Temos que usar o "Social Data", pois as pessoas acreditam nas recomendações da sua rede de contatos, bem como têm interesse em contribuir.
Muito já foi falado sobre a importância de se conhecer o
comportamento de compra do consumidor, mas quando tratamos de comércio
eletrônico em tempos de mídias sociais isso se torna cada vez mais
crucial. Cresce o uso de ferramentas de inteligência para identificar
perfis e antever os processos que levarão o cliente a comprar
determinados produtos. Mais importante do que simplesmente mensurar
resultados, acompanhar clicks ou mesmo saber o ROI de cada ação na web é
o estudo aprofundado dos dados para aprimorar e adequar ofertas de
produtos de acordo com o desejo e o momento do consumidor. E nada melhor
do que o mundo digital para permitir isso.
Algumas empresas se utilizam de táticas simples que "perguntam" ao
internauta, de forma lúdica, o que ele prefere dentre algumas
alternativas que lhe são apresentadas, como faz o site de moda OLOOK, em
que você é convidado a indicar suas preferências utilizando, para isso,
fotos de celebridades, looks com diferentes estilos e ao final você
recebe um feed back automático, como por exemplo, "você é uma pessoa bem
sucedida e de estilo clássico" e a partir daí, com o seu consentimento,
passará a receber diretamente, via email, ofertas direcionadas ao seu
perfil, na freqüência indicada.
Isso acaba com o bombardeio de spams que ainda sofremos,
principalmente na era das compras coletivas não segmentadas. Há também
empresas especializadas em desenvolver ferramentas mais avançadas,
baseadas em inteligência como a Socialmetrix, que utiliza dados das
mídias sociais para traçar estratégias de Business Intelligence para as
empresas. Claro, são coisas diferentes, mas tudo isso vai muito além
daquela segmentação sócio-demográfica tradicional, que os profissionais
de marketing sempre usaram e muitos ainda utilizam somente isso.
É a revolução dos dados e a empresa mestre nesse assunto ainda é, sem
dúvida, a Amazon, cujo responsável pela estratégia de análise de dados
dizia que temos que separar o que é "treasure" do que é "trash" nessa
era de obesidade de informações. A regra sempre foi dar suporte aos
consumidores em suas decisões de compra, já dizia o fundador Jeff Bezos.
No Brasil há alguns casos de empresas que tem procurado colocar em
prática de forma eficiente esse aprendizado, como a Netshoes, Magazine
Luiza e Tecnisa. Ajudar as pessoas a comprar, baseando-se na
experiência passada de compra, já é aplicado por muitas empresas, agora,
em tempos de ampla utilização das mídias sociais temos que ir além,
buscando prever futuras aquisições e desejos, identificando através do
comportamento do Shopper online, das pesquisas realizadas, dos
questionamentos, da procura por recomendações e dicas de outros
internautas, etc.
Temos que usar o "Social Data", pois as pessoas acreditam nas
recomendações da sua rede de contatos, bem como têm interesse em
contribuir, em compartilhar e até mesmo em responder pesquisas
pós-compra de determinado produto ou serviço, seja por um interesse
próprio, quem sabe, em receber algum tipo de "bônus" da empresa que está
solicitando a sua opinião, seja porque gostaria de ver aprimorado um
produto ou serviço que costuma utilizar. Utilizando um exemplo na área
de turismo, o cliente poderá responder a um questionário enviado pelo
hotel no qual se hospedou recentemente, desde que perceba o genuíno
interesse da rede em melhorar seus serviços. Não importa qual a
motivação desse cliente, o que importa é o fato de se dispor a
interagir. Por isso a empresa deverá ter uma postura muito transparente
com relação ao processo, informando como os dados serão, ou não,
utilizados, se serão, ou não, compartilhados, etc.
Outro exemplo que demonstra como as pessoas simplesmente desejam
compartilhar experiências é o fenômeno do video hauling, em que
consumidores desembalam produtos recém adquiridos na frente da câmera do
computador e vão fazendo comentários sobre quais foram suas decisões,
suas impressões sobre o preço, o produto, etc. E embora isso pareça um
pouco "bobinho", há hoje algumas verdadeiras estrelas do vídeo hauling,
que podem influenciar muitos consumidores, como uma garota americana de
18 anos (veja juicystar07) que tem mais de 130 milhões de views e mais
de 700 mil pessoas que assinam o seu canal no youtube. Com isso
a pergunta que não quer calar é "você e sua empresa estão preparados
para o comportamento desse novo consumidor, o Social_Consumer?"
FONTE: Cidade Marketing. (Por Sandra Turchi)
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