sexta-feira, 27 de abril de 2012

Pode embrulhar para viagem

Toda vez que se fala em design de embalagens, empre aparece a pergunta: mas isso é design gráfico ou design de produto? Na verdade, é as duas coisas. O designer de embalagem precisa dominar as técnicas do design gráfico para elaborar rótulos e também do design de produtos para pensar o invólucro propriamente dito. Como se isso fosse pouca coisa, o sujeito também tem que conhecer a fundo todos os materiais e processos industriais disponíveis. Definitivamente, design de embalagens não é para amadores. O ideal é que um profissional de marketing e um publicitário também façam parte da equipe que vai fazer um simples biscoitinho provocar furor nas prateleiras.
Mas olha só que interessante: faz tempo que já se percebeu que a tendência dos negócios não beneficia os biscoitinhos e margarinas da vida. A nata da lucratividade não vai mais estar em vender coisas físicas – basicamente, a grana vai para as mãos de quem oferecer serviços. Claro que eles precisam ser originais, suprir demandas que ninguém imaginou antes, e, além disso tudo, terem valor para quem os compra. Imagine o mais sofisticado celular que existe. Sem serviços que o façam funcionar, ele é apenas lixo. Não adianta alguém oferecer a você uma Ferrari a preço de banana se não existir nenhuma oficina no Brasil que possa fazer a manutenção da máquina ou não tiver gasolina para ela.
Beleza, então quem vende serviços como um dentista, um palestrante ou um advogado, não precisa se preocupar com a embalagem, já que vende coisas intangíveis, certo?
Aí é que boa parte desses profissionais erra feio. É que para serviços, que dependem basicamente da credibilidade que conseguem comunicar, as técnicas de convencimento e persuasão precisam ser muito mais sofisticadas. E para isso, é justamente a embalagem que vai ajudar.
Como assim? Serviços não são invisíveis, intangíveis, incheiráveis e intocáveis? Então como é que a gente embrulha isso?
Bem, vamos pensar juntos. Uma embalagem serve basicamente para proteger, conservar e transportar o produto. Menos basicamente, serve também para comunicar o que esse objeto tem de tão especial, para informar o seu conteúdo, posicionar a empresa que o fabrica (e vende) e para seduzir o comprador. A embalagem, nesse caso, também carrega uma marca que garante a procedência e a qualidade do que tem lá dentro. Mas então, como é que a gente vai fazer isso com um serviço?
O serviço é um produto intangível, mas não precisa ser invisível. Em geral, alguma coisa física é entregue: seja uma carta, um manual, um relatório, um cronograma, um plano de ação, um projeto, até mesmo apenas uma resposta para uma pergunta, enfim, uma informação importante para alguém que está pagando por ela. E já que é importante, precisa também parecê-lo por uma questão de coerência.
A folha de papel onde essa jóia está escrita precisa estar à sua altura, assim como a pasta, o envelope, a qualidade da impressão, a encadernação e tudo o mais. O mesmo vale para a linguagem, a concisão, a correção gramatical, a diagramação; se você for ver, é tudo embalagem. São coisas que valorizam e posicionam o conteúdo, que o protegem, que ajudam a construir aquela marca que garante a procedência e a qualidade.
Se nada físico for entregue, convém também caprichar: contatos telefônicos realmente eficazes, sites bem projetados e com design atraente, ambientes de atendimento que funcionam.
Ninguém, a não ser um expert, saberia reconhecer um diamante raro se ele não estiver bem lapidado e numa caixa de veludo. Com os serviços, é a mesma coisa. Como nem todos os clientes são experts e conseguem reconhecer um verdadeiro tesouro à primeira vista, convém dar uma ajudinha. Mas claro, lembre-se que não funciona embalar porcarias em caixas de marfim.
Então, não economize em papelaria e cartões de visita. Não dispense a ajuda de um bom designer para criar um ambiente ou elaborar um site. Faça o melhor que puder. Lapide seu português, burile seu estilo, capriche na revisão. Os perfumes mais caros têm sempre embalagens lindíssimas, já que um líquido desbotado dificilmente conseguiria despertar tantas fantasias.
Duvido que os fabricantes de cosméticos franceses tivessem coragem de cobrar aqueles absurdos se as embalagens fossem de plástico descartável. É claro que o valor não está só na embalagem; há pesquisa, desenvolvimento, qualidade das matérias-primas e muita coisa por trás, mas é preciso ser coerente. Big Mac. Starbucks. Coca-cola. Você realmente acha que a embalagem não faz mesmo diferença?
Assim, pense bem. Não enrole o seu tesouro em jornal. O cliente pode pensar que é apenas peixe e vai querer pagar preço de feira.

FONTE: AcontecendoAqui

O que as empresas esperam dos gerentes e diretores de Marketing

Mais do que conhecimentos técnicos, profissionais precisam ter atitude, prever os movimentos do mercado e dialogar na língua dos diferentes departamentos das companhias

Por Cláudio Martins, do Mundo do Marketing | 17/04/2012
claudio@mundodomarketing.com.br

Conhecimento multidisciplinar, experiência em diferentes campos do Marketing e saber falar a língua dos demais departamentos das empresas. Essas são as características que as companhias têm procurado em profissionais para ocupar os cargos de gerentes e diretores de Marketing no Brasil. Mais do que ter conhecimentos técnicos, as companhias buscam gestores que sejam capazes de antever os movimentos do mercado e saibam gerenciar suas equipes adequadamente.

