quarta-feira, 21 de julho de 2010

Para que servem as feiras setoriais afinal?

Descubra o que as empresas esperam quando resolvem participar de eventos de vendas e como fazem para conquistar os visitantes


A cidade de Gramado (RS) ainda não mostrava todo o seu frio quando expositores de diversas marcas de confecção começaram a montar seus estandes para a 3ª edição da Fenim, Feira Nacional de Indústria da Moda Primavera/Verão 2010/2011, que aconteceu em junho passado.

O evento, que abrigou mais de 600 marcas e acontece 2 vezes por ano – uma edição outono/inverno e uma primavera/verão-, tem foco nas vendas e no lançamento das tendências da próxima estação. Caminhando pelos corredores era possível ver diversos atendentes tentando chamar a atenção dos visitantes e vendedores com seus inseparáveis blocos anotando os pedidos de cada cliente.

Mas não é só de acordos, peças vendidas e lucros que vive uma feira como essa. Continuando o passeio, encontramos pequenos desfiles com modelos de lingerie, roupa de baixo e moda praia – sofrendo com o termômetro próximo de 10ºC -, brindes, sacolas e outros chamarizes. “Se eu fosse fabricante, eu não viria vender em feiras. Eu viria para conferir tendências, preços, possíveis parcerias”, afirma Júlio Viana, presidente do evento.

Nesse passeio de três dias pela Fenim, fomos buscar os motivos para uma marca gastar tanto dinheiro num bom espaço dentro do pavilhão de exposições, saber como essas empresas estão inovando na hora de vender – se é que estão inovando – e a razão para a sobrevivência desse tipo de evento em plena era da internet. “Nas feiras é possível fortalecer e lançar novas marcas e também fazer negócios”, afirma Fernando Lucena, presidente do Grupo Friedman, empresa de consultoria em varejo. “Para grandes nomes, criar uma tradição e fortalecer sua marca se torna o essencial, enquanto para pequenas e médias empresas é preciso sair com algum tipo de retorno em termo de negócios.”

Estande da Pitt Jeans
Em nome da tradição e dos clientes
Nossa primeira parada é no estande da Pitt Jeans, marca que surgiu em 1967 em Santa Cruz do Sul (RS), hoje está presente em mais de dois mil municípios brasileiros e é vendida em mais de 2.500 lojas. Além de um estande inspirado em paisagens de Punta del Leste, no Uruguai, onde as fotos do novo catálogo foram feitas, a marca surpreende pelo tamanho... da sacola. Se você nunca participou de uma feira de vendas de confecções provavelmente ficará intrigado com o fato de todos os expositores ofereceram sacolas estampadas com o nome da marca. Se abri-las, provavelmente mudará do “intrigado” para o “desapontado”, já que boa parte vem praticamente vazia, com apenas um panfleto ou brinde solitário.

A sacola da Pitt Jeans facilmente esconderia um bebê recém-nascido – ou até dois. Esse tamanho todo é para se destacar e vencer a concorrência. “Nós usamos essas sacolas grandes para engolir as das outras marcas e porque funcionam como um outdoor móvel”, diz Eduardo Simon, 31 anos, gerente de marketing da marca. “Um antigo cliente que não sabia que estávamos participando do evento veio conversar com a gente só porque viu a nossa sacola na mão de outro visitante.”

Com uma produção média de um milhão de peças por ano e um aumento estimado no faturamento de 30% em 2010, a Pitt Jeans gastou em torno de R$ 80 mil para ter direito a um espaço na feira. “Para nós é uma forma de relacionamento com antigos clientes e a possibilidade de prospectar novos”, afirma Simon. “Participamos de pelo menos duas feiras por ano e nosso objetivo principal não é vender. É uma tradição, uma forma de dar ainda mais credibilidade à marca, e também mostrar a cara da nova coleção.”

Mas a Pitt Jeans sempre repensa sua participação e os valores inclusos nessa estratégia. “O investimento para participar dessas feiras é alto e assusta muito quem está pensando em expor. Sempre reavaliamos nossa presença nesse tipo de evento. Enquanto estivermos conseguindo novos clientes, continuaremos participando.”

