sexta-feira, 30 de março de 2012

Número de ausências no trabalho aumenta cada vez mais

Ontem fui curtir um final de tarde na Lagoa da Conceição, aqui na nossa maravilhosa e mágica Ilha. Estava um daqueles finais de tarde exuberantes e resolvi parar e tomar um café. Por um acaso encontrei uma amiga que trabalha numa agência de comunicação bem bacana.  É uma empresa super conceituada de SC e a área que ela atua é muito promissora.
Após muitos brigadeiros (eu não comi, pois estou de dieta) e lá pela terceira xícara, ela me relata em tom bem triste que, por mais que as perspectivas no mercado sejam as melhores e mesmo recebendo um bom salário, ela está desanimada e não tem ido trabalhar algumas vezes.
Perguntei se isso sempre foi assim ou se estava vivendo algum problema pessoal. A resposta foi direta: “estou desmotivada, a rotina me cansa e estou num ciclo que não consigo sair”.
Falei pra ela que era pra não se sentir sozinha, que muita gente se sente assim e que nos dias atuais, o trabalho acaba sendo uma válvula de escape para a insatisfação de muitos problemas pessoais e frustrações diárias.
DIAGNÓSTICO
Amigo leitor: caso você tenha se identificado com esta história, saiba que a queixa dela é muito parecida com as de milhões de trabalhadores e muito comum nos dias de hoje. É claro que por motivos éticos, pelo mundo ser um ovo e Floripa uma ervilha, eu não vou expor aqui o nome dela.
Mas tenho a obrigação como profissional que atua com saúde e qualidade de vida de me posicionar. Porque situações como esta são cada vez mais comuns.
O QUE FAZER
Uma das principais mudanças a fazer diz respeito ao modo de pensar. Não é fácil, mas precisamos repensar as expectativas que temos em relação à busca incessante por reconhecimento, por status, por dinheiro e principalmente, por querernos ter controle de tudo.
Tive que dar alguns conselhos a ela. (ressalto que só faço isso quando me pedem ok?) Baseado nos relatos dela comecei dizendo que trabalhava demais, não tinha hobbies nem atividades prazerosas além das 16h que ficava em função do trabalho, não sabia falar de outras coisas além das ligadas as profissionais, que ela era inflexível, ocultava e não aceitava os próprios sentimentos e ainda, se continuasse nesse ritmo, seria forte candidata a antecipar alguns problemas de saúde como infarto, oscilações de humor, enxaquecas, problemas digestivos, entre outros... Resumindo, cumpri meu objetivo: consegui assustá-la o suficiente!  
Mas este é um dos meus papéis como terapeuta: causar rupturas pra que as coisas realmente mudem pra melhor!
O QUE NÃO PODE ACONTECER
Se há algo que literalmente “torra” a imagem das pessoas, e não tenho dúvidas já aconteceu com minha amiga, é a falta e a ausência no trabalho sem uma justificativa. Não se aceitam comportamentos assim em nenhuma organização, e este, é um dos fatores decisivos para a própria permanência do colaborador na empresa.
Não estou aqui questionando as razões pessoais dela. Estou me atendo ao fato das faltas no trabalho e de como os problemas de saúde podem estar relacionados a estas ausências.
Esta é uma preocupação latente para funcionários e empregadores e cada vez mais se discute o conceito de “bem estar corporativo”, onde o foco diz respeito a como minimizar, reduzir e até, resolver estas questões. A estes, dá-se o nome de absenteísmo e presenteísmo, que de uma forma geral, estão ligados a presença de fatores de risco e que geralmente levam a problemas de saúde sérios, de alto custo e com um impacto negativo na produtividade dos colaboradores.
Dessa forma, cresce a atenção por programas de promoção à saúde, à prevenção de riscos e de doenças ocupacionais.
Em um próximo artigo, vou discorrer mais sobre o tema e apresentar maneiras bem práticas de combater os dois.
Quanto a minha amiga, estou fazendo um acompanhamento preventivo, dei várias dicas de coisas que ela poderia fazer pra relaxar e ainda, tentei mostrar a ela que a vida é assim mesmo: cíclica! Há momentos de pura alegria e prazer no trabalho, da mesma forma como descontentamentos e expectativas que nem sempre serão realizadas. (como se fosse possível nos dias de hoje, separarmos vida pessoal da profissional).
Precisamos é aprender a lidar com a complexidade de emoções diárias e pra isso, não há receitas e nem fórmulas prontas...

Já ouviu falar em modelos de negócios? O momento é agora.

por Maria Augusta Orofino*

Quantas vezes nos deparamos com uma situação que não conhecemos um assunto ou tema. Basta alguém evidenciar tal tema no nosso meio ou entorno e de repente tudo parece falar disso. Assim foi para mim o tema “modelos de negócios”.
Nunca tinha ouvido falar ou lido nada a respeito. Um dia, por conta de um tema que procurava para elaborar minha dissertação de mestrado, fui sugerida a estudar modelos de negócios. Disse eu a essa pessoa: Modelos o quê? Não seria plano de negócios? Ela me respondeu. Não, modelos de negócios. Eu não fazia ideia do que se tratava. Entrei de cabeça. Em um mês eu tinha o mapa do processo, os principais artigos e pesquisadores de destaque no mundo. Passei a usar as redes sociais para encontrar o que procurava e a cada dia agregava mais uma pessoa, mais um artigo, mais um pesquisador.  Fantásticas descobertas que culminaram com a publicação de uma dissertação, originaram vários artigos, workshops ministrados e muita, muita conversa sobre tema. E que agora faz parte do meu dia a dia.
Se você conseguiu chegar até aqui, ótimo. Afinal, do que se tratam modelos de negócios?  Os anos noventa foram marcados pelo surgimento de um novo espaço conceitual decorrente da pulverização e acessibilidade à internet, que resultou em significativas transformações na sociedade, na forma de realizar negócios, no relacionamento entre as pessoas e na aproximação de mercados. Esse novo espaço conceitual trouxe a exigência de mudanças na forma de organizar os negócios que surgiam e que precisavam ser modelados sob uma nova ótica uma vez que critérios adotados na era industrial já não podiam ser considerados nesta nova era do conhecimento. Como resultante desse processo, houve o surgimento de empresas que iniciaram suas transações comerciais baseadas no ambiente virtual. Naquele momento, essa forma de transação originou o termo “modelo de negócio” por se tratar de um ambiente diferente do até então existente. Com o passar do tempo e a banalização deste tipo de comércio, identificou-se que qualquer negócio tem um tipo específico de modelo, alguns formando determinados padrões, outros abrindo novos mercados e inovando. Mas para qualquer negócio, existe um modelo.
Assim, de acordo com o autor Alex Osterwalder modelos de negócios descrevem a lógica de como uma organização cria, captura e entrega valor aos seus clientes.  Tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente em um evento que aconteceu em novembro de 2011 no Rio de Janeiro.

Podemos dizer também que modelos de negócios é a representação dos processos de uma empresa de como esta oferece valor aos seus clientes, obtém seu lucro e se mantém de forma sustentável ao longo de um período de tempo.
É o caso da Xeroxque criou um novo modelo de negócio, ao iniciar a comercialização de máquinas copiadoras, cedendo os equipamentos e ganhando na venda dos tonners e papeis especiais. Mohamed Yunus cria um novo modelo de negócio quando implanta o serviço de microcrédito para população de baixa renda pelo Grameen Bankem em Bangladesh. Podemos citar ainda a criação de um mercado totalmente novo no caso do Google e a criação dos anúncios  AdWords  através da internet como proposição de valor ao cliente. Ou da Nespresso, que cria um mercado doméstico para o café expresso, e por meio da patente de um sache, fideliza seus clientes.
A inovação em um modelo de negócio não surge ao acaso. É algo que deve ser administrado e monitorado, estruturado em processo e utilizado para alavancar o potencial criativo de uma organização. Requer habilidade e destreza para lidar com incertezas e com opiniões contrárias. O surgimento de uma boa solução requer tempo, dedicação e uma equipe plenamente motivada.