Nos últimos anos, vem se desenhando uma mudança no pensamento das corporações a respeito da formação do profissional de Marketing. Hoje, para almejar os cargos de gerentes e
diretores de Marketing, os candidatos não precisam necessariamente ter uma formação clássica no curso de Propaganda e Marketing. Uma especialização no campo pode habilitá-los a concorrer aos postos mais elevados, desde que outros critérios sejam atendidos.

“Atualmente, as companhias permitem que profissionais formados em carreiras como Engenharia e Administração, com MBAs e especializações, ocupem os cargos de diretores e gerentes de Marketing. Para as empresas, não basta apenas o conhecimento da área, é preciso ter uma visão 360°”, afirma Danielle Martins,
Gerente da divisão de Marketing e Sales da Page Personnel, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Conhecimentos que fazem diferença

Além de ter passado por diferentes áreas do Marketing, na visão das companhias o candidato precisa saber traduzir suas ideias para os setores empresariais de maneira clara. Deve ter conhecimento sobre ferramentas analíticas quando precisar se relacionar com a área financeira, apresentando números que justifiquem suas escolhas. Ao lidar com o setor de vendas, o profissional também deve estar apto a desenvolver estratégias de sell in e sell out que atendam às demandas do varejo.

“Experiência na área de Trade Marketing pode ser considerada um diferencial, pois uma das necessidades das empresas é encontrar funcionários que entendam o funcionamento do canal. Conhecimentos em estratégias de Pricing também são válidas e agregam valor ao currículo do profissional, demonstrando que o candidato compreende o comportamento do consumidor e das sazonalidades”, reforça Danielle.


Para a Unilever, o entendimento profundo da categoria com que se pretende trabalhar é outro fator importante ao desenvolver líderes. “Os profissionais devem ser capazes de compreender os signos e aspectos emocionais relacionados aos produtos e às marcas. Por isso, buscamos candidatos que tenham histórias para contar por meio de projetos desenvolvidos e saibam estabelecer conexões entre os diferentes setores empresariais”, afirma Jéssica Hollaender,
Diretora de Recursos Humanos da Unilever, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Desafios encarados pelos gestores

Entre os principais desafios que se apresentam para os gestores de Marketing, o tempo é um dos maiores. Por isso, as empresas buscam profissionais que estejam antenados à economia e às tendências e que saibam arriscar quando for o momento certo. O conhecimento e a experiência na área de Inteligência de Mercado se apresentam como atributos relevantes para os candidatos aos cargos.

“Hoje, desenvolver e lançar um produto no curto prazo, gerando receita e se antecipando em relação à concorrência é uma das tarefas mais difíceis para os gestores de Marketing. Outra preocupação que se mantém constantemente na agenda das companhias é a questão do apagão de liderança”, ressalta Daniela Ribeiro, Gerente Sênior das divisões de Engenharia, Vendas e Marketing da Robert Half, em entrevista ao Mundo do Marketing.


Saber inovar é outro desafio para os gerentes e diretores de Marketing. Principalmente quando trabalham com um portfólio de marcas extenso, que envolve públicos diferentes, como no caso da Ambev. “Não buscamos apenas perfis técnicos. Atitudes e aspectos comportamentais fazem grande diferença na escolha desses profissionais, que são gerados, em sua maioria, dentro das próprias companhias. Mesmo sendo líder de mercado, não podemos nos acomodar e a inovação é a chave para alcançar este objetivo”, afirma Isabella Garbers, Gerente de Recrutamento e Seleção da Ambev, em entrevista ao portal.


Novas mídias e a preocupação com a sustentabilidade

A experiência internacional continua sendo considerada um diferencial, mais já deixou de ser requisito, exceto para quem pretende trabalhar em projetos de multinacionais. Nesse momento, o conhecimento sobre o mercado local pode ajudar bastante ao profissional que deseja galgar postos mais altos na hierarquia empresarial. Outro valor que deve ser considerado é a preocupação com a sustentabilidade.

“Qualidades como inovação e alinhamento ao desejo do consumidor são aspectos importantes, mas a busca por fazer do mundo um lugar mais sustentável precisa ser uma constante no comportamento desses profissionais. Este tipo de predisposição demonstra o quanto os gestores estão em sintonia com os valores da empresa”, acredita Antônio Nunes, Gerente de Recursos Humanos da P&G Brasil, em entrevista do Mundo do Marketing.


Conhecer as novas mídias e o seu papel como ferramentas para as empresas é mais uma característica que as companhias buscam nos gestores de Marketing. “Estamos vivenciando um crescimento das oportunidades no canal digital, sobretudo cargos para gerentes de e-commerce que estejam preparados para desenvolver posicionamentos de produtos na web. A internet ainda tem muito a ser explorada e todos os cargos das companhias estão aprendendo em conjunto sobre o seu potencial”, diz Daniela, da Robert Half.


FONTE: Mundo Marketing

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Marketing dos clubes europeus

No meu último texto escrevi sobre o momento atual do patrocínio esportivo no Brasil, especialmente o praticado pelos clubes de futebol. A conclusão é que infelizmente nosso mercado está atuando de forma muito primária, em comparação aos principais centros do esporte mundial.


Atualmente nossos clubes somente enxergam o patrocínio como uma ferramenta de geração de visibilidade para as marcas patrocinadoras e o reflexo disso é o uniforme dos times repletos de marcas. E as empresas acabam também enxergando de forma muito limitada essa fantástica ferramenta de marketing, utilizando os clubes pura e simplesmente como mídia.