Reposicionamento de marca
Com o nome da marca em neon amarelo e vitrines com uma mistura de ambiente urbano e tropical, a dzarm. tentou transmitir aos visitantes da feira um clima descolado com sua nova coleção e mostrar seu reposicionamento no mercado. A grife foi comprada pela Hering em 1998, que viu no negócio uma oportunidade de trabalhar um universo diferente. “Estamos querendo reposicionar a marca, mostrar o seu lado fashion”, diz Cláudio Hering, diretor de vendas da empresa na região Sul. “Nós começamos a dissociar a dzarm. da Hering e esse tipo de evento é muito eficiente nesse sentido. Agora colocamos as duas marcas em estandes diferentes e podemos mostrar como são distintas.”

A dzarm. quer atingir jovens entre 18 e 28 anos das classes A e B e atualmente suas peças são vendidas apenas por lojas multimarcas. “As feiras são muito interessantes em termos de visibilidade e publicidade”, completa Hering. “A diversidade de público também é algo muito atraente e conseguimos apresentar a nova coleção de uma forma muito interessante.”

Ainda assim, o diretor da marca não disfarça a intenção de ganhar com as vendas durante a feira. Por isso, metas são estabelecidas antes do evento. “Entramos sempre com expectativas de superar a feira anterior. Esperamos que nesse evento a dzarm. tenha um crescimento de 30% em relação ao ano passado.”

Prontas para vender
Comparados aos estandes das marcas citadas anteriormente, os espaços da Matuta e da Razon na Fenim poderiam ser descritos como mais simples ou até apagados.

A Matuta surgiu em 1990, trabalhando apenas com lojas próprias em formato pronta-entrega. Em 2004 começou a trabalhar com representantes e a participar de eventos, como feiras e rodadas de negócios. Na Fenim, a empresa montou um espaço pequeno com tecidos brancos caindo das paredes, nada muito chamativo e nada de sacolas.

A Razon, marca de moda jovem com 15 anos de mercado, tinha um espaço um pouco maior no evento, mas também não exagerou na decoração. Dispôs apenas alguns pôsteres com fotos da nova coleção. Mesmo com a falta de um apelo visual maior, as duas marcas foram à feira para vender e lucrar.

“Esperamos bater pelo menos o equivalente a um mês de vendas de uma loja. Não entramos na feira só para trocar figurinhas”, diz Roberto Benedet, 51 anos, dono da Matuta, que teve um faturamento de R$ 5 milhões em 2009 e espera crescer 10% este ano. Além dos lucros, o empreendedor também vê na feira boas oportunidades para adquirir informações valiosas. “Essas feiras, por anteciparem produtos que só serão disponibilizados meses depois, fornecem diretrizes sobre o que pode vender mais e o que pode ficar no estoque. Já saímos daqui preparados para a próxima estação.”

Marcello Said, 37 anos, diretor da Razon, confia na sua equipe para alcançar as metas de vendas. “Usamos brindes, banners e até nossa presença serve de divulgação. Mas o que funciona mesmo é um bom atendimento. Atendentes que ofereçam o produto certo com um preço justo.”

Um meio termo entre vendas e marketing
A Cobra D’Água, marca de surfwear que faturou R$ 40 milhões em 2009 e espera um crescimento de 20% este ano, tentou um equilíbrio entre divulgação e vendas durante a feira. E para isso fez de tudo um pouco, até bancar a ida dos clientes mais fiéis para a feira. “Muitos não podem comparecer porque moram em outras regiões e acabamos revertendo em vendas os gastos de trazê-los”, afirma Célia Vieira, 50 anos, gerente de estilo da marca.

A empresa gastou cerca de R$ 200 mil em um estande amplo e chamativo e participa, em média, de quatro desses eventos por ano. “Nós queremos crescer por meio de licenciamento da marca e achamos que esses eventos ajudam bastante nessa estratégia. Por meio da feira fortalecemos nossos contatos e procuramos novos parceiros”, diz Célia. “Mas também queremos vender, porque participar de uma feira não é barato.”

