terça-feira, 3 de abril de 2012

A hora dos juros mais baixos

Recentemente, a presidente Dilma encontrou-se com um grupo de grandes empresários brasileiros. Na mesa, queixas sobre as dificuldades enfrentadas pelas empresas nacionais para competir local e globalmente.
Segundo informam os jornais houve consenso: é preciso reduzir os custos de produção internos insuflados pela carga tributária elevada, energia cara e infraestrutura deficiente.
Já tratamos dos três temas aqui. O Brasil, para o seu nível de desenvolvimento, está entre os países com carga tributária mais alta do mundo. Somos um dos únicos países emergentes que tributa a produção. A energia, idem, é a mais elevada do planeta. E a situação de nossas estradas, portos e aeroportos dispensam adjetivos. Entre os países emergentes - China, Rússia e Índia - o nosso é aquele que menos investe em infraestrutura.
Consta, também, que falou-se do câmbio, um dos mais importantes “preços” da economia.  É sabido que o real valorizado prejudica as exportações do país, pois enquanto os custos de produção são denominados em “real” valorizado, as receitas são em “dólares” desvalorizados. De outra parte, a indústria nacional voltada para o consumo deméstico perde competitividade, pois os produtos importados (em dólares) entram muito baratos no mercado nacional. Para a indústria, o único ponto positivo é poder comprar insumos e máquinas a preços menores em reais.
No Brasil, o regime de câmbio é flutuante. Ou seja, o mercado é teoricamente livre, com o  preço do câmbio resultando da oferta e demanda por dólares. Em tese, portanto, não há muitas medidas administrativas a tomar para ajustar o câmbio a não ser o Banco Central comprar dólares para reduzir o valor da moeda. Ou então, como feito recentemente e sem efeito importante, taxar as compras dos brasileiros no exterior com IOF mais alto. O Banco Central poderia, ainda, tributar a entrada de dólares no país, uma atitude drástica que certamente abalaria fortemente a credibilidade do país no plano internacional. 
Se o objetivo for, como parece, desvalorizar um pouco o real, o caminho mais lógico parece ser a redução da taxa de juros.
Enquanto o país continuar pagando juros elevados na compra dos títulos do Tesouro Nacional – e faz isso porque precisa rolar sua enorme dívida pública -, não há como evitar que grandes massas de capitais corram ao nosso país atrás de remuneração que não conseguem nos países desenvolvidos. Enquanto isso ocorrer, o real vai continuar valorizado em relação ao dólar.
Não adianta, portanto, apenas reclamar do “tsunami” monetário, é preciso baixar os juros.
Além de ajustar o câmbio, a medida pode reduzir o custo do capital, diminuir o custo de produção das empresas e favorecer os investimentos. Sem falar da ampliação das vendas no mercado doméstico.
Esta é uma providência que está ao alcance do governo federal.  E pode ajudar muito para elevar a competitividade das nossas empresas, enquanto esperamos pela redução de impostos, dos custos de energia e de melhores portos, aeroportos e estradas.

FONTE: adBlog

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