Tudo isso está produzindo um efeito péssimo para nosso mercado, já que os clubes querem cada vez mais recursos por esses espaços e as empresas começam a se questionar se somente retorno de mídia é suficiente para pesados investimentos.


Para tentar explicar o caminho que devemos trilhar, decidi apresentar três exemplos de clubes europeus que trabalham muito bem o seu marketing. São os três clubes que mais faturam no futebol europeu atualmente: Real Madrid, Barcelona e Manchester United.


Real Madrid


O clube de Madrid gera mais de 170 milhões de euros em seu departamento de marketing. O clube tem mais de 13 empresas associadas ao clube, mas somente a Bwin e Adidas aparecem em seus uniformes. O clube conseguiu fortalecer sua área de marketing atraindo empresas interessadas em desenvolver ações de marketing e vendas em diferentes canais do clube.


Um bom exemplo é a parceria com a Movistar (empresa de telefonia móvel da Telefônica na Espanha), que não aparece nos uniformes mas atua de forma diferenciada em diferentes serviços tecnológicos do clube.


Nos últimos oito anos as receitas de marketing do clube cresceram 100%.


Barcelona


O Barça gera mais de 150 milhões de euros por ano em marketing. O clube conta com mais de 17 marcas associadas ao clube, mas somente a Qatar Foundation e a Nike estão estampadas em seu uniforme. O clube mantém uma parceria coma Unicef em que paga um valor para a entidade, que tem espaço em seu uniforme e na TV3, televisão da Catalunha. As receitas com marketing do clube cresceram mais de 247% nos últimos oito anos, impulsionado projetos de globalização de sua marca, associação com empresas que vai muito além de espaços publicitários em seus uniformes e projetos próprios com torcedores e empresas.


Uma das marcas mais associadas ao clube é a cervejaria Estrella Damm, que não aparece nos uniformes, mas é a cerveja oficial do clube. Outra mais recente e que também apresenta excelente retorno é a Turkish Airlines, companhia aérea oficial do clube.


Manchester United


O Manchester foi sem dúvida o precursor do desenvolvimento comercial do futebol europeu. O time foi o primeiro a buscar a internacionalização de seus negócios e serviu de inspiração para que outros clubes do futebol europeu seguissem o mesmo caminho. Atualmente o clube gera mais de 110 milhões de euros em receitas de marketing e conta com 27 marcas patrocinadoras, mas somente AON e Nike estão estampadas em seu uniforme. As receitas comerciais do clube cresceram 59% nos últimos oito anos.


O clube se diferenciou dos demais, pois além de seus parceiros globais, conseguiu negociar patrocínios focados em mercados específicos, como da Ásia e Oriente Médio.


Assim, as estratégias de patrocínio dos clubes europeus deveriam servir de referência para nosso mercado. Os clubes brasileiros devem investir pesado em suas marcas e seus negócios e buscar parceiros interessados nessa expansão. Nosso mercado precisa evoluir, para deixar de ser um gerador de mídia e se transformar em um fomentador de negócios e oportunidades.


Os exemplos pelo mundo comprovam isso. Basta que os responsáveis pelo marketing dos clubes brasileiros “saiam da caixa”.

Fonte: Meio&Mensagem

As mudanças não pedem licença para acontecer

O ano começou quente. Contas importantes trocando de agência, outras se colocando em disputa. Festa na Lew’Lara e na Neogama com o fim da maratona da Vale. Festa na jovem David, encaixando uma pedrada certeira no Golias japonês. Festa regada a cerveja na Y&R. Festa do lado vencedor, choro do lado perdedor, e apreensão por todos os lados. Que primeiro trimestre! A coisa tá mudando muito depressa, e tudo indica que está fora de controle.

Num debate que presenciei nesta segunda-feira, ouvi Caetano Veloso dizer que não adianta ter inteligência e cultura se não tiver coragem. “Sem coragem não tem graça nenhuma”, foi como ele fechou a frase. Concordo. E acho que a afirmativa dele se aplica perfeitamente à situação do mercado publicitário: não adianta a estrutura, a criatividade, o planejamento, a capacidade de negociação, a posição no ranking, os métodos, a experiência, a tecnologia e os nomezinhos espertos de praxe, se não tiver a danada da coragem.


As agências tremem diante das altas verbas, como Baggios na hora do pênalti. Os clientes tremem só de pensar em não cumprir seus orçamentos ou não ter como explicar suas decisões. O dia-a-dia, que era pra ser calmo, se transformou num sufoco tremendo. Pra escapar da tremedeira, todos buscam segurança, e quanto mais procuram segurança, mais se repetem, ficando, por isso mesmo, mais vulneráveis aos ventos da mudança. Conclusão: Tremer não é bom negócio. E pilotar a mudança é possível, mas só pra quem tem pulso firme. 