Como tirar proveito de uma feira
Para os marinheiros de primeiro estande que querem participar de feiras de vendas, algumas dicas importantes para não investir em vão. Primeiro é preciso ter foco e escolher o melhor evento para o seu produto, sempre levando em consideração os gastos. “É impossível logística e financeiramente participar de muitas feiras”, diz o consultor Fernando Lucena.

Lembre-se de que o cliente está ali para se atualizar e conseguir novos contatos comerciais. Para isso, um estande que se destaque é um diferencial. “Vale fazer sorteios, oferecer brindes e promoções, mas não pode ‘viajar na maionese’ e querer algo inexequível, como contratar o ator Thiago Lacerda para um desfile quando o cachê dele vai ser uma grande parcela do valor das vendas feitas no próprio evento”, afirma Lucena.

Na hora de vender, esses eventos ainda seguem o formato tradicional de sentar, conversar e fazer negócios. “Para vender bem nessas feiras é preciso contar com uma equipe objetiva e que tenha sido previamente treinada, para que com algumas perguntas saiba exatamente o que o cliente em potencial quer”, afirma o consultor do Grupo Friedman. Nada de atendentes fazendo o conhecido “corpo mole” ou apenas entregando panfletos e informações padrão.

Não importa se você vai entrar para vender ou fazer marketing. No fim, estar cercado de pessoas rápidas e capazes acaba fazendo a diferença. “Acho que o maior pecado que existe nesse tipo de evento é a falta de cuidado com o treinamento das pessoas que vão trabalhar no estande. Os possíveis clientes não estão ali para perder tempo, então você precisa de uma equipe ágil.”


Por Rafael Farias Teixeira
Pequenas Empresas Grandes Negócios

Como ser a diferença

Hoje nós vivemos em um mundo de iguais. A grande maioria tem um curso universitário, uma pós, um MBA, fala mais de uma língua, etc. Então, como ser a diferença dentro de uma Organização?
Como SER a diferença?
Hoje nós vivemos em um mundo de iguais. A grande maioria tem um curso universitário, uma pós, um MBA, fala mais de uma língua, etc. Então, como ser a diferença dentro de uma Organização?
Vamos pensar em algumas coisas:
1.Seja inteligente. A Organização contrata Inteligências! É isso mesmo, quando você é admitido, o que conta mesmo é a sua capacidade de fazer bom uso das suas inteligências . As empresas não desejam apenas profissionais de bom nível educacional, ,mas que possuam um conjunto especial de comportamentos que os façam diferentes no meio da multidão. E a somatória destas inteligências é que vai dar a esta Organização a vantagem competitiva;
2.Pense. Contribuir com a Organização para alcançar cada vez mais vantagem competitiva, significa colocar a mente para funcionar. As escolas, as empresas, a sociedade em geral não ensinam as pessoas a pensarem, a usar sua capacidade mental. Então saia agora da zona de conforto. Pense fora do quadrado, por mais que isso possa parecer um jargão. Exercite seu pensamento crítico, questione, confronte ideias. Faça acontecer;
3.Não seja estúpido. E cuidado, mas muito cuidado mesmo com a Estupidez Coletiva . Examine seus comportamentos, sua tomada de decisão; gerencie os custos invisíveis que são absolutamente danosos para qualquer empresa e sobre isso pense: Que custo você está gerando? Consigo capitalizar o verdadeiro potencial e poder intelectual que tenho em mãos?
4.Adquira Conhecimento. As inteligências precisam de Conhecimento! Fique ligado 24 horas. Como? Leia, ensine, aprenda. Conhecimento não é banco de escola, nem diploma na mão. Adquirir conhecimento é aquela sede gostosa ao descobrir coisas novas o tempo todo.
5.Descubra sua voz interior. Qual é a sua missão de vida? Para ser diferente você precisa estar na sua trajetória. Precisa saber para onde está indo e o onde quer chegar. Tente agora, escreva – qual é sua missão? A razão pela qual você levanta todos os dias com prazer.
6.Potencialize suas competências. Seja proativo. Não espere tanto dos outros, comece a mudança por você. Então, contribua além do esperado. Por que não servir água gelada no deserto? Vejo muitas pessoas cobrando das Organizações ações voltadas para o seu próprio desenvolvimento. Quando pergunto – E você? O que tem feito por você mesmo? Em geral o silêncio é a resposta. Não se contente com o seu diploma. Faça mais por você mesmo.
7.Tenha paixão. Apaixonar-se pelo que você faz lhe dá condiçôes de fazer tudo cada vez melhor. A paixão está inteiramente ligada ao interesse. Não foi assim que você agiu quando se apaixonou por alguém? Então, tenha interesse pelo seu trabalho, conheça sua Organização, seus processos, políticas, etc. Mostre que você conhece bem o que faz;
8. Tenha foco. Escolhida a trajetória limpe o caminho. Elimine barreiras, principalmente as comportamentais, esteja preparado a cada dia. É como está escrito em A Arte da Guerra - Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas. Ou seja, se você conhece seus recursos, capacidades e valores, não precisa temer.
9.Escolha bem. Alguém disse que somos livres para escolher e prisioneiro das consequencias, então, escolha a partir das suas convicções. Ouça seu coração sem desligar-se da sua razão. É o caminho do meio.
10.Aprenda a planejar. Sem planejamento não há plano que dê certo. Nada pode
ser mais dispendioso que a falta de planejamento. Não faça "planejação". Invista tempo neste quesito.
11.Seja humano. Seja um ser humano cada vez melhor, busque a evolução – cuidado com a involução humana. Educação, cortesia, gentileza, tom de voz adequado, serenidade, respeito e outros comportamentos sempre farão a diferença;
12.Ame. E finalmente AME, porque qualquer ação nossa sem amor não faz sentido.