Para tanto existem técnicas e uma linguagem que pode ser estudada e aplicada no dia a dia. Alex Osterwalder, num processo de co-criação com mais 470 praticantes da metodologia ao redor do mundo, disponibilizou e tem difundido no que chamamos de Canvas, um quadro que apresenta nove blocos e que representa os processos organizacionais.
 

A partir da prática do design thinking, é possível criar, modelar e idealizar modelos de negócios inovadores. Há um ano venho apresentando isso em cursos, palestras e workshops entre São Paulo e Florianópolis, além de adotar a mesma metodologia em processos de diagnóstico organizacional, como identificação de processos internos na empresa e até mesmo como base para o planejamento organizacional. E posso afirmar que funciona. Os resultados são surpreendentes e motivadores.
E o que dizer da Kodak x Fujifilm? Bem, isso é tema para um workshop, mas basicamente a Kodak não mudou o seu modelo de negócio vindo a quebrar enquanto que a Fuji (não mais só filmes) identificou possibilidades de inovação, viu que colágeno servia não somente para produzir filmes, criou um portfólio de modelos de negócios, incorporou outras variáveis, inclusive cosméticos, e permanece competitiva e lucrativa desbancando o império da concorrente Kodak. 
Saiba maissobre este assunto no site http://www.bmgenbrasil.com e conheça a bem sucedida experiência do curso que ministrei recentemente na ESPM em São Paulo. Tivemos a oportunidade de discutir e ampliar conhecimento com um grupo de 30 pessoas que agora aplicam isso no seu dia a dia. Conheça os depoimentos de quem gostou da metodologia.
Em Florianópolis, teremos um workshop nos dias 1 e 2 de junho, promovido pela Clear Educação e Inovação. Informações podem ser obtidas no link http://www.cleareducacao.com.br/modelos-de-negocios-inovadores/. Participe. Ou você vai ficar esperando a concorrência suplantar a sua empresa? 
* Maria Augusta Orofino é Mestre em Gestão do Conhecimento pela UFSC. Especialista em   Administração Pública eMarketing. Administradora de Empresa. Atua em programas baseados na abordagem prática para capacitar organizações em inovação. É diretora da Prospect Business Innovation, consultora em empreendedorismo, inovação, design thinking, desenvolvimento de modelos de negócio e gestão do conhecimento. Consultora organizacional com mais de 20 anos de experiência. Atualmente realiza trabalhos nesta área para o INOVA@SC, entidade responsável pelo programa de inovação do Governo de SC. Já atuou em empresas como: Tractebel Energia, Brasil Telecom (Oi), Portobello, Bunge, Itagres, Eletrosul, FIESC,  Sebrae SC, Fundação Telefônica, VIVO, RenauxView, DC-Logistic, Dígitro, Intelbrás, Softplan, Suntech, Cremer, Docol, Whirlpool, entre outras. Palestrante TEDx Curitiba|2011 e Campus Party|2012 sobre Design Thinking. Facilitadora de workshops em inovação, design thinking modelos de negócios. Professora da ESPM SP e Clear Educação & Inovação.  Autora do blog www.mariaaugusta.com.br.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Difusão Editora lança livro sobre uso corporativo de mídias sociais

Obra tem o objetivo de informar como os profissionais podem utilizar as mídias sociais de forma adequada. Autora é especialista em Gestão Estratégica da ECA-USP

Por Letícia Alasse, do Mundo do Marketing | 19/03/2012

leticia@mundodomarketing.com.br

A Difusão Editora em co-edição com a Editora Senac lança o livro “Mídias sociais..., e agora? O que você precisa saber para implementar um projeto  de mídias sociais”. A obra tem o objetivo de informar os leitores sobre como utilizar os canais sociais nas empresas em que trabalham, além de oferecer um panorama do tema no Brasil e as orientações sobre todos os passos necessários para a construção de um planejamento corporativo.
As ferramentas do livro foram criadas pela autora Caroline Frazon Terra para nivelar as organizações quanto à atuação nas mídias sociais. A escritora é doutora em Comunicação, especialista em Gestão Estratégica da Escola de Comunicação e Artes de São Paulo (ECA-USP), além de Professora de cursos de pós-graduação em mídias sociais na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e no Centro Universitário Belas Artes.
Para divulgar o lançamento, será realizada uma sessão de autógrafos na Fnac do Morumbi Shopping, no próximo dia 28, às 19h.

 

A filosofia de atendimento premiado do Outback

Salim Maroun, Presidente da rede, detalha a crença da empresa e conta como passa para seus 3.629 colaboradores a questão de se importar com o cliente

Um bom atendimento deve inevitavelmente passar por um treinamento de qualidade dos funcionários. No caso do Outback, que atendeu cerca de 10 milhões de clientes em 2011, a companhia precisa se importar ainda mais com seus colaboradores, para poder confiar que eles estão seguindo a filosofia da empresa. Salim Maroun, Presidente da rede, fala à TV Mundo do Marketing como faz para passar para seus “outbackers” a crença de se importar com o cliente.
Atualmente, a rede tem 3.629 atendentes, a maior parte bem jovem, que, segundo Maroun, são tratados pela empresa com o mesmo carinho que espera que eles transmitam aos consumidores. Uma das maneiras de engajar estes outbackers é encorajá-los a serem empreendedores, fazendo com que eles se sintam parte da empresa, até como sócios.
A estratégia traz resultado. Segundo Maroun, o Outback tem, no mundo do food service, o menor turnover de pessoal e nunca perdeu um sócio. Cerca de 57% dos sócios nos restaurantes são ex-atendentes e, entre esses, 55% são mulheres. Já o maior desafio, para o presidente, é cultivar a coragem de sempre estar pronto pra entregar o melhor, não importa o sucesso obtido.

 

quarta-feira, 28 de março de 2012

Média salarial digital cresce 35,3%

Este foi o índice médio de alta nas agências do segmento em 2011, segundo pesquisa da Abradi

A média salarial dos profissionais atuantes em agências digitais teve variação positiva de 35,3% em 2011, já descontada a inflação do período. A revelação é da segunda edição da Pesquisa de Cargos e Salários que a Abradi – Associação Brasileira das Agências Digitais lança neste mês.

A primeira edição foi divulgada em junho de 2012, com dados de 120 agências, sobre 40 cargos. Desta vez, a consultoria Remunerar fez um estudo mais amplo sobre 74 cargos, incluindo salários, benefícios e perfis de profissionais que atuam em 112 agências digitais de todo o Brasil, sendo 64% do Sudeste, 25% do Sul e 11% do Nordeste, Centro-Oeste e Distrito Federal.

As maiores médias salariais no Sudeste são dos diretores de mídia (R$ 14.580,18), operações (R$ 10.307,59), planejamento (R$ 10.193,04), atendimento (R$ 8.993,60), tecnologia (R$ 8.363,45) e criação (R$ 8.162,48). Veja tabela completa mais abaixo, incluindo maiores e menores salários.

A pesquisa foi realizada entre outubro de 2011 e janeiro passado. As agências ouvidas somam 2.100 funcionários, sendo 66% homens e 34% mulheres; 87% na faixa de até 28 anos e apenas 1% com idade superior a 36 anos.

Entre as pesquisadas, 67% são agências de pequeno porte, com até 20 funcionários; 21% tem porte médio porte, com efetivo variando de 20 a 50 profissionais; e 13% são de grande porte, com mais de 50 funcionários.

Há consideráveis diferenças entre as regiões: no cargo de programador, por exemplo, os profissionais do Sul ganham, em média, 30% menos que os do Sudeste. O tempo de experiência também influi: os profissionais plenos, que têm entre 2 e 5 anos de mercado, recebem 30% menos do que os seniores, que já acumulam mais de 5 anos de experiência. Já os juniores, com até 2 anos de trabalho, recebem até 60% menos do que os seniores.