Fonte: Meio&Mensagem 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Apenas reflexões sobre a nossa indústria

Por David da Silva Sousa*
Outro dia, ouvi um criativo dizer que o atendimento está mais para uma secretária organizada. Isso quando ele é bom. E, justamente por serem organizados, os briefings também o são, tornando-se motivo de orgulho para a área, que cria a falsa sensação de poder disparar a sua competência contra o restante da agência, em especial, contra a criação. O dito é: faço minha parte! Esquecendo-se simplesmente de que, uma parte precisa das outras para ser o todo, o fim do funil.
Por outro lado, os criativos saem da faculdade entendendo que propaganda é fazer anúncios de páginas duplas com uma sacada bacana e empurrando para cima do atendimento a responsabilidade de vender. E, se não vender, (empurrar goela abaixo do cliente) é burro. O pior é que muitas vezes, a ideia é equivocada, portanto ineficiente, e só retroalimenta um alter ego que parece agonizar.
Por conta de tantos equívocos, os cliente começaram a pôr sempre a faca no peito da agência, pois propaganda é cara e os artistas querem prêmios e gelo no uísque. Entendem que somos meros vendedores de centímetros coluna e 30 segundos na TV. Devo admitir que, em alguns casos, eles têm razão. A culpa é do modelo, diria alguns, inclusive eu, mas agora o jogo está mudando, e rápido. Temos mais telas, mais oportunidades, mais chances de business. Agora o cliente é mais informado, ansioso e exigente. Agora o poder está nas mãos dos antigos telespectadores.
Esse ménage à trois gerou um filho incestuoso da miopia com a burrice e a covardia. Campanhas medrosas e ruins. É um saco assistir televisão! Mas é preciso faturar, pagar as contas e mediocrizar. Chegamos à medida do fundo do poço. Os talentos fogem para outros países ou para outras áreas, onde ainda é possível ser um comunicólogo. Agências são ambientes tristes e cinzentos. Estamos com os enjôos da gravidez e logo virá a dor do parto.
Sou diretor de arte. Comecei antes do computador e hoje amo e odeio essa máquina. Ela trouxe praticidade mas também a má formação, ou mesmo, a deformação do meu job description. Se for bom em Photoshop, tá dentro. Também sou diretor de criação e aí começam os problemas. O alento e desespero é saber que isso ocorre mesmo em São Paulo, que é o maior mercado da América Latina: a enorme dificuldade de se encontrar gente capaz de criar um conceito. Parece exagero, mas não é. Assim como o famoso Denorex.
Outro dia, conversando com um dono de agência em Sampa, ele me contava da dificuldade de se encontrar gente que resolva um job de forma inteligente e profissional, e não apenas com uma sacada qualquer. Explico: eu gosto de sacadas, gosto de prêmios e de ideias brilhantes, mas gosto de conceitos e posicionamentos geniais. Itaú Personnalité. Só é perfeito para nós, quando é perfeito para você. Putz,é genial! Ou a campanha Keep Walking. Os anúncios não ganharam prêmios, mas são raciocínio e inteligência em último grau. Conceito forte, toca, posiciona, identifica. E o melhor, dentro do mesmo conceito a Neogama criou o filme “Keep Walking Brazil”, potencial de ouro em Cannes. Desculpe se me empolguei. Gosto de propaganda, demais até. Sou workaholic convicto, sem dramas.
Voltando ao assunto do meu amigo, ele é um calejado atendimento e trabalhou em mais outros três países e dois continentes. Mas tem dificuldade, (isso também por culpa dos próprios donos), pela juniorização das agências, por remunerar gente que só tem o lado palhaço, e não o de dono de circo também. Agora pagam o preço. Das grandes às pequenas, todas vivem esse drama. Ressalto que essa juniorização também está nas empresas e em todos os setores das agências.
A força e a gana da juventude e suas aspirações criativas são uma mola propulsora importante para o nosso mercado, sem dúvida, mas é preciso gente com cancha para formar um profissional que domine sua criatividade e saiba que, atender e criar é o core business do nosso negócio e não apenas secretariar ou trafegar.
Precisamos nos reinventar. Apenas o Brasil trabalha com os 20% de mídia. Isso é nocivo para o negócio e para quem trabalha para o negócio. Um modelo arcaico que é um contraponto exato do posicionamento que conseguimos lá fora, como uma das três potências mundiais em propaganda. Posto esse, cada vez mais ameaçado pelos motivos que citei e por uma porção de outros mais.
Quem conquista a plateia é o palhaço, mas ser dono de circo também é importante.
* David da Silva Sousa, Diretor de Criação da Marcca Comunicação
FONTE: AcontecendoAqui

Antes de abraçar as ferramentas online, que tal conhecer melhor o comportamento do seu cliente?

Desde que comecei a trabalhar com negócios digitais, incluindo aqui marketing e comunicação, sou questionada sobre quais as melhores ferramentas e tecnologias e como as mesmas devem ser utilizadas. Começo sempre respondendo que de nada adianta adotar as novas tecnologias e ferramentas se não houver um investimento no entendimento do comportamento desse novo consumidor que está interagindo de forma totalmente diferente com as marcas, produtos, serviços e causas.
Como psicóloga de formação, estudar e entender o comportamento humano sempre foi uma das minhas paixões e um dos meus maiores desafios. A cada dia que passa me convenço mais de que para as marcas acertarem em suas estratégias de marketing e comunicação precisam, acima de qualquer outra questão, investir no estudo do comportamento de seus consumidores.
Ao ler a mais recente pesquisa da Nielsen, de 10 de abril de 2012, sobre a confiança do consumidor na publicidade, essa convicção cresceu ainda mais. Recomendações boca a boca e reviews online, de pessoas que os entrevistados conhecem ou de desconhecidos, são as fontes de informações que têm mais confiança dos consumidores para suas decisões de compra.
Na pesquisa, que entrevistou mais de 28.000 pessoas pela internet em 56 países, 92% dos consumidores ao redor do mundo disseram que confiam na mídia ganha, como recomendações de amigos e família, acima de qualquer outra forma de publicidade, um aumento de 28% desde 2007. Reviews de consumidores online vem em segundo com 70% , com um crescimento de 15% em 4 anos. A confiança em websites é de 58% e das mensagens que assinam para receber 50%.  E por aí segue o aumento de confiança nos meios online, ou seja,  diretamente nas pessoas. Por outro lado, quando a questão é a publicidade tradicional, a mídia paga, 47% diz que confia em publicidade na TV, 47% em anúncios de revista e 46% em anúncios de jornal, sendo que a confiança nesses meios caiu entre 25 a 20% entre 2009 e 2011.   