Autor desconhecido

Emprego na indústria paulista tem melhor início de ano desde 2006

A indústria paulista teve o melhor primeiro semestre em contratações dos últimos cinco anos, segundo pesquisa divulgada na terça-feira (13) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A variação de janeiro a junho deste ano computou alta de 6,61%, superando o ano de 2007, que indicou 6,31% no mesmo período. (confira apresentação abaixo)

O saldo líquido de empregos chega a 154,5 mil, mas Paulo Francini, diretor de Economia das entidades, alerta que parte do estoque deve-se à recuperação. “Vemos um abatimento no vigor de crescimento, em comparação com outros meses, o que de certa maneira já era esperado”, avaliou. “O nível de emprego ainda está 5% abaixo de setembro de 2008 [o auge antes da crise], mas seguimos no processo de retomada, que deve se consolidar no início de 2011.”

A variação de junho (0,62%) também foi a melhor para o mês desde o início da série histórica, em 2006. Descontados os efeitos sazonais, houve crescimento de 0,52% sobre maio. Em relação a junho de 2009, o setor de transformação gerou 91,5 mil vagas a mais (3,81%).

Setores e regiões

Reflexo da acomodação no ritmo de crescimento, 60% dos setores tiveram desempenho positivo em junho – índice que já atingiu 90% em meses anteriores. Das 22 atividades analisadas, 15 mais contrataram do que demitiram no mês, três tiveram saldo negativo de vagas e quatro ficaram estáveis.

As atividades ligadas à produção de açúcar e álcool, que já preencheram 50 mil vagas no ano, agora estão estáveis. Dos 15,5 mil postos abertos pela indústria em junho, 1,7 mil estão ligados ao setor sucroalcooleiro (0,07%), que vem diminuindo anualmente sua participação na geração de empregos. Neste ano, a variação sobre o total de vagas criadas pelo setor no 1° semestre de 2009 é de 41%, índice que já atingiu 60% em 2007.