Os principais benefícios concedidos pelas agências pesquisadas são: cursos de aperfeiçoamento (67%), vale refeição (62%), assitência médica (41%), vale alimentação (31%) e seguro de vida (24%). Para fazer contratações, as agências recorrem a indicação interna (29%), indicação externa (26%), redes sociais (23%) e head hunters (7%).

Segundo a Abradi, o mercado de agências digitais contratou duas vezes mais do que a média nacional do setor de serviços. No período de julho a setembro de 2011, as empresas pesquisadas contrataram mais do que demitiram, gerando um diferencial positivo de 3% a mais de vagas efetivas, versus um crescimento de 1,43% das contratações no setor de serviços em nove capitais, de acordo com levantamento do IBGE.

Confira, a seguir, as médias salariais das agências digitais do Sudeste:

 

Redes sociais para escritores despontam na web

Helsinque - Para os romancistas, o tempo em que costumavam enviar manuscritos a dezenas de editoras e aguardavam ansiosamente por respostas podem em breve se tornar coisa do passado.
Milhares de escritores que utilizam redes online de literatura como a Movellas, que atrai grande público adolescente, e a Book Country, da editora Penguin, já vêm recebendo reações instantâneas, e podem alterar textos de imediato e oferecê-los ao público para leitura, não importa o que as editoras possam pensar.
A Internet derrubou os muros de um setor antes fechado, porque agora qualquer pessoa pode publicar textos com apenas alguns cliques -uma mudança que também cria demanda por novos talentos.
"As editoras não querem que aconteça com elas a mesma coisa que aconteceu com a indústria da música", disse Per Larsen, o presidente-executivo da companhia iniciante dinamarquesa Movellas.
"Sabem que o modelo de negócios do mercado editorial foi destruído".
A indústria de gravação musical passou por numa explosão de pirataria online que tirou montantes enormes de seus bolsos, dado o download ilegal generalizado de canções que antes só estariam disponíveis em CDs, fitas e discos.
Ao mesmo tempo, a indústria musical está vendo bandas que gravam sua própria música e a oferecem diretamente via Internet, contornando a intermediação das grandes gravadoras.
O objetivo do Movellas é se destacar entre os rivais em função de sua abordagem mundial e do foco em adolescentes, que estão ingressando no mundo da escrita criativa por meio de sua rede.
"Queremos ser a comunidade líder mundial na identificação de novos talentos", disse Larsen.
Já existem dezenas de milhares de texto publicados no site a cada mês, por jovens escritores como a britânica Ebonie Maher, 19, que posta principalmente poemas no Movellas.
"Eu adoraria me tornar escritora", diz, acrescentando que as críticas construtivas que recebe ajudam em seu desenvolvimento.
A crítica também é parte crucial do Book Country, o serviço online criado pela editora Penguin no ano passado a fim de identificar novos talentos online.
"Isso nos permite lançar a rede de forma mais ampla", diz Molly Barton, diretora digital mundial da Penguin.
Em janeiro, a Berkley, uma das divisões do grupo Penguin, assinou contrato para dois livros com Kerry Schafer, especialista norte-americana em saúde mental, depois que um editor leu textos dela no site.

terça-feira, 27 de março de 2012

Acesso à comunicação também é direito das crianças e adolescentes

Em entrevista, o oficial de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Mário Volpi, diz que as ações governamentais para a inclusão digital de crianças e adolescentes não alcançam, sequer, a maioria delas. “Esse espaço de comunicação não pode mais ser visto como complementar. Deve ser tratado como um direito da criança e do adolescente. É um tema que vem sendo abordado mais a partir da perspectiva do direito do que propriamente como a cereja do bolo. Agora esse direito faz parte do bolo. No conjunto de direitos como saúde e educação, o da comunicação vem ganhando força porque a sociedade tem necessidade de intercâmbio, de informação”. Ele também ressaltou a desarticulação de ações governamentais e não-governamentais como um complicador para o maior alcance dessas iniciativas.
* Diário de Pernambuco - PE

 FONTE: FNDC

segunda-feira, 26 de março de 2012

Empresa que inovar terá desconto em imposto, dinheiro e exoneração da folha de pagamento

Governo espera que até 2015 recursos investidos em inovação sejam equivalentes entre indústria e poder público

O governo espera que até 2015 os recursos investidos em inovação no Brasil sejam equivalentes entre o setor privado e o público. Atualmente, o governo investe mais, o equivalente a 0,61% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a indústria investe 0,55% do PIB.

Divulgação
Indústria que inovar terá alívio de tributos na folha de pagamento


"A nossa política visa estimular os empresários para serem protagonistas no sistema de ciência e tecnologia", disse há pouco o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, que participou esta manhã de uma reunião com empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo.
Segundo ele, o governo irá incentivar o aumento do setor privado em inovação por meio de "isenções tributárias, exonerações de folha de pagamento e oferta de linhas de crédito favoráveis para as empresas desenvolverem sua capacitação interna".
Em agosto do ano passado, o ministério e a CNI assinaram um memorando de entendimento para a implementação da Empresa Brasileira de Pesquisas Industriais (Embrapi), para promover a inovação do setor.
Até agora, três centros de pesquisa integram a Embrapi: o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o centro de pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) da Bahia.
"Queremos ampliar o número de envolvidos. Mas o objetivo não é criar novos institutos. Não é para fazer pesquisa livre, mas trabalhos que façam parte da pauta da indústria", disse. (Silvana Mautone)

O desafio de recomeçar

Por Marcelo Veras*

Há uma semana recebi um e-mail de um amigo me convidando para uma festa de despedida. Ele, esposa e filho estão de mudança para outro país, já que ele está migrando (literalmente) para uma nova empresa. Um fato normal e corriqueiro, mas que me chamou a atenção porque, coincidentemente, muita gente próxima anda passando por momento de mudanças. Uns, mudando de empresa. Outros, mudando de cidade. Outros, mudando de estado civil. Alguns, inclusive, mudando de tudo. Eu mesmo me forneci uma bela chacoalhada na minha vida nos últimos meses. E ainda sinto aquele sintoma com o qual estou bem acostumado – o friozinho na barriga que costuma agir como um alarme interrogativo: - Tem certeza do que está fazendo? Vai encarar mesmo?

Recentemente, conheci um sujeito em Lisboa, onde estive no Desafio Internacional de Inovação da ESAMC, que cai muito bem como exemplo. Chama-se Marcos. Cara experiente, com mais de 20 anos de estrada como empresário, atuante em vários setores e que, recentemente, deu um salto arriscado como sócio investidor em um negócio que, segundo ele, entendia pouco ou quase nada. Reconheci nele alguns dos meus sintomas: o desafio de aprender algo novo, de navegar em outros mares. Esse é o ponto: novas emoções!

Em certo momento, durante a conversa, eu estava lhe contando da minha recente mudança profissional e do meu novo negócio e acabei usando a seguinte frase: - Agora ou vai, ou vai! Foi interessante, pois ele me soltou: - Gajo (um termo usado em Lisboa para dizer cara), vai! E seguiu falando: - Sabe, no mundo há um grupo de pessoas (90% da população, na verdade) que quer calma, paz e tranquilidade. E que não estão dispostas a verem seus pescoços na forca nunca e nem por nada! Não há nada de errado nisso! Aliás, a imensa maioria das pessoas é assim. E há um grupo (os outros 10%) que é inquieto, que se cansa facilmente da tranquilidade, que sempre está em busca de um projeto, um sonho, uma oportunidade de causar algo novo. Estas pessoas são as que não dormem, são as que têm preocupações e medos, mas são as que empreendem e que, no fim, acabam erguendo algo de valor. São aquelas que arriscam, ganham, perdem, caem, se machucam e que estão sempre com o ponteiro no vermelho.

Este discurso me fez reviver o desafio do recomeço. Sim, recomeço, porque ao mudar, seja lá no que for, nós temos que provar de novo, para nós e para quem nos cerca, que somos capazes. Capazes de aprender, de fazer… De recomeçar. Um bom exemplo é uma troca de empresa, coisa que fiz algumas vezes. Ao sair de uma, a gente deixa uma marca, uma imagem, resultados concretos, projetos concluídos, competências reconhecidas, relacionamentos estabelecidos. Ao chegar à seguinte, nada disso serve mais. No máximo, serviu para abrir aquela porta. E só! Acabou-se a sua zona de conforto! Você pode até chegar com boas credenciais, mas todos que estão lá lhe olharão como se dissessem: - Agora nos mostre o que é capaz de fazer. Faça a sua mágica, querido! Impressione-me!

