Não é fácil — pra não dizer quase impossível — criar uma empresa em sua
garagem, ser demitido, voltar e salvá-la da falência, transformar sete
indústrias (computadores pessoais, animações, música, celulares,
tablets, lojas de varejo e publicação digital) e, 36 anos depois,
transformá-la na companhia mais valiosa e uma das mais admiradas do
mundo.
Em uma das últimas entrevistas com Jobs para finalizar o livro,
Walter Isaacson perguntou qual teria sido a criação mais importante
dele, imaginando que o falecido cofundador e ex-CEO da Apple responderia
algo como iPad ou Mac. Só que em vez disso, Jobs respondeu: “a Apple”.
Construir uma empresa duradoura é mais difícil e mais importante do que
fazer qualquer grande produto.
Por essas e outras, diversas pessoas
se interessaram na biografia de Steve Jobs, a fim de entender melhor
como funcionava a cabeça do gênio por trás da Apple. Ninguém sabe ao
certo as respostas, contudo, em um artigo intitulado The Real Leadership Lessons of Steve Jobs (As Reais Lições de Liderança de Steve Jobs), Isaacson explana o que ele considera as chaves para o sucesso — baseado nas experiências de Jobs:
Foco
Ao retornar à Apple em 1997, a empresa tinha diversos produtos. Uma
das primeiras atitudes de Jobs foi dividir o mercado atuante da Maçã da
seguinte forma: doméstico/profissional e desktop/portátil. A empresa
teria quatro ótimos produtos, um para cada “quadrante”.
Simplicidade
Ao criar o iPod, Steve sugeriu que o botão de ligar/desligar fosse
retirado. Depois de analisar, os designers realmente chegaram a
conclusão que não era necessário um botão para a função. Por ser
totalmente intuitivo, qualquer criança de três anos ou mais “consegue
usar um iPad”. O nome disso é simplicidade.
Assuma a responsabilidade, do início ao fim
A Apple é uma das poucas empresas que oferece uma experiência de usuário completa, do início ao fim.
Quando não for o primeiro, inove
Quando o iMac foi lançado, a experiência era focada em fotos e
vídeos. Contudo, o mercado começou a caminhar para o
download/gerenciamento de músicas. Foi aí que Jobs inovou, lançando o
ecossistema musical da Apple (iTunes, iTunes Store e o iPod).
Produto antes dos lucros
Quando for desenvolver um produto, não pense em quanto ele vai gerar
de lucro. Tente “apenas” criar um ótimo produto — o resto é
consequência.
Não se prenda a pesquisas de mercado
É aquela velha história: se Henry Ford perguntasse para um consumidor
o que ele queria, a resposta seria “cavalos mais rápidos.” A resposta
para uma quebra de paradigma não está em pesquisas — ninguém precisava
de um iPad antes dele ser lançado.
Dobre a realidade
Essa é bem complicada, pois precisa ser praticamente um jedi para
conseguir realizar a tarefa com êxito. Todavia, Steve Jobs era
praticamente um Yoda, e conseguia convencer qualquer um de que algo era
possível, como por exemplo realizar um trabalho que duraria meses, em
semanas.
Atribua
Enquanto estavam desenvolvendo o primeiro iMac, Jobs e Ive desenharam
uma espécie de alça para carregar o computador pra lá e pra cá. Mas por
que, se ninguém ficava levando um computador de um lado para o outro?
Quando uma pessoa segurava o iMac daquela forma, a ele se tornava mais
próximo, mais amigável, quebrando uma barreira entre máquina e homem. O
mesmo acontece com as embalagens de iProducts, que fazem o consumidor
ter uma relação mais íntima com o produto.
Busque a perfeição
Em uma história envolvendo Ron Johnson, ex vice-presidente de varejo
da Apple, e Steve Jobs, a qual bem próximo ao lançamento da primeira
Apple Retail Store, Johnson alertou Jobs que a experiência da loja
estava errada — elas deveriam ser organizadas levando em consideração a
ideia de hub digital, e não em torno de produtos. Jobs parou e recomeçou
a desenhar a estratégia das lojas; o mesmo aconteceu com a tela do
iPhone, a qual foi modificada para vidro pouco antes de seu lançamento.
Tolere apenas “os melhores”
Para Jobs, existiam pessoas estúpidas e gênios. Obviamente ele
preferia se rodear de “gênios” — basta ver o atual quadro de executivos
da Apple para entender isso. Para Jobs (e Al Gore), qualquer um deles
poderia assumir uma cargo de CEO em outras empresas — como Ron Johnson fez.
Encontros cara-a-cara
Nada substitui uma conversa franca, cara-a-cara. Para Jobs, uma
grande ideia nunca poderia ser discutida por email ou mensageiros,
afinal, muita coisa boa surge de encontros espontâneos e conversas
aleatórias.
Conheça o todo e o detalhe
Jobs era capaz de definir tanto a estratégia da Apple para um
determinado mercado, como também se preocupava com o detalhe do amarelo
do logo do Google no web clip na Home Screen do iPhone.
Combine o humano com a ciência
O ex-CEO da Apple sempre tocava nesse ponto em suas apresentações.
Ele não era o melhor artista ou designer, tão pouco o melhor
engenheiro, cientista. Contudo, se posicionava na interseção dessas
áreas — o resultado está aí ao nosso redor, com o logo da Maçã
estampado.
Continue faminto, continue bobo
Essa nem precisa de explicação, basta assistir ao discurso de Jobs
para uma turma de Stanford para entender perfeitamente o que ele quer
dizer com isso.
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