“Isso acontece devido à mecanização que vai se estabelecendo no campo. Temos cada vez menos vagas ligadas ao corte de cana”, explicou Paulo Francini.

O segmento mais bem colocado no mês foi o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,5%). Em seguida vêm metalurgia (2,1%) e bebidas (2%). Os setores de produtos de minerais não-metálicos e impressão e reprodução de gravações foram os que mais demitiram: ambos fecharam junho com queda de 0,3%. Com saldo bem próximo ficou a fabricação de coque, petróleo e biocombustíveis, com recuo de 0,2% nas vagas.

Entre as diretorias regionais do Ciesp, 21 tiveram bom desempenho no mês, dez registraram saldo negativo de vagas e cinco ficaram estáveis. O destaque fica com Araçatuba (5,92%), região que mais contratou. Matão aparece em segundo lugar com alta de 5,22%, seguida por Cubatão, que avançou 2,69% no período.

Das regiões com desempenho negativo, Presidente Prudente teve o pior resultado de junho, com queda de 1,34%. A segunda região com maior redução de empregos foi a de Santos, com -1,2%. Em seguida vem Jacareí, que recuou 0,9% no índice de emprego.

Radar Industrial - 21.07.10

terça-feira, 13 de julho de 2010

40% do investimento na indústria é para ampliar produção

O segundo motivo para a realização de investimentos em 2010 é o aumento da eficiência produtiva, assinalado por 28% das empresas ouvidas pela FGV

O número de empresas que atribuem a realização de investimentos à capacidade produtiva aumentou nos últimos meses, segundo revela a Sondagem de Investimentos da Indústria realizada entre os meses de abril e maio pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o estudo, no que diz respeito à expansão dos investimentos em 2010, o aumento da capacidade produtiva foi a motivação mais citada por 40% das 789 empresas informantes, o segundo maior porcentual da série iniciada em 1998, inferior apenas aos 50% apurados em abril-maio de 2008. "O aumento da frequência de empresas indicando esta motivação para a realização de investimentos está geralmente associado às boas perspectivas de crescimento do setor industrial", informa a FGV no documento de divulgação da Sondagem.

O segundo motivo para a realização de investimentos produtivos em 2010, de acordo com a Sondagem, é o aumento da eficiência produtiva, assinalado por 28% das empresas. Já o fator substituição de máquinas e/ou equipamentos registrou a maior frequência da série histórica (18%) iniciada em 1998. Além disso, a proporção de empresas que afirmam estar sem programa de investimento em 2010 é de 14%, o menor porcentual da série, empatado com os valores registrados em 2007 e 2008.

De acordo com a Sondagem, a percepção das empresas industriais em relação ao ambiente para a realização de investimentos "modificou-se bastante em relação ao ano passado". Entre 2009 e 2010, o porcentual de empresas que afirmam encontrar dificuldades para realizar investimentos em capital fixo reduziu-se de 87% para 33%. Entre as empresas que percebem entraves à realização de investimentos, segundo a pesquisa, o fator mais lembrado foi a limitação de recursos próprios, mencionado por 42% das empresas, um salto de 7 pontos porcentuais em relação ao ano passado (35%)e a maior proporção da série histórica.

Ainda segundo a Sondagem, mesmo que tenha sido indicado por 26% dos informantes, o fator carga tributária registrou o mais baixo porcentual da série histórica como entrave aos investimentos. O custo de financiamento também foi apontado por 26% das empresas, proporção inferior aos 28% do ano passado. O fator limitativo incertezas acerca da demanda, que havia sido mais citado em 2009, por 50% das empresas, foi indicado por apenas 20% este ano, o segundo menor porcentual da série (o menor foi de 18% em 2008). As citações à limitação de crédito como um fator limitativo aos investimentos também diminuíram em relação a 2009, de 28% para 25%.

Fonte: Agência Estado

Produção industrial cresce em 6 de 14 locais, nota IBGE

SÃO PAULO - A produção industrial registrou expansão em seis das 14 regiões analisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre abril e maio. Sobressaiu o caso do Paraná, que teve ampliação de dois dígitos (17,7%) e compensou a baixa de 15% verificada no quarto mês de 2010.

