Recentemente, a presidente Dilma encontrou-se com um grupo de grandes
empresários brasileiros. Na mesa, queixas sobre as dificuldades
enfrentadas pelas empresas nacionais para competir local e globalmente.
Segundo informam os jornais houve consenso: é preciso reduzir os custos
de produção internos insuflados pela carga tributária elevada, energia
cara e infraestrutura deficiente.
Já tratamos dos três temas aqui. O Brasil, para o seu nível de
desenvolvimento, está entre os países com carga tributária mais alta do
mundo. Somos um dos únicos países emergentes que tributa a produção. A
energia, idem, é a mais elevada do planeta. E a situação de nossas
estradas, portos e aeroportos dispensam adjetivos. Entre os países
emergentes - China, Rússia e Índia - o nosso é aquele que menos investe
em infraestrutura.
Consta, também, que falou-se do câmbio, um dos mais importantes
“preços” da economia. É sabido que o real valorizado prejudica as
exportações do país, pois enquanto os custos de produção são denominados
em “real” valorizado, as receitas são em “dólares” desvalorizados. De
outra parte, a indústria nacional voltada para o consumo deméstico perde
competitividade, pois os produtos importados (em dólares) entram muito
baratos no mercado nacional. Para a indústria, o único ponto positivo é
poder comprar insumos e máquinas a preços menores em reais.
No Brasil, o regime de câmbio é flutuante. Ou seja, o mercado é
teoricamente livre, com o preço do câmbio resultando da oferta e
demanda por dólares. Em tese, portanto, não há muitas medidas
administrativas a tomar para ajustar o câmbio a não ser o Banco Central
comprar dólares para reduzir o valor da moeda. Ou então, como feito
recentemente e sem efeito importante, taxar as compras dos brasileiros
no exterior com IOF mais alto. O Banco Central poderia, ainda, tributar a
entrada de dólares no país, uma atitude drástica que certamente
abalaria fortemente a credibilidade do país no plano internacional.
Se o objetivo for, como parece, desvalorizar um pouco o real, o caminho mais lógico parece ser a redução da taxa de juros.
Enquanto o país continuar pagando juros elevados na compra dos títulos
do Tesouro Nacional – e faz isso porque precisa rolar sua enorme dívida
pública -, não há como evitar que grandes massas de capitais corram ao
nosso país atrás de remuneração que não conseguem nos países
desenvolvidos. Enquanto isso ocorrer, o real vai continuar valorizado em
relação ao dólar.
Não adianta, portanto, apenas reclamar do “tsunami” monetário, é preciso baixar os juros.
Além de ajustar o câmbio, a medida pode reduzir o custo do capital,
diminuir o custo de produção das empresas e favorecer os investimentos.
Sem falar da ampliação das vendas no mercado doméstico.
Esta é uma providência que está ao alcance do governo federal. E pode
ajudar muito para elevar a competitividade das nossas empresas, enquanto
esperamos pela redução de impostos, dos custos de energia e de melhores
portos, aeroportos e estradas.
FONTE: adBlog
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