 

E então, olhando esses números e essas tendências, ainda resta alguma dúvida de que o caminho para o marketing e a comunicação está no entendimento do comportamento desse novo consumidor?
Entendendo bem nossos consumidores e prospects, estaremos aptos a lhes proporcionar as melhores experiências, produtos, serviços e idéias, não acham?
De nada adianta abrirmos todos os canais nas novas mídias, utilizarmos as melhores ferramentas tecnológicas, se não acertarmos a conversa, o tom com nossos públicos, para lhes oferecer o que realmente desejam. É um grande desafio, mas nunca foi tão fácil conversar e interagir diretamente com nosso público, não acham?

Fonte: AcontecendoAqui

 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A ameaça da desindustrialização II

A maioria dos economistas está de acordo sobre as causas da  baixa taxa de crescimento da economia brasileira e, principalmente, da indústria, nos últimos anos: carga tributária alta, taxa de juros elevada, câmbio valorizado e a precária infraestrutura nacional.
No entanto, fazer o diagnóstico correto não implica automaticamente na adoção de políticas eficazes e consistentes. Aliás, o que vemos no nosso país é uma situação de descasamento entre diagnóstico e políticas. Senão vejamos.
O governo tem usado basicamente três instrumentos de política econômica para proteger setores ou segmentos da indústria em dificuldades: barreiras comerciais, desoneração temporária de tributos e mais crédito com algum grau de subsídio. Sem exagero, a política industrial brasileira há muito tempo resume-se à aplicação desses três instrumentos. 
Sobre as barreiras comerciais, há muito tempo os economistas identificaram forte correlação entre livre comércio e crescimento econômico. Quanto maior forem as exportações e as importações do país, mais próspero ele será. É fácil de compreender: o país que muito exporta muito gera recursos para importar bens e tecnologias que não tem capacidade de produzir. A indústria nativa e os consumidores ganham com isso. A indústria porque pode comprar equipamentos mais modernos, atualizar-se tecnologicamente e melhorar a produtividade. Os consumidores porque podem comprar bens que não são fabricados no país. A abertura comercial, portanto, em tese, é boa para o desenvolvimento.
As barreiras tarifárias, quando usadas em larga escala e transformadas em políticas permanentes, produzem o efeito contrário. Além de encarecer os bens para os consumidores, no longo prazo condenam a indústria-alvo ao atraso tecnológico e à baixa competitividade. O exemplo da indústria automobilística é ilustrativo. Durante décadas, os brasileiros podiam comprar apenas carros fabricados aqui. Protegida, a indústria nacional fabricava carros tecnologicamente atrasados e ainda por cima mais caros do que os fabricados em outros países. Levamos quarenta anos para abrir esse mercado e permitir que o brasileiro pudesse comprar carros modernos e mais baratos.
Com relação ao crédito, o simples aumento da oferta de dinheiro não resolve o problema. Ainda que as taxas de juros sejam subsidiadas, as empresas sabem que o seu problema de competitividade não reside apenas no acesso ao crédito, mas nos demais custos elevados para produzir, como encargos trabalhistas, sistema tributário burocrático e oneroso e infraestrutura deficiente.  
Todos os países, em algum grau, protegem as suas empresas ou setores menos competitivos. Não se pode, ingenuamente, imaginar um comércio totalmente livre de barreiras. Todos utilizam subsídios, cotas de importação, impostos de importação, etc. A diferença refere-se ao grau de proteção. Quando o protecionismo é usado em larga escala produz as seguintes  consequências: 
a)    cria um poderoso incentivo ao atraso tecnológico das empresas beneficiadas;
b)    torna os produtos mais caros para os consumidores;
c)    em determinados setores, incentiva o contrabando e o mercado negro e, por conseguinte, a sonegação fiscal.
Por isso, é recomendável que as políticas protecionistas sejam usadas apenas para resguardar temporariamente os setores mais vulneráveis, dando-lhes fôlego para recuperar o atraso em relação aos seus concorrentes. Recomenda-se aplicá-las juntamente com metas de aumento de produtividade e modernização tecnológica. 
A redução de tributos, embora positiva, é sempre discricionária. Por que premiar um setor e não outro? Qual o critério para dar desoneração para automóveis, geladeiras e máquinas de lavar roupa e não para sofás, mesas, cadeiras, lâmpadas, fios, cimento, condicionadores de ar, arroz, carne, leite etc?
Finalmente, no regime de câmbio livre e flutuante atualmente adotado pelo Brasil, o governo tem poucos instrumentos para interferir diretamente no valor do real ante o dólar. Sem mudar o regime cambial, pode interferir apenas por medidas administrativas e tributárias. Na maioria das vezes, os efeitos dessas medidas tem se mostrado nulos ou muito limitados. 
É preciso separar as medidas de curto prazo das  de médio e longo prazos. No curto prazo, como dissemos, as desonerações, isenções, subsídios e oferta de crédito podem ser usadas com certo êxito. Mas é importante compreender que elas não terão efeito amplo na competitividade da indústria nacional.
Para que a indústria nacional atinja um novo patamar de produtividade é preciso um conjunto de ações horizontais que produzam efeito sistêmico na economia em pelo menos quatro frentes: a) incentivo à pesquisa e desenvolvimento tecnológico; b) redução do custo do capital e dos encargos trabalhistas; c) qualificação da força de trabalho e d) melhoria das condições da infraestrutura nacional. Ou seja, é preciso medidas que alterem drasticamente os fatores que entravam a expansão e a competitividade do conjunto da indústria nacional. Isso leva tempo, precisa persistência e foco, mas é o único caminho consistente.
Nota: Depois que havia escrito este artigo, saiu o novo pacote de ajuda do governo federal à indústria nacional (03/04). O pacote consiste em diversas iniciativas pontuais, seletivas, que devem trazer um pouco de alívio no caixa de certos setores e empresas, mas que estão ainda distantes de focar os problemas estruturais que reduzem a competitividade da indústria nacional. Nas próximas semanas, pretendo comentar mais a respeito do tema. 