Pois é: recomeços, quase do zero, são difíceis. Mas esta é a vitamina dos empreendedores. É esta adrenalina que faz a vida ser interessante para estas pessoas. O desafio de recomeçar. O desafio de provar para todos e, principalmente para si mesmo, que é possível se reinventar, construir algo novo e aprender coisas novas.

Para fechar a conversa, o Marcos, ainda completou: - Assim que consigo entender um negócio e fazer a empresa dar dinheiro e se estabilizar, me dá logo vontade de vender para começar outra do zero!

Você pode estar pensando: - Que gente estranha! E o pior que você está certo. Mas o mundo seria bem chato e menos próspero sem estes loucos.

*Professor de Marketing, Estratégia e Planejamento de Carreira no MBA da ESAMC.

PPS vai ao Supremo contra decisão que impede uso do Twitter durante pré-campanha


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última quinta-feira, 15, decidiu que qualquer post no Twitter de alguém que pense em se candidatar nas eleições deste ano será considerado campanha eleitoral - o que impossibilita a atualização até o dia 5 de junho. Com a decisão, o presidente nacional do PPS,  deputado Roberto Freire, disse que vai levar o caso ao Supremo.

Em declaração em seu perfil Twitter nesta segunda-feira, 19, o político alegou que entrará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o TSE. Segundo o site do Estadão, Freire afirmou que a decisão não está de acordo com o “livre pensamento” e a classificou  como "equivocada” dizendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve tomar providências, além de fazer uma comparação com o Irã, que tentou proibir o uso da rede social. "Nossa democracia quer proibir antes", reclamou o presidente do PPS.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Veja investe em "rede social dos corruptos" para relembrar fatos da política nacional


Criada no dia 15 de dezembro de 2011, a ‘
Rede de Escândalos’ é mais que uma simples seção, que reúne assuntos de um determinado tema ou editoria, da Veja.com. A página divulga matérias de supostos esquemas de irregularidades desde o governo de José Sarney, passando pelo impeachment de Fernando Collor até chegar ao desenrolar das notícias envolvendo ministros de Dilma Rousseff.

Ao passar pelos três meses de “experiência”, o site que entrou no ar exatamente no Dia Mundial de Combate à Corrupção segue com link disponível na Veja.com. Quem acessa o site, produzido ao estilo “time line” do Facebook, vai ao encontro de cerca de 300 personagens – a maioria ligada a partidos políticos – e mais de 60 casos de “escândalos”. “Dossiê Cayman” (1998) e “Mensalão” (2005) estão na lista.

Na seleção de personagens de todos os episódios da política nacional que foram publicados na ‘Rede de Escândalos’, está o jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Em seu perfil no site criado pela equipe da Veja, o profissional é definido como “um dos primeiros integrantes do grupo escalado pela campanha petista para bisbilhotar familiares e amigos do tucano José Serra”. A página também lembra que o livro de Ribeiro Jr., A Privataria Tucana, foi composto em parte por conteúdo que já constava na internet.

Para unir as informações dos suspeitos e detalhar os casos, indo do surgimento da história e chegando aos últimos acontecimentos – noticiar, por exemplo, se teve alguém considerado culpado pela Justiça, se o processo em questão ainda está aguardando julgamento-, os editores da ‘Rede de Escândalo’, Carolina Farina e Daniel Jelin, têm como base o arquivo digital da própria Veja, mas também contam com os documentos disponibilizados por tribunais e de contatos com fontes das pessoas envolvidas com as histórias.

FONTE: Portal Comunique-se

Respeito ao consumidor, o grande diferencial

Marketing é uma atitude, não um departamento! 
As características de um mercado dependem do seu grau de maturidade e da cultura sob a qual se instala. Vejamos:

Se nos Estados Unidos você compra qualquer coisa, a utiliza, e não está contente com a qualidade ou resultado, você pode devolvê-la, praticamente a qualquer momento - "no questions asked" (sem que lhe façam perguntas condicionais para a devolução).  Isso vai muito além do que você imagina, por exemplo: Se você compra um carro, pode devolvê-lo porque não está contente com a cor, modelo ou qualquer outra característica. Na devolução você será extremamente bem tratado e a empresa se esforçará para encontrar outro carro que atenda as suas expectativas. Ela não quer perdê-lo como cliente.

Como funciona no Brasil? Bom, todos sabemos... Se você compra alguma coisa (especialmente de maior valor agregado) e detecta um defeito, por exemplo, a maioria das lojas fará tudo para que você encaminhe à garantia e assistência autorizada, procurando por todos os meios evitar a troca; a não ser que você conheça muito bem o código de defesa do consumidor e ameace com o PROCON, coisa que nem sempre funciona, pois a loja sabe a dor de cabeça e a mão de obra que você enfrentará para levar sua queixa em diante...

Nos Estados Unidos você devolve um eletrônico com defeito e eles colam uma etiqueta "return to factory" (retornar para a fábrica); aqui ainda estamos na base do "receba seu problema de volta", "comprou, agora aguenta". Lá eles resolvem seu problema e pedem desculpas pelo inconveniente, aqui dizemos que "lamentamos muito, mas não podemos fazer nada a respeito..."

E há quem diga que o consumidor brasileiro anda muito exigente...

A verdade é que temos várias questões a equacionar. Nosso mercado é pouco maduro quando comparado ao norte americano; nossa questão cultural ainda fortemente influenciada pela ideia de "levar vantagem em tudo" coloca as empresas em guarda contra abusos dos clientes.  Nas mesmas condições das práticas americanas, infelizmente, cansaríamos de ver consumidores brasileiros abusando do "respeito ao consumidor", comprando alguma coisa de que precisavam momentaneamente e devolvendo, após o uso, com alguma alegação criativa (o que, lamentavelmente, já ocorre com o boom de turistas brasileiros nos Estados Unidos).

É evidente que não podemos importar o modelo da realidade norte americana e aplicá-lo à brasileira, mas é também evidente que não podemos mais dizer ao cliente que comprou uma televisão LCD de 60 polegadas e que apresentou problemas no oitavo dia, que ele deve levá-la à autorizada...

Nosso mercado vem crescendo, a ascensão econômica da nova classe média beneficiou muito os negócios, mas as empresas ainda agem de maneira muito imatura no atendimento a reclamações e nas políticas de trocas e devoluções. É verdade que é preciso ser um pouco mais criterioso no atendimento às solicitações dos clientes (às vezes espertos), mas é igualmente verdade que um capitalismo já adolescente como o brasileiro deve parar de agir como criança e transformar o foco no cliente, de discurso, em prática.  A maneira como nós atendemos nossos clientes frente a dificuldades, problemas e reclamações é pré-requisito fundamental das práticas de marketing e condição sine qua non para o encantamento e a fidelização!

Empresas que querem primar pelo atendimento diferenciado não podem esperar até que nossas características culturais se modifiquem, este é um processo muito lento. Estas empresas precisam encontrar maneiras inovadoras de tratar estas questões, especialmente enquanto seus concorrentes não o fazem, pois isso representa um excelente diferencial competitivo. Novas negociações com fornecedores se fazem necessárias para um maior amadurecimento da estratégia de encantamento de clientes e isso deve ser priorizado. As empresas não podem aguardar por um aumento ainda maior da concorrência, momento no qual todos acabarão realizando as mesmas práticas e o diferencial se esvairá no lugar comum!

As questões de Marketing são essenciais e fundamentais para o sucesso de um negócio e não podem ser tratadas sob a ótica do "é assim que as coisas funcionam aqui no Brasil". Estas questões estratégicas precisam ser tratadas sob a ótica que orienta o Marketing, ou seja: Como podemos gerar mais e melhores negócios por aqui!
Marketing é uma atitude, não um departamento!