Também fizeram parte do grupo com elevação da atividade fabril entre abril e maio Bahia (4%), Rio de Janeiro (2,8%), região Nordeste (1,6%), Pernambuco (1,5%) e Minas Gerais (1,1%).

Com decréscimo de 2% ou mais no comparativo mensal, figuraram Rio Grande do Sul (-2%), Amazonas (-2,2%), Goiás (-2,4%), Espírito Santo (-2,8%) e Pará (-2,9%).

Considerando o confronto com maio de 2009, todas as localidades tiveram alta na produção industrial, sendo nove áreas com avanço acima da média nacional, de 14,8% de expansão. Encaixaram nessa situação o Paraná, onde a indústria cresceu 31,3%, a taxa mais alta desde agosto de 1993 (35,2%), e o Espírito Santo, com acréscimo de 26,5%.

Integram a lista ainda o caso da indústria em Goiás (22,5%), Minas Gerais (22,4%), Pernambuco (22%), Ceará (20,2%), região Nordeste (19,9%), Bahia (17,9%) e Amazonas (17,6%).

Nos cinco primeiros meses de 2010, houve perfil generalizado de crescimento, com expansão na produção em todas as regiões. Com aumento acima dos 17,3% verificados pela produção industrial nacional, ficaram Espírito Santo (37,3%), Amazonas (29,4%), Goiás (25,7%), Minas Gerais (24,5%) e Pernambuco (18%).

Por: Juliana Cardoso
Fonte: Valor

terça-feira, 6 de julho de 2010

Consumo de máquinas aumenta 30% este ano

Fernando Puga, do BNDES: ciclo de investimento é saudável, puxado pela força do mercado interno
As empresas brasileiras investem com força na modernização e ampliação da capacidade produtiva neste ano, estimuladas pelas perspectivas positivas para a demanda e pelas condições favoráveis de financiamento. De janeiro a maio, o consumo interno de bens de capital cresceu 30,1% em relação ao mesmo período de 2009, segundo estimativas do BNDES. As taxas mais expressivas aparecem no fornecimento de máquinas para o setor de construção civil, com alta de 156% nos primeiros cinco meses do ano, e para o de infraestrutura, com aumento de 46,9%.

O consumo interno é calculado pela soma da produção e da importação, com a exclusão das exportações, e os dados indicam que tanto a produção local quanto a importação de máquinas avançam rápido. O investimento em novas máquinas amplia a capacidade de produção de uma empresa e, consequentemente, eleva o potencial de crescimento do país no futuro.

Divulgada ontem, a Sondagem de Investimentos da Indústria da FGV indica que esse movimento tende a crescer: 40% das empresas consultadas dizem que a "ampliação da capacidade produtiva" é o principal motivo que as leva a investir em capital fixo, bem acima dos 24% de 2009. Outro ponto importante é que apenas 20% das companhias apontam "incertezas acerca da demanda" como fator que limita inversões - no ano passado, esse percentual era de 50%.

A força do mercado doméstico, em um quadro de alta da renda e do emprego, é o principal estímulo para o investimento em máquinas e equipamentos, diz o chefe da área de pesquisa econômica do BNDES, Fernando Puga. O bom momento do mercado de trabalho impulsiona a construção residencial, beneficiada também por juros baixos, afirma ele. Obras como as do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), acredita Piva, também ajudam o setor de construção.

Além da perspectiva de crescimento forte, o aumento do nível de utilização de capacidade instalada (Nuci) na indústria ajuda a explicar a maior procura por bens de capital, acredita a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara. No caso do setor de material para construção, por exemplo, o Nuci atingiu 91,7% em junho, feito o ajuste sazonal, o nível mais elevado da série da Fundação Getúlio Vargas (FGV) iniciada em janeiro de 1993.