A ameaça da desindustrialização I

Não há dia em que os jornais não trazem algum empresário ou economista reclamando da “desindustrialização” que estaria ocorrendo no Brasil.
Pode-se definir a “desindustrizalização” como “a perda relativa de dinamismo da indústria na geração de renda e emprego na economia”.
De fato, quando olhamos os indicadores sobre a participação da indústria nacional no PIB, a tese parece verdadeira.
No período 1947-1985, a indústria cresce de forma contínua e consistente.   Sua participação no PIB aumenta de 11%, em 1947 para 27,2% em 1985.  
Neste ano, começa a queda, com pequenas oscilações. Até alcançar, em apenas 15,9% do PIB, o mesmo patamar observado em 1957-59, no governo Juscelino Kubischeck.  
Enquanto a indústria definhava, o setor de serviços crescia, passando de 58% do PIB em 1947 para 68,5% em 2009.
Como reflexo desse processo, a participação da indústria de transformação no emprego diminuiu 28%, enquanto a do setor de serviços cresceu 11%.
Nas ultimas três décadas, a indústria brasileira perdeu participação no âmbito mundial. Nos anos 1980, a indústria brasileira era responsável por 3% da produção mundial; em 2007 por apenas 2,2%.
Os dados não parecem deixar dúvida de que, de fato, a indústria brasileira está perdendo dinamismo e importância.   
Alguns economistas argumentam que a redução do peso da indústria na estrutura da economia é um fenômeno natural, intrínseco à passagem para o estagio de desenvolvimento.  Foi o que ocorreu, dizem, nos Estados Unidos. Em 1947, a indústria de transformação representava 29% do PIB norte-americano; em 2009, apenas 12,7%. Em contrapartida, o setor de serviços cresceu de 53% para 77,4% do PIB. 
No entanto, quando olhamos para outro país desenvolvido, a Alemanha, o fenômeno se mostra menos evidente. Desde l960, houve uma ligeira queda na participação da indústria de transformação no PIB alemão, de 27,5% para 24%, o que indica que a indústria ainda tem um peso considerável na economia alemã. Tal fato coloca em dúvida a premissa de que nos países avançados, inexoravelmente, o processo de desenvolvimento implica na redução da participação da indústria no PIB.  
De outra parte, quando comparamos a performance da indústria de transformação no Brasil e países emergentes, o quadro fica ainda pior. Na Coreia do Sul, desde os anos l960, o setor de serviços vem crescendo juntamente com a indústria de transformação.  Em 1965, a indústria de transformação representava 13,5%  do PIB; em 2007, 28%. Na China, ocorre o mesmo fenômeno. O setor de serviços salta de 27% para 43% do PIB e a indústria de 29% pra 34% entre 1965 e 2009. Na Índia, o peso da indústria cresceu de 14% para 16% nos últimos 30 anos, ao passo que o setor de serviços aumenta sua participação no PIB de 37,6 para 54%.
A perda de dinamismo do setor industrial brasileiro, nas últimas duas décadas, não pode ser explicada apenas pelo processo de desenvolvimento, como se fosse algo intrínseco e até mesmo natural. O exemplo da Alemanha mostra que, mesmo numa economia avançada, o setor industrial pode se manter como um setor importante no conjunto da economia.   
A experiência dos países emergentes demonstra que a indústria pode crescer simultaneamente ao crescimento do setor de serviços e manter considerável peso na economia.
Desde os anos 1990, o Brasil cresceu, modernizou-se, ampliou enormemente seu mercado interno com a incorporação de 35 milhões de brasileiro no consumo e intensificou os fluxos de comércio com o mundo. Mas nada indica que tais mudanças não pudessem ser compatíveis com o fortalecimento do setor industrial. Ao contrário, era de se esperar que o crescimento da demanda interna fosse atendido pela indústria nacional, o que acabou não acontecendo. Restou então a saída das importações, principalmente dos países da Ásia. 
É preciso, portanto, procurar as causas da “desindustrialização” em outro lugar.
Fonte:  O processo de desindustrialização, FIESP, janeiro de 2011.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Você trabalha em equipe ou em time?

No time, o comprometimento é com as pessoas e não com as regras. 
 
Uma vez recebemos em casa um casal amigo da família. Conversa vai, conversa vem, uma hora eles disseram que tinham um relacionamento muito bom, pois quase não brigavam ou discutiam entre eles. Falavam com orgulho do clima de tolerância que ambos cultivavam e como será importante o casal saber ‘engolir sapos' para manter a relação. Eles falavam com tal convicção e orgulho que cheguei a me sentir um péssimo marido. Poucos meses depois eu soube que eles se separaram. Fiquei surpreso no início, pois jamais imaginaria que um casal que se entendia tão bem podia terminar assim.