FONTE: Cidade Marketing (Por Carlos Hilsdorf)
 

quinta-feira, 22 de março de 2012

11 dicas para apresentações, reuniões e conversas realmente produtivas

1. Tempo é dinheiro, logo defina sempre um horário para início e um para término. Tenha foco, não deixe a conversa “girando no vazio”.
2. Planeje, defina um tempo para cada assunto que será discutido e um tempo para as perguntas.
3. Capriche no visual e nas informações. Quando for fazer apresentações procure usar um visual agradável e diagramas. Lembre-se que imagens dizem mais do que palavras e as pessoas devem prestar atenção no que você está falando e não no mundo de textos que você colocará nos slides. Da mesma forma, nas discussões e negociações prepare-se antes e vá com um bom material de apoio.
4. Para tornar uma reunião ou apresentação mais produtiva envie um material prévio aos envolvidos e estude o assunto e material.
5. Procure manter as reuniões em um período de uma hora. Para isto, seja objetivo.
6. Se surgiu um determinado assunto que nada tem a ver com o objetivo da reunião, interrompa-o e volte ao tema previsto inicialmente.
7. Seja um bom ouvinte e não um chato interrompendo toda hora. Espere o interlocutor terminar e na sequência faça suas perguntas.
8. Indicadores são importantes, procure alinhar as conversas, apresentações e discussões à indicadores. Além de prover estes indicadores, procure obtê-los quando estiver do outro lado.
9. Quando de discussões relacionadas à ações procure sempre definir pelo menos: O que será feito, quem será o responsável, quando será entregue e qual o custo envolvido. Questionar-se também sobre “porquê fazer isto” ajudará a decidir melhor sobre quais ações executar.
10. Defina tempo até para as questões. Cinco minutos é suficiente para 95% das questões, então procure se limitar à não mais que este tempo.
11. Documente o que foi discutido na conversa e envie para conhecimento (e alinhamento) aos envolvidos
Fonte: Blog CMMI

O comportamento do Social_Consumer e a revolução dos dados

Temos que usar o "Social Data", pois as pessoas acreditam nas recomendações da sua rede de contatos, bem como têm interesse em contribuir. 
Muito já foi falado sobre a importância de se conhecer o comportamento de compra do consumidor, mas quando tratamos de comércio eletrônico em tempos de mídias sociais isso se torna cada vez mais crucial.  Cresce o uso de ferramentas de inteligência para identificar perfis e antever os processos que levarão o cliente a comprar determinados produtos. Mais importante do que simplesmente mensurar resultados, acompanhar clicks ou mesmo saber o ROI de cada ação na web é o estudo aprofundado dos dados para aprimorar e adequar ofertas de produtos de acordo com o desejo e o momento do consumidor. E nada melhor do que o mundo digital para permitir isso.

Algumas empresas se utilizam de táticas simples que "perguntam" ao internauta, de forma lúdica, o que ele prefere dentre algumas alternativas que lhe são apresentadas, como faz o site de moda OLOOK, em que você é convidado a indicar suas preferências utilizando, para isso, fotos de celebridades, looks com diferentes estilos e ao final você recebe um feed back automático, como por exemplo, "você é uma pessoa bem sucedida e de estilo clássico" e a partir daí, com o seu consentimento, passará a receber diretamente, via email, ofertas direcionadas ao seu perfil, na freqüência indicada.

Isso acaba com o bombardeio de spams que ainda sofremos, principalmente na era das compras coletivas não segmentadas.  Há também empresas especializadas em desenvolver ferramentas mais avançadas, baseadas em inteligência como a Socialmetrix, que utiliza dados das mídias sociais para traçar estratégias de Business Intelligence para as empresas. Claro, são coisas diferentes, mas tudo isso vai muito além daquela segmentação sócio-demográfica tradicional, que os profissionais de marketing sempre usaram e muitos ainda utilizam somente isso.

É a revolução dos dados e a empresa mestre nesse assunto ainda é, sem dúvida, a Amazon, cujo responsável pela estratégia de análise de dados dizia que temos que separar o que é "treasure" do que é "trash" nessa era de obesidade de informações. A regra sempre foi dar suporte aos consumidores em suas decisões de compra, já dizia o fundador Jeff Bezos. No Brasil há alguns casos de empresas que tem procurado colocar em prática de forma eficiente esse aprendizado, como a Netshoes, Magazine Luiza e Tecnisa.  Ajudar as pessoas a comprar, baseando-se na experiência passada de compra, já é aplicado por muitas empresas, agora, em tempos de ampla utilização das mídias sociais temos que ir além, buscando prever futuras aquisições e desejos, identificando através do comportamento do Shopper online, das pesquisas realizadas, dos questionamentos, da procura por recomendações e dicas de outros internautas, etc.

Temos que usar o "Social Data", pois as pessoas acreditam nas recomendações da sua rede de contatos, bem como têm interesse em contribuir, em compartilhar e até mesmo em responder pesquisas pós-compra de determinado produto ou serviço, seja por um interesse próprio, quem sabe, em receber algum tipo de "bônus" da empresa que está solicitando a sua opinião, seja porque gostaria de ver aprimorado um produto ou serviço que costuma utilizar. Utilizando um exemplo na área de turismo, o cliente poderá responder a um questionário enviado pelo hotel no qual se hospedou recentemente, desde que perceba o genuíno interesse da rede em melhorar seus serviços. Não importa qual a motivação desse cliente, o que importa é o fato de se dispor a interagir. Por isso a empresa deverá ter uma postura muito transparente com relação ao processo, informando como os dados serão, ou não, utilizados, se serão, ou não, compartilhados, etc.

Outro exemplo que demonstra como as pessoas simplesmente desejam compartilhar experiências é o fenômeno do video hauling, em que consumidores desembalam produtos recém adquiridos na frente da câmera do computador e vão fazendo comentários sobre quais foram suas decisões, suas impressões sobre o preço, o produto, etc. E embora isso pareça um pouco "bobinho", há hoje algumas verdadeiras estrelas do vídeo hauling, que podem influenciar muitos consumidores, como uma garota americana de 18 anos (veja juicystar07) que tem mais de 130 milhões de views e mais de 700 mil pessoas que assinam o seu canal no youtube.  Com isso a pergunta que não quer calar é "você e sua empresa estão preparados para o comportamento desse novo consumidor, o Social_Consumer?"

FONTE: Cidade Marketing. (Por Sandra Turchi)
 

Sementes empreendedoras

Às vezes não nos damos conta do quanto as crianças aprendem sobre empreendedorismo sem nem saber o que é empreendedorismo. 
Minha filha me mostrou algo que me surpreendeu. Uma pasta cheia de folhas de fichário em branco, mais de 90 folhas diferentes umas das outras, constituindo uma bela coleção parecida com aquelas coleções de papel de carta que as meninas da minha época faziam. Ela começou há apenas 4 semanas, trocando folhas com suas amigas e já tinha um resultado surpreendente, aparentemente a coleção mais variada e completa da classe.

Bem, mas como isso pode me surpreender? Todas as meninas da sua idade estavam fazendo esta coleção, é típico da idade e não deveria representar nenhuma novidade, mas o que me surpreendeu foi o seu aprendizado com o processo. Veja algumas lições sobre valor e negociação desta singela brincadeira:

1) Folhas grandes valem mais do que folhas pequenas. A troca acontece na proporção de 1 folha grande por duas pequenas. Uma simples definição de valor baseado em tamanho.

2) Quanto mais folhas existem do mesmo modelo, menos as amigas querem trocar, por isso, ao comprar, ela pesquisou bastante e escolheu um modelo exclusivo, que ninguém tinha e que despertou interesse imediato.

3) Às vezes, quando alguém quer muito uma folha dela, ela barganha por duas da outra, ocasionalmente até mais.

4) Ela não se importa de pegar folhas repetidas quando troca, pois sabe que é importante ter variedade para poder negociar melhor.

