Mas, afinal, o que é storytelling? |
O conceito de Storytelling ainda é novo para a maioria das empresas,
tornando-se um desafio, mas também uma grande oportunidade para as
marcas que querem dialogar com públicos cada vez mais saturados de
informação e, com isso, construírem uma estratégia de relacionamento
baseada numa poderosa ferramenta de compartilhamento de conhecimento e
emoção. Mas, afinal, o que é storytelling? Segundo a língua inglesa é a
união das palavras "history", que está relacionada com fatos reais ou
alguma coisa que aconteceu, e "story", uma estrutura narrativa,
geralmente ligada à ficção. Para uma empresa significa organizar seus
fatos reais em uma estrutura de história e trabalhar os elementos e
mensagens que compõem a história (story), seguido pela elaboração das
obras narrativas (telling). Segundo a Digitalents, o segredo está em atribuir significados emocionais a elementos técnicos por meio de um contexto ao ser relevante, ter um objetivo final e, ainda, trabalhar a curiosidade ao criar expectativa para que os consumidores queiram saber a continuidade da história e, assim, aumentar as possibilidades de engajamento e desdobramento. Porém, não adianta apenas contar qualquer história. É necessário que o seu público se emocione com a marca, se identifique com o que está sendo contado, de preferência que cause alguma mudança na sociedade, encorajando a transformação ao inspirar valores maiores, do tipo: criatividade, autoexpressão e verdade, e traga as pessoas para o centro da narrativa ao personificá-lo como o herói e a marca, como a mentora. Isso tudo requer um planejamento que obedece algumas fases como: ouvir, aprender, descobrir, explorar, criar, comunicar e encantar. Primeiro, a sabedoria de saber ouvir o cliente e outros eventuais atores do processo para entender como a conversa pode ser relevante. Depois, aprender sobre o negócio e descobrir a sua história ou outras histórias a serem contadas. E, por fim, explorar essas histórias, suas variações e implicações para criar conceitos de comunicação que possam encantar o consumidor. É importante ampliar o alcance da história com o uso de transmídia, que é uma estratégia de comunicação integrada, ao contar essa história por meio de diferentes canais, de diversas maneiras e em diferentes plataformas, cada uma com sua narrativa específica, mas com uma mensagem que perpassa todas as ações, para manter a conectividade e, assim, atingir públicos diferentes. Sob esse ponto, as redes sociais são o melhor caminho por permitirem contar uma história sem tempo determinado e facilitam o compartilhamento e a participação do seu público. Entretanto, isso não impede que uma história que comece na TV tenha seu desfecho na internet, ou outra mídia, e vice-versa. E por que esse esforço vale a pena? A falta de tempo para consumir tanto conteúdo e a dificuldade, cada vez maior, de prender a atenção do telespectador em apenas uma mídia acarreta em alto investimento em comunicação o que torna a atenção dedicada do público na maior vantagem para uma marca. Nesse sentido, o storytelling pode ser a melhor alternativa para conquistar essa atenção dedicada. Mas é importante reforçar que o ideal é que a história tenha uma continuidade, seja multifacetada e de fácil compartilhamento, conquiste engajamento e que seja capaz de perpetuar por diversos meios em sincronia, tirando, assim, o maior proveito da história como um todo. FONTE: CidadeMarketing |
Devo confessar que, como todo profissional de marketing, aproveitei o
título para chamar a sua atenção e causar uma breve reflexão.
Provavelmente, você deve estar pensando que o individualismo é o bandido
e a co-criação (assim como todos os movimentos de colaboração) é o
mocinho na história, mas não é bem assim…
Eu reluto acreditar que existe, efetivamente, a co-criação. Será que duas ou mais pessoas podem ter ideias e insights
iguais ou complementares no mesmo instante? É muita ‘co-incidência’!
Acredito que existe sim o processo colaborativo de criação, e quando
falamos em processo deixamos de lado o ‘eureka’ da idéia brilhante, e
passamos a entender que criar é transformar, melhorar, adaptar. Uma
ideia nunca nasce do vácuo, uma chamada publicitária brilhante pode ter
tido uma ajudinha do filme ‘cult’ que o redator estava assistindo na
noite anterior enquanto ele tomava um bom vinho. Isso também é
co-criacão!
E não há nada de errado nisso, muito pelo contrário. A colaboração é
uma injeção poderosíssima e vital para o desenvolvimento da cultura. Mas
como ela, assim como outros movimentos como crowdfunding, crowdsourcing
(e como tudo na internet hoje em dia crowd-qualquercoisa, com
#hashtag!) ganhou relevância e ‘momentum’ na era do individualismo?
É aqui o clímax desta reflexão. Não existe bandido e mocinho. Tanto a
co-criação e os movimentos colaborativos, assim como o individualismo,
são os mocinhos da história. Alias, porque será que a palavra
individualismo ganhou uma fama tão ruim? Sinônimo de uma atitude
solitária e antissocial. Não precisamos ir longe para entender o melhor
sentido da palavra, até na Wikipedia tem uma definição mais neutra.
O individualismo, sob a ótica do marketing e da comunicação é um dos
grandes trunfos e conquistas das últimas décadas. Nos anos 50 você era
todo mundo, não existiam grupos, você fazia parte da massa. Já nos anos
70, surgem as tribos e os grupos por interesse, mas a comunicação seguia
pasteurizada, feita para todos os gostos. Já nos anos 80, surgem os
segmentos, o ‘público-alvo’, e novos canais que permitiam construir
mensagens distintas para grupos específicos.
Mas foi a partir dos anos 90 que chega o marketing 1-to-1, do Michael
Porter forçando as empresas de serviços a usarem e abusarem do marketing
direto até a chegada da internet. Porter, que recentemente viu falir o
seu Monitor Group por consequência de problemas financeiros provindos da
crise de 2008, já tratava uma mensagem, uma oferta ou um produto para
uma só pessoa.
Porém seus modelos de ‘clusterização’ sabiam apenas que, quem recebera
aquela mensagem, tinha propensão para fazer algo com aquilo. Ele não
conseguia dizer se você gosta de macarrão com molho vermelho ou branco.
Era uma aposta estatística, assim como uma mensagem colocada em uma
garrafa e atirada ao mar. Era a mesma coisa que mirar uma estrela no céu
e transmitir uma música dos Beetles esperando que alienígenas escutem e
respondam. E se eles gostam mesmo é do Naldo?
Com as redes sociais realmente nos tornamos indivíduos (virtuais, mas
está valendo). Fora o CPF ou um código de cliente, os indivíduos têm
nome, sobrenome, preferências e características que eles podem, ou não,
compartilhar com você e com quem, como e quando preferirem.
Hoje, os diretores das empresas não estão mais vendo, através da
ouvidoria, que as reclamações aumentaram. Eles conseguem ver que o
Sandro, um sujeito com uma foto de boné e sem camisa no Facebook, está
‘gritando’ aos quatro ventos que o produto que ele comprou é uma
porcaria!!@$!@$# (às vezes, em caixa alta).
É por isso que, a meu ver, a co-criação está em seu momento mais
majestoso. Não pela repentina organização dos indivíduos em grupos com
os mesmos objetivos, mas sim pela participação individual de cada um,
compondo um grupo heterogêneo e rico. Este é o DNA das ideias hoje em
dia, a diversidade e a pluralidade, assim como na genética, quanto mais
misturado for melhor.
FONTE: AdOnline