Mas, pensando melhor, cheguei à conclusão que talvez esta tolerância mútua pudesse ter sido o próprio motivo da separação. Um casal que se tolera não necessariamente é um casal que se entende, pelo contrário. Eu e minha esposa concordamos e temos afinidades sobre muitas coisas, mas também discordamos e discutimos sobre pontos divergentes. Até brigamos eventualmente quando as divergências são muito grandes e a relevância idem. Os conflitos são necessários em todas as relações interpessoais verdadeiras. Assumir uma postura defensiva para proteger a si mesmo ou ao outro é muito perigoso no longo prazo, pois os ‘sapos' vão inevitavelmente se acumulando até explodir.

O grupo humorístico Casseta & Planeta está voltando à telinha depois de um período sabático em que repensaram o modelo do programa e tiveram a oportunidade de se reinventar. Como eles têm várias atividades além do programa que envolve vários membros, em suas reuniões semanais a pauta das atividades da semana é discutida. Com frequência, acontecem vários ‘quebra-paus' nestas reuniões, pois cada um tem um ponto de vista sobre uma idéia e quer defendê-lo. Quem ouve a gritaria do lado de fora já está até acostumado, pois todos sabem que no final acaba tudo bem, o que foi decidido é garantido e assumido por todos e saem todos abraçados. Bem, eles sabem trabalhar em TIME! Mais do que uma equipe, um time cultiva uma relação de confiança e comprometimento mútuo que permite que todos tenham a liberdade de ser transparente sem machucar ou ferir o orgulho ou brios do outro.

Se, em favor do grupo, você prefere se calar para não gerar nenhum conflito ou correr o risco de se indispor com alguém, você pode até se sentir parte da equipe, mas não trabalha em time. A democracia e igualdade de leis e regras para todos é uma forma de forçar o trabalho em equipe, mas não reflete o espírito do time.
A indisciplina em cumprir horários e participar dos treinos que marcava a personalidade do agora deputado Romário sempre foi criticado pelos companheiros. Um time reconhece que existem diferenças entre as pessoas e suas funções. Se a um atacante finalizador, como ele era, é exigido apenas que esteja no lugar certo e na hora certa, o time deve entender que ele não precisa necessariamente se adequar incondicionalmente ao mesmo treinamento que um zagueiro, que precisa voltar para marcar rapidamente. Para Romário, as regras impostas não faziam sentido para ele. A padronização das regras iguala todos porque o espírito de equipe diz que o que vale para um deve se aplicar a todos e as pessoas se ofendem quando um quebra a regra, mesmo que justificadamente. Um time não funciona assim. As pessoas num time colaboram e se dispõem a fazer o trabalho do outro quando necessário, sem melindres ou cobranças posteriores. Num time, a máxima ‘Todos são iguais perante a lei' não vale.

O sentimento das pessoas em uma equipe é ‘Precisamos ter uma regra para isso, senão as pessoas não fazem', enquanto o sentimento que impera no time é ‘Eu preciso fazer isso, pois fizeram por mim'. No time, o comprometimento é com as pessoas e não com as regras, o grau de maturidade e da consciência de que o todo é mais importante do que as partes é maior do que em uma equipe.  Uma vez trabalhei numa empresa em que o presidente tinha o hábito de reunir seus diretores duas vezes por mês para discutir assuntos estratégicos. Um dos diretores, o Lúcio, era considerado por seus colegas um verdadeiro ‘mala sem alça' de tão chato. Lúcio era o ‘do contra'. Quando todos concordavam com uma proposta ou opinião, era sempre ele que levantava um ponto qualquer e insistia em voltar a discuti-lo. Parecia que ele era sempre contra a maioria, não se convencia, não aceitava votações, levantava objeções e restrições, discordava, fazia perguntas impertinentes. Quando as pessoas sabiam que ele estaria na reunião o comentário geral era: ‘Xiii, então a reunião vai levar o dia inteiro!'

Uma vez, o presidente me confidenciou a sua intenção de despedi-lo, pois achava que ele não trabalhava em favor da equipe. Eu lhe respondi: ‘É verdade, ele não trabalha pela equipe, ele trabalha pela empresa! Pense melhor no que está dizendo. Quantas vezes vocês mudaram de opinião depois de uma intervenção dele? Quantas vezes ele contribuiu com colocações que ninguém havia pensado antes? Quantas vezes ele foi o único a discordar de um ponto quando ninguém tivera a coragem de fazê-lo? Ele não é um ‘maria-vai-com-as-outras', ele tem sua opinião própria e seu único pecado é se manifestar sem hipocrisia. Justamente por este motivo é que acho que ele é a pessoa mais importante da sua empresa.' Ele refletiu um pouco sobre minhas palavras e resolveu mantê-lo. Lúcio continua nesta empresa até hoje.
Não é fácil trabalhar em time, não é fácil separar o pessoal do profissional ao discordar de um ponto de vista. O brasileiro, ao contrário dos alemães, japoneses e americanos, é muito ligado ao emocional, tem dificuldade em assumir uma opinião contrária, pois pode ser visto como uma ofensa pessoal. Da mesma forma, não é fácil colocar em risco sua imagem pessoal, sua reputação e seu emprego ao assumir a coragem de falar ‘não' e iniciar uma discussão, por mais que você acredite ser necessário.