5) No começo, as trocas se limitavam à sua classe, com o tempo, ela aprendeu que suas chances aumentariam se passasse a trocar com amigas da vizinhança, colegas dos irmãos, primos e parentes, etc. Com isso, ela ajudou a disseminar a cultura, aumentando a rede de trocas, popularizando a prática em outras escolas e aumentando a diversidade de folhas no mercado.

6) Ela me pediu para comprar um novo bloco de papel com motivos para meninos. Eu estranhei. Porque suas amigas iriam querer trocar por papéis de menino? Ela respondeu que não era para trocar com as meninas e sim com os meninos. Sua meta era clara, assim como os parâmetros de desempenho: Variedade farta, não importa qual seja o tema, as oportunidades advindas da diversificação de mercado.

7) Quando seu bloco estava terminando ela parava de trocar para não ficar sem. Mesmo quando eu assegurava que compraria outro, ela manteve as restrições de troca. Suas amigas então atribuíram um valor maior às folhas dela por causa deste comportamento e assim ela acabava obtendo acordos mais favoráveis, um mecanismo de criação de valor, pela atribuição de importância.

8) Mesmo tendo sucesso nas trocas com um tema exclusivo, ao renovar seu estoque ela não queria o mesmo modelo, mas outro igualmente exclusivo. No começo, os papéis mais bonitos valiam mais, mas com o tempo, o mercado mudou sua concepção de valor e o que passou a valer foram as folhas diferentes. Ou seja, na hora de comprar para trocar ou ao escolher entre um bonito e um exclusivo, este tinha a preferência.

9) A mais recente novidade foi a sua iniciativa de comprar papéis em branco e ela mesma desenhar e pintar as margens decorativas, enriquecendo com furadoras em formato de bichos e adesivos diversos. Cada folha é uma arte única e, quando fica bem desenhado, cada folha exclusiva vale até 5 folhas normais das colegas.

Às vezes não nos damos conta do quanto as crianças aprendem sobre empreendedorismo sem nem saber o que é empreendedorismo e muito menos saber que estão aprendendo. Aprender, para eles, é o que eles fazem na sala de aula. Eles ignoram o aprendizado embutido nestas atividades divertidas, lúdicas e interessantes.  Quando aproveitados de forma apropriada, estas experiências podem ser replicadas em outras situações, também dentro da realidade deles e sempre reforçando estes conceitos de atribuição e criação de valor. É o garoto que é chamado para os jogos de futebol porque ele tem a bola, é a menina que reúne sempre as amigas na sua casa e não gasta um tostão com a comido porque as amigas sempre levam um prato porque na casa delas não tem piscina, é o jovem nerd que é sempre chamado nas festas porque ele preparar resumos das aulas para os colegas estudarem, em todas as atividades vemos exemplos de como se cria valor a partir de coisas corriqueiras.

As habilidades de negociação também são aprendizados que adquirimos na infância. Quando algo nos interessa muito, fazemos qualquer coisa para obtê-la. Com criatividade, mesmo quem não tem salário, orçamento ou mesada pode oferecer várias coisas no processo de negociação, e assim aprende que, quanto maior o valor percebido da outra parte no que está sendo oferecido, maior o poder de barganha. Não é com teoria que aprendemos isso, é com a prática.

Com o orgulho de quem começa a enxergar os primeiros traços empreendedores, eu perguntei à minha filha: ‘E para escrever, o que vocês usam?' Sua resposta foi lacônica: ‘Caderno'. Claro, que outra resposta poderia esperar dela? Quem vai querer estragar suas ricas e valiosas folhas de fichário para escrever anotações de aula? Este é mais um episódio do meu rico e constante aprendizado sobre empreendedorismo vindo de meus filhos.

FONTE: Cidade Marketing (Por Marcos Hashimoto)
 

quarta-feira, 21 de março de 2012

2012: o ano dos investimentos e das experiências

Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil 
O ano de 2012 promete. Embora seja difícil fazer qualquer tipo de previsão, as expectativas apontam para um ano excelente do ponto de vista do marketing. Este mercado tem crescido muito nos últimos anos, mas ainda é possível visualizar uma demanda reprimida, que poderá começar a ser suprida este ano.

Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. O aquecimento da nossa economia e a crise que se instala em países da Europa confirmam esta perspectiva. Cada vez mais, o Brasil tem sido visto como a aposta mais acertada para os investidores internacionais. Os jogos olímpicos e a Copa do Mundo, que se aproximam, aumentam as oportunidades. Hoje, já somos uma das maiores potências em relação ao uso da Internet, em casa ou em smartphones. Mas como estes fatores podem contribuir para o marketing e o varejo no País?

O comportamento do consumidor muda depressa. Em um ano, vemos mudanças que não aconteceram em décadas. Com a revolução tecnológica, é difícil prever quais serão as próximas adaptações no comportamento das pessoas, mas uma coisa é certa: estaremos cada vez mais multiconectados, multitarefas e carentes. Esta carência, originada pela grave falta de tempo, levará as pessoas a buscarem cada vez mais experiências positivas, em todos os momentos de suas vidas. E isso inclui o momento das compras também.

Enquanto a Internet se consolida como um ponto de venda relevante, conquistando mais e mais consumidores, o desafio do varejo, tanto físico quanto virtual, será o de proporcionar experiências mais marcantes ao consumidor. O objetivo é gerar um momento agradável, inspirador, estimulante e que cative o consumidor, para fidelizá-lo.

Nas lojas físicas, essa realidade tem se mostrado mais necessária. Ao comprar um livro pela Internet, o consumidor tem a comodidade e a praticidade de não precisar sair de casa. Porém, na loja, uma ambientação inspiradora, que torne o ato de comprar agradável e o estimule a pensar em novas possibilidades no próprio estabelecimento, constrói excelentes relacionamentos. A lição de casa para os dois tipos de varejo é o famoso "unir o útil ao agradável": à Internet, falta agregar experiência, enquanto às lojas físicas, falta potencializar serviços que convençam o consumidor a ir até lá.

As taxas de crescimento brasileiras, aliadas a este novo comportamento do consumidor, favorecem os investimentos estrangeiros. Mas as oportunidades também devem ser avaliadas pelas empresas nacionais, afinal, não se sabe qual será o rumo da crise no exterior. Com maior consciência sobre a necessidade dos investimentos em marketing, branding e pontos de venda, as empresas brasileiras tendem a oferecer as experiências tão almejadas pelo consumidor.

Os grandes grupos brasileiros vêm dando o exemplo ao investir cada vez mais em suas marcas, forçando todo o mercado a reavaliar seus investimentos. Em termos de internacionalização, o destaque para as marcas brasileiras pode acontecer de forma mais natural, auxiliado pelo fato de o Brasil estar "na moda".  As Olimpíadas em Londres poderão dar um gostinho do que representará ao Brasil sediar grandes eventos do esporte, além de fazer aflorar no Brasil o entusiasmo pelo momento. Estamos caminhando para o clímax, e as marcas, tanto do varejo quanto da indústria, precisam estar atentas a este movimento, buscando formas para se posicionar com relação aos eventos. Está aí uma excelente oportunidade para gerar experiências relevantes ao consumidor.

O Brasil começa a experimentar os resultados de uma cultura de desenvolvimento, deixando para trás o perfil de "colônia de exploração". Nossa única opção, neste momento, é aproveitar o período positivo para crescer e profissionalizar os setores mais importantes da economia, cenário que abre grandes oportunidades para o marketing. A incerteza do mercado internacional pode ser utilizada em favor dos investimentos no Brasil.

FONTE: Cidade Marketing
 

Repórter trabalha infiltrado em repartição pública e flagra escândalo de corrupção

Durante dois meses um repórter do Fantástico trabalhou em uma repartição pública. O que ele viu - e gravou - é um escândalo.

Licitações com cartas marcadas, negociatas, combinações indecorosas de suborno, propinas, truques para escapar da fiscalização. Certamente, você já ouviu falar muito de corrupção. Mas hoje você vai conhecer a cara dela. E do jeito mais deslavado.

