trabalha numa agência de comunicação bem bacana.  É uma empresa super conceituada de SC e a área que ela atua é muito promissora.
Após muitos brigadeiros (eu não comi, pois estou de dieta) e lá pela terceira xícara, ela me relata em tom bem triste que, por mais que as perspectivas no mercado sejam as melhores e mesmo recebendo um bom salário, ela está desanimada e não tem ido trabalhar algumas vezes.
Perguntei se isso sempre foi assim ou se estava vivendo algum problema pessoal. A resposta foi direta: “estou desmotivada, a rotina me cansa e estou num ciclo que não consigo sair”.
Falei pra ela que era pra não se sentir sozinha, que muita gente se sente assim e que nos dias atuais, o trabalho acaba sendo uma válvula de escape para a insatisfação de muitos problemas pessoais e frustrações diárias.
DIAGNÓSTICO
Amigo leitor: caso você tenha se identificado com esta história, saiba que a queixa dela é muito parecida com as de milhões de trabalhadores e muito comum nos dias de hoje. É claro que por motivos éticos, pelo mundo ser um ovo e Floripa uma ervilha, eu não vou expor aqui o nome dela.
Mas tenho a obrigação como profissional que atua com saúde e qualidade de vida de me posicionar. Porque situações como esta são cada vez mais comuns.
O QUE FAZER
Uma das principais mudanças a fazer diz respeito ao modo de pensar. Não é fácil, mas precisamos repensar as expectativas que temos em relação à busca incessante por reconhecimento, por status, por dinheiro e principalmente, por querernos ter controle de tudo.
Tive que dar alguns conselhos a ela. (ressalto que só faço isso quando me pedem ok?) Baseado nos relatos dela comecei dizendo que trabalhava demais, não tinha hobbies nem atividades prazerosas além das 16h que ficava em função do trabalho, não sabia falar de outras coisas além das ligadas as profissionais, que ela era inflexível, ocultava e não aceitava os próprios sentimentos e ainda, se continuasse nesse ritmo, seria forte candidata a antecipar alguns problemas de saúde como infarto, oscilações de humor, enxaquecas, problemas digestivos, entre outros... Resumindo, cumpri meu objetivo: consegui assustá-la o suficiente!  
Mas este é um dos meus papéis como terapeuta: causar rupturas pra que as coisas realmente mudem pra melhor!
O QUE NÃO PODE ACONTECER
Se há algo que literalmente “torra” a imagem das pessoas, e não tenho dúvidas já aconteceu com minha amiga, é a falta e a ausência no trabalho sem uma justificativa. Não se aceitam comportamentos assim em nenhuma organização, e este, é um dos fatores decisivos para a própria permanência do colaborador na empresa.
Não estou aqui questionando as razões pessoais dela. Estou me atendo ao fato das faltas no trabalho e de como os problemas de saúde podem estar relacionados a estas ausências.
Esta é uma preocupação latente para funcionários e empregadores e cada vez mais se discute o conceito de “bem estar corporativo”, onde o foco diz respeito a como minimizar, reduzir e até, resolver estas questões. A estes, dá-se o nome de absenteísmo e presenteísmo, que de uma forma geral, estão ligados a presença de fatores de risco e que geralmente levam a problemas de saúde sérios, de alto custo e com um impacto negativo na produtividade dos colaboradores.
Dessa forma, cresce a atenção por programas de promoção à saúde, à prevenção de riscos e de doenças ocupacionais.
Em um próximo artigo, vou discorrer mais sobre o tema e apresentar maneiras bem práticas de combater os dois.
Quanto a minha amiga, estou fazendo um acompanhamento preventivo, dei várias dicas de coisas que ela poderia fazer pra relaxar e ainda, tentei mostrar a ela que a vida é assim mesmo: cíclica! Há momentos de pura alegria e prazer no trabalho, da mesma forma como descontentamentos e expectativas que nem sempre serão realizadas. (como se fosse possível nos dias de hoje, separarmos vida pessoal da profissional).
Precisamos é aprender a lidar com a complexidade de emoções diárias e pra isso, não há receitas e nem fórmulas prontas...

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