O espírito de time só acontece quando existe uma auto-confiança muito grande em primeiro lugar, e uma relação de confiança mútua bem forte, em segundo lugar, que permita às pessoas verem os conflitos como necessários para o crescimento e desenvolvimento de todos. Num time, assim como num casal ou numa família, os debates, exaltados ou não, são importantes para manter as relações sempre ‘limpas', num caminho em direção ao amadurecimento contínuo e perene. Em um grupo, 2+2=4; Numa equipe, 2+2=5; mas num time, 2+2=1.

Vamos nos render à visão sistêmica!

Facebook, twitter, instagram e outros aplicativos ou ferramentas de compartilhamento de informações viraram febre mundial. Posso estar atrasada, mas me rendi há poucos meses às redes sociais como importante instrumento de trabalho e também de lazer!

O negócio fechado essa semana por 1 bilhão de dólares mostra que Peter Senge estava certo ao escrever “A Quinta Disciplina” em 1990. A visão sistêmica do mundo toma forma nessa era revolucionária da tecnologia da informação, onde as pessoas podem compartilhar momentos particulares com o mundo, reunir amigos e transformar detalhes em grandes acontecimentos.


Tudo pode estar interligado e não há mais como fugir disso. As crianças não estudam mais Geografia como antes e muito menos História! É preciso contextualizar, fazer cálculos nas tarefas de português e definir conceitos às vezes abstratos nos deveres de Ciências.


O trabalho em rede é antigo, remonta até mesmo à Idade da Pedra, aos sumérios e aos egípcios. Mas a velocidade da informação hoje permite que, democraticamente, qualquer pessoa exprima sua opinião, ouça críticas e rebata imediatamente.


EM TEMPO: Uma boa repercussão que senti é a diminuição de correntes e emails com piadinhas recebidas diariamente. Com as redes sociais as pessoas passaram a postar ali as brincadeiras e, enfim, minha caixa de correio ficou leve, com foco no trabalho.


Nos últimos meses tenho vivido experiências únicas de nostalgia. Meus amigos de primário (hoje ensino fundamental) criaram um grupo no Facebook, depois veio a turma do Colégio Catarinense, sendo que já tínhamos um grupo de emails mas com a rede ficou muito mais fácil compartilhar.


Mais recentemente veio o grupo da família Vieira, um universo pequeno de 36 primos irmãos, mas com a grandeza de ricas histórias de vida! Uma volta ao passado divertido e ao mesmo tempo complicado já que tratam-se de seres humanos, afinal surgem as brigas esquecidas, os rancores e amarguras. Mas tudo isso é superado pelas lembranças boas, pelas fotos antigas postadas e pela vontade de ser criança de novo! O objetivo do grupo foi um só: organizar um encontro, ao vivo, para que todas as memórias sejam revividas e todos conheçam suas novas famílias formadas.


E é aqui que entra a importância das redes sociais. Para os mais críticos, que chamam de perda de tempo na frente do computador, deixo registrado que, assim como em qualquer ferramenta tecnológica criada para ajudar o dia-a-dia, as redes sociais devem ser utilizadas para facilitar a vida, estreitar laços e formar opiniões.


Todos daqui pra frente são formadores de opinião e isso é excelente!

Fonte: AcontecendoAqui

terça-feira, 17 de abril de 2012

Caçadores de tendências


As fortes mudanças comportamentais que começaram a acontecer, de forma bastante impactante no inicio do século passado deram espaço à uma nova profissão: os cool-hunters. Uma profissão que vem se alastrando e despertando o interesse de muitos jovens.
Os cool-hunters são profissionais espalhados por todo o mundo que ficam antenados a todas as novidades que surgem no cotidiano. Novidades que, muitas vezes, passam desapercebidas aos nossos olhos, mas que podem significar o surgimento de uma nova macro-tendência. A globalização, com o  movimento do global para o local,  proporciona uma grande troca de experiências e costumes possibilitando assim o surgimento  e a disseminação de novos fenômenos. Tais fenômenos podem estar relacionados a  pessoas (comportamentos e estilos), lugares (bares, lojas, e restaurantes), produtos e projetos (novas iniciativas).  Assim como no marketing, a metodologia do cool-hunter utiliza os 4 P’s, porém com outros significados - people, place, product e project (pessoas, lugares, produtos e projetos).
 O universo da moda e do design não são os únicos setores que bebem a água desta fonte. Vale ressaltar que o termo tendências está relacionado às mudanças sociais, políticas, econômicas, culturais e comportamentais da sociedade. Estas novas informações servem de estímulos para empresas dos mais diversos setores como moda, design, comunicação, educação, beleza, alimentação, entre outras. Grandes empresas como Apple, Nike, Coca-cola e Itaú utilizam estas informações  para o desenvolvimento de novos produtos ou para comunicar com o seu consumidor.
Uma  macro-tendência mundial que vem acontecendo a alguns anos é o consumo compartilhado. O ato de compartilhar faz parte do  “genius loci”  o talento do brasileiro e por este motivo, esta tendência chegou com tanta força no Brasil. Não por acaso o sucesso das redes sociais.  Compartilhar as próprias experiências de vida e de consumo demonstra ser uma prioridade para um número crescente de pessoas. Novos formatos de sociabilidade surgem e para aqueles que acreditavam que as pessoas viveriam de soladamente se surpreenderam com o fortalecimento do compartilhamento entre as pessoas. Não podemos deixar de mencionar  que esta tendência se fortalece justamente pela grande ajuda  daquela que seria a maior vilã deste movimento – as novas tecnologias.