Durante dois meses um repórter do Fantástico trabalhou em uma repartição pública. O que ele viu - e gravou - é um escândalo. Um retrato de como algumas empresas agem em órgãos do governo para ganhar dinheiro. Muito dinheiro. O nosso dinheiro.


Entre quatro paredes, o que a gente paga em impostos e que deveria ser destinado à saúde, à educação e outros serviços vai parar no bolso de empresários inescrupulosos e funcionários públicos corruptos. Uma vergonha.


A reportagem é de Eduardo Faustini e André Luiz Azevedo.


Empresários abrem o jogo. Licitações fraudadas são mais comuns do que a gente imagina. O desvio de dinheiro público é tratado por eles como coisa normal. E eles confessam que pagam propina. Os valores são milionários.


Você vai se assustar com o truque que eles usam para esconder o suborno.


O Fantástico mostra agora o mundo da propina, da fraude, da corrupção. De um jeito como você nunca viu. E vale a pena você ver: É o seu dinheiro que eles estão roubando.


Nosso objetivo foi descobrir como isso é feito. O Fantástico pediu ajuda à direção de um hospital de excelência, hospital de pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um grande hospital público infantil. Queríamos assumir o lugar do gestor de compras da instituição, acompanhar livremente todas as negociações, contratações, compras de serviços. Saber se existe oferta de propina, pagamento de suborno de um dinheiro que deveria ser sagrado: o da saúde.


Conseguimos. Durante dois meses, nosso repórter Eduardo Faustini frequentou o hospital. Na verdade, foi bem mais do que isso. Ele teve um gabinete aqui dentro. Foi o novo gestor de compras da instituição. Essa informação só era de conhecimento de duas pessoas no hospital, o diretor e o vice-diretor. Para todos os outros funcionários, o nosso repórter era mesmo o novo responsável pelo setor de compras.


“Todo comprador de hospital, a princípio, é visto como desonesto. Acaba que essa associação do fornecedor desonesto com o comprador desonesto acaba lesando os cofres públicos. E a gente quer mostrar que isso não é assim, em alguns hospitais não é assim que funciona”, disse Edmilson Migowski, diretor do Instituto de Pediatria/UFRJ.


As negociações foram todas filmadas de três ângulos diferentes e levadas até o último momento antes da liberação do pagamento. Evidentemente, nenhum negócio foi concretizado, nenhum centavo do dinheiro do contribuinte foi gasto. Só mesmo o tempo dos corruptos é que foi perdido. E eles agora vão ser desmascarados.


Com autorização da direção do hospital, o repórter Eduardo Faustini convocou licitações em regime emergencial. Elas são feitas por convite, são fechadas ao público. O gestor convida quem ele quiser.


Sem nenhuma interferência do hospital, o repórter escolheu quatro empresas, que estão entre os maiores fornecedores do Governo Federal.


Três dessas empresas são investigadas pelo Ministério Público, por diferentes irregularidades. E, mesmo assim, receberam juntas meio bilhão de reais só em contratos feitos com verbas públicas.


Em frente ao repórter gestor de compras, nessas cadeiras, se sentaram diretores, donos de empresas que deram uma triste aula de como se é desviado o dinheiro dos serviços públicos.


Cassiano Lima é gerente da Toesa Service, uma locadora de veículos. Foi convidado para a licitação de aluguel de quatro ambulâncias. Ele começa tomando cuidados.


“Queria saber quem me recomendou”, questiona Cassiano Lima. Mas o desejo de fechar negócio é maior. E ele abre o jogo. “Cinco por cento. Quanto você quer?”, pergunta ele.


Falando em um código em que a palavra "camisas" se refere à porcentagem desviada, Cassiano aumenta a propina.


“Dez camisas, então? Dez camisas?”, sugere.

“Pode melhorar isso, não?”, pergunta o repórter.
“Quinze”, aumenta.

Renata Cavas é gerente da Rufolo Serviços Técnicos e Construções. A empresa tem vários contratos com hospitais.


“Vocês estão trabalhando para o Into?”, pergunta o repórter.

“Into, Cardoso, Ipanema, Lagoa e Andaraí”, responde Renata Cavas.

Ela foi chamada para a licitação de contratação de mão de obra para jardinagem, limpeza, vigilância e outros serviços.


Ela também vai direto ao ponto.


“Eu quero o serviço. Você escolhe o que você quer. Vou fazer. Faço meu preço, boto. Qual é o percentual? Dez?”, questiona Renata.


O repórter quer saber exatamente qual é o valor que a gerente está oferecendo.


“Se eu ganho um milhão e trezentos, eu dou 130. É o normal”, diz. “Dez por cento. É o praxe, mercado é 10%. Se a sua pretensão é 15, ótimo. Você tem que me informar, porque eu vou formatar em cima da sua pretensão”, completa.


O repórter quer saber se a gerente é capaz de aumentar ainda mais a propina.


“Eu pensei em 20%”, diz ele.

“Tranquilo, você manda. Eu quero o serviço”, afirma Renata.

Carlos Alberto Silva é diretor e Carlos Sarres, gerente da Locanty Soluções e Qualidade.


“A gente tem muitos contratos. Tem mais de 2 mil contratos”, informa Sarres.


“Nós temos hoje, aproximadamente, 3 mil clientes nessa área de coleta”, diz Silva.


Foram convidados para a licitação de coleta de lixo hospitalar.


“A gente vai precisar é de preço. É um dos itens mais importantes para gente montar lá”, diz Silva.


“O que você tem para oferecer?”, pergunta o repórter.


“Você fala em matéria de percentual? Percentual, o preço que der, a gente abre para você o custo e a nossa margem, e a gente joga o percentual que você desejar, que você achar que encaixa”, afirma Sarres.


“A margem, hoje em dia, fica entre 15 e 20”, diz Silva.


Os empresários explicam como é feito o pagamento da propina para que ninguém perceba.


“Onde você marcar. Os caras são muito discretos. Nem parece que é dinheiro. Traz em caixa de uísque, caixa de vinho. Fica tranquilo. A gente está acostumado com isso já.”, afirma Sarres.


Quem fala é David Gomes, o próprio presidente da Toesa: “Bateu o crédito na conta. No máximo 48 horas depois, está na sua mão”, conta. “Eu diria que é a maior empresa no ramo de ambulância em atividade no país”, afirma.


Ele veio avalizar todo o acerto que foi feito para o pagamento da propina. “Uma das coisas que eu passo para os meus filhos e que eu aprendi,: eu protejo meu contratante, meu contratante me protege”, diz ele.


O pagamento é sempre em dinheiro.


“Que tipo de moeda?”, pergunta o repórter.


“A que você quiser. Normalmente em real, o real está mandando aí”, explica ele.


Ele oferece outras opções: “Dólar, euro”.


“Como você quiser, até iene. Quer iene?”, diz Renata Cavas.


Ela faz outra visita à sala do suposto gestor, e o repórter Eduardo Faustini pergunta: Qual é o melhor lugar para entregar a propina?


“Shopping, praia. Shopping. Subsolo, discreto. Quinta da Boa Vista! Sensacional. Floresta da Tijuca. Olha aí que bacana”, diz ela.


O suborno pode ser um percentual do valor total. Ou um valor fixo em cima de cada item fornecido.


“Tem gente que não conhece alimentação e diz assim: ‘Figueiredo, eu quero 30%’. Isso não existe em alimentação. Em alimentação, nós temos que considerar a quantidade diária, colocar mais um valor ali em cima, que no montante do mês a coisa vai crescer. Então o que eu vou fazer? Eu vou te apresentar os preços e você vai dizer: ‘Figueiredo, tu vai botar mais xis aí em cima’. Deu para entender? Está claro?”, explica Figueiredo.


Jorge Figueiredo é representante comercial da Bella Vista Refeições Industriais.


“Somos uma empresa aberta para negociação. Forneço para Jardim Zoológico, Guarda Municipal. Forneço para Policia Civil, a gente está em todas”, completa ele.


Ele dá um exemplo de como esse esquema de propina pode chegar a valores absurdos: “Isso é bom quando você está falando de três, como eu tenho aí. Eu tenho fornecimento de 12 mil serviços por dia. Aí, meu irmão. Tu bota 12 mil serviços em um dia, acrescentando mais um real em cada serviço e projeta isso para 30 dias. Aí é o diabo”, diz.


Em um hospital, a palavra emergência deveria servir apenas para classificar um tipo de atendimento. Mas não é assim. Emergência pode ser o código para licitações e concorrências de carta marcada.


“Emergências existem. Um terremoto derruba as pontes, enchentes. Agora, uma coisa que acontece demais são emergências planejadas. Você tem uma repartição pública lá e o sujeito do almoxarifado, juntamente com o diretor, que sempre está conivente, deixa o papel higiênico chegar em um ponto em que ,'amanhã vai acabar o papel higiênico, temos que comprar papel higiênico por emergência!", explica Claudio Abramo, diretor da Transparência Brasil.


Como a lei prevê concorrência, mesmo em licitações em regime emergencial, a empresa que corrompe se oferece para conseguir as outras concorrentes.


“Vou trazer tudo filé. Só empresa boa, de ponta. Vou trazer empresa de ponta, tá?”, garante Renata.


As concorrentes, que fazem parte do esquema, entram com orçamentos mais altos que o da primeira empresa. Entram para perder.


“A gente faz a mesma coisa para eles. Eles pedem para gente a mesma coisa. Da mesma maneira que a gente vai pedir para eles formatarem uma proposta em cima da nossa - a nossa mais baixa - eles pedem para gente fazer isso para eles”, diz Sarres.


“Do jeito que eu cubro aqui, ele me cobre lá. É uma troca de favores”, define Silva.


“É uma troca de favores. Isso é muito normal, tá? É extremamente normal”, garante Renata.


O nosso repórter, que se passa por gestor de compras, pede a presença do dono da empresa para confirmar o pagamento da propina. Rufolo Villar vai ao hospital. Ele confirma que, apesar de não estar no contrato social da Rufolo, é ele mesmo quem manda na empresa.


“Quem existe no contrato social é minha mãe e meu tio. Eu toco a empresa”, diz ele.


“Já fizemos todos os hospitais, de uma vez só, do estado”, garante ele.


Ele fala abertamente sobre o pagamento do percentual da propina. “O mercado pratica 10%, é o normal, é o praxe. Aí tem uma negociação melhorzinha e faz para 15%. Hoje, 20% eu não vejo mais no mercado”, diz.


O empresário diz que este roubo do dinheiro público que o Fantástico está denunciando é comum. O que é uma fraude, ele chama de acordo de mercado.


“Felizmente, nós temos um acordo de mercado. Isso é normal. Eu faço isso direto. Tem concorrência que eu nem sei que eu estou participando”, afirma.


“É a ética do mercado, entendeu?”, diz Renata.


“No mercado, a gente vive nisto. Eu falo contigo que eu trago as pessoas corretas. Vigarista, não quero nunca”, afirma o empresário.


Para comemorar a negociata, ele convida o gestor para o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.


Uma licitação correta, honesta, tem que terminar sempre com a abertura dos envelopes das propostas para afinal se saber quem é o vencedor. Mas na licitação fraudada, isso não acontece. É que os valores de todas as propostas já são acertados previamente.


O representante da Toesa antecipa o que só deveria ser conhecido na abertura dos envelopes. Ele fala em milhares de reais.


“Dois, oito, zero.O nosso, Toesa. O outro é 313”, diz o representante.


A representante da Rufolo faz a mesma coisa.


“Pode abrir? Não lacrei nada. Valor da CNS/ano: 5, 990, 002, 48”, diz Renata.


“O principal para mim: nossos 20%?”, pergunta o repórter.

“Está tudo aí dentro”, garante ela.

No dia do pregão, os representantes das empresas vão ao hospital para completar a farsa.


Preste atenção na cena absurda: a licitação para a contratação de empregados para serviços gerais. A ata é o documento final da licitação. E tem que ser feita por um funcionário público responsável pela concorrência. Mas, lá, o documento oficial é redigido pelos representantes das empresas.


Se o contrato fosse cumprido, a Rufolo receberia R$ 5.184.000. A propina seria de mais de R$ 1.036.800.


A situação se repete na licitação para a escolha da empresa que vai ser respondável pelo lixo hospitalar. Ela está armada para a escolha da Locanty. A empresa conseguiria a verba de R$ 450 mil. O que daria de propina quase R$ 70 mil. E o mesmo acontece na disputa fraudada pela Toesa para fornecimento de ambulâncias. A Toesa ganharia R$ 1,680 milhão pelo contrato. O desvio seria de mais de R$ 250 mil.


Apenas nestes três contratos, o gestor corrupto ganharia quase R$ 1,4 milhão do dinheiro da saúde.


Nós telefonamos para o presidente da Toesa. “Vocês cismam que tem carta marcada e não tem prova para isso. Você tem prova de que existe licitação de carta marcada?”, disse David Gomes, da Toesa.


Durante essa reportagem você viu Cassiano Lima, funcionário de David Gomes, fraudando uma licitação.


Telefonamos também para a empresa Rufolo. É a própria Renata que atende a ligação. Ela diz que o empresário vai falar e marca a entrevista.


No dia marcado, fomos à empresa. Uma secretária avisa que ninguém falaria.


Com Jorge Figueiredo, que no meio da licitação desistiu de disputar o contrato, conversamos por telefone. Ele parece não acreditar. “Só pode ser trote. Para de gozação”, diz ele.


Nós fomos à sede da Bella Vista. Fomos avisados de que não nos receberiam.


E o golpe não termina nem com o fim licitação de emergência, feita por convite. O representante da empresa de coleta de lixo explica como uma fraude pode continuar, mesmo em uma concorrência aberta ao público.


“As empresas que vão participar desse pregão são as empresas que a gente vai fechar, entendeu? Você vai fazer a retirada do edital aqui. Você pode disponibilizar o edital na internet. Mas a retirada do extrato tem que ser aqui. Aí, quando ele retira, tu vai me dizer quem está retirando, entendeu? E deixa o resto com a gente. Aí a gente vai nas pessoas, cara, aí monta tudo, entendeu?”, explica Sarres.


O repórter do Fantástico pergunta por que uma empresa entraria para perder na concorrência.


“Porque existe uma mesa. Pode acontecer. Mas existe uma mesa, você pode ter certeza. Difícil dar errado”, garante Sarres.


O que ele chama de mesa é um acordo para fraudar as concorrências. Nós fomos à sede da Locanty. O gerente Carlos Sarres negou envolvimento nas fraudes.


Carlos Sarres: Desconheço completamente. Isso chega a ser fantasioso.

Fantástico: O senhor não oferece de maneira alguma suborno para o funcionário público.
Sarres: De maneira nenhuma.
Fantástico: O senhor não vem com a licitação já preparada?
Sarres: De maneira nenhuma.

Por email, a Locanty informou que afastou temporariamente o gerente Carlos Sarres.


O ministro-chefe da Controladoria Geral da União, que é um dos principais responsáveis por combater a corrupção nos órgãos federais diz que em oito anos mais de três mil funcionários públicos foram punidos. Ele defende que haja também maior rigor para os maus empresários.


“Existe uma noção pré-concebida contra o funcionário público, que ele é o mau, ele é o corrompível. Enquanto que o empresário, o setor privado, é puro, é eficiente, é eficaz. Associada à noção de que a empresa tem que entrar nesse jogo, porque senão ela não leva vantagem porque as outras vão fazer. Isso distorce o mercado, distorce a competição e no longo prazo prejudica todo mundo”, comenta Jorge Hage, ministro da Controladoria Geral da União.


“A pessoa que rouba da saúde deveria ter o dobro da pena, porque quando você rouba o dinheiro da saúde, você mata as pessoas”, diz Edmilson Migowski.


Eles não sabiam que estavam sendo filmados. Mas sabiam bem o que estavam fazendo.