O esgotamento da ociosidade induz as empresas a investir na ampliação da produção, para dar conta de uma demanda maior e não perder fatias de mercado para os concorrentes, diz o economista Edgard Pereira, da Edgard Pereira & Associados (Edap).

De janeiro a maio, o consumo interno de bens de capital "sem rodas" (que excluem equipamentos de transporte como caminhões e ônibus) teve uma alta de 32%, levemente superior ao total, de 30,1%. Os números de bens de capital "sem rodas" mostram de modo mais claro o investimento na compra de máquinas voltadas para aumentar a eficiência e ampliar a capacidade produtiva na indústria.

Puga destaca a evolução do consumo interno de bens de capital voltados para infraestrutura. A produção local desses bens cresceu 46,3% nos cinco primeiros meses do ano, enquanto a importação teve alta de 30,7%. Para ele, os investimentos no setor vão continuar fortes nos próximos anos, tanto por conta de eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, como pelas necessidades de inversões em áreas como a de saneamento.

"Esse crescimento ligado ao mercado interno, com melhora da renda, é bastante positivo para o país" diz ele, notando que a forte procura por automóveis estimula vários setores da economia, como os de aço e plástico. "Já a construção civil é grande demandante de produtos químicos, minerais não metálicos e cimento."

Pereira vê o ciclo atual de modo um pouco menos otimista. Para ele, há projetos mais consistentes e significativos de investimento nas áreas de energia (principalmente os da Petrobras) e de infraestrutura, ao passo que, em grande parte dos segmentos, há muito mais "aumentos incrementais" da capacidade produtiva, estimulados pela redução da ociosidade.

Os analistas destacam a importância do Programa de Sustentação de Investimentos (PSI) do BNDES. Com juros baixos e fim da vigência no fim do ano, o PSI facilitou a decisão de investir de empresas que tinham projetos em carteira e tinham alguma dúvida em fazê-lo, diz Pereira.

Valor Econômico
Sergio Lamucci, de São Paulo
06/07/2010

CNI revê projeções para cima e estima crescimento do PIB em 7,2%

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira (1), uma revisão para cima de suas projeções para alguns dos principais indicadores da economia este ano. (Confira apresentação abaixo)

Pelas novas contas da entidade, publicadas no Informe Conjuntural, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 7,2% em 2010, a produção industrial vai se elevar em 12,3% e os investimentos serão ampliados em 24,5%. Para refrescar sua memória, as previsões anteriores da CNI, de maio último, eram de mais 6% para o PIB, 8% para o PIB industrial e 18% para os investimentos. Bom?

O Informe Conjuntural manteve em 5,4% a estimativa da inflação anual. Prevê um crescimento de 7,3%, este ano, no consumo das famílias (contra estimativa de 6,2% em maio), uma taxa de desemprego ligeiramente menor, de 7% (era de 7,2% na projeção anterior), uma taxa nominal de juros no fim do ano de 11,50% (contra 11% anteriormente) e real de 4,8% (era de 4,6% em maio).

Nas contas públicas, as projeções são de um déficit público nominal de 2,95% do PIB (era de 3,20%); de um superávit primário de 2,60% do PIB (contra 2,35% anteriormente), e de uma dívida pública líquida de 40,9% do PIB (era de 42% em maio).

A CNI projeta uma taxa nominal de câmbio de R$ 1,79 em dezembro (contra R$ 1,77 na estimativa de maio), exportações de US$ 190 bilhões (US$ 5 bilhões a mais sobre a previsão anterior), importações de US$ 180 bilhões (também US$ 5 bilhões acima), resultando num saldo comercial de US$ 10 bilhões. A estimativa do saldo em conta corrente foi revista para um déficit de US$ 54 bilhões (era de US$ 50 bilhões em maio).

E qual o motivo dessa revisão positiva?
Em nota, a CNI informa que as novas estimativas para o crescimento do PIB foram provocadas pelo aumento de 2,7% do Produto no primeiro trimestre deste ano, resultado, por sua vez, impulsionado pelos investimentos. “O crescimento da economia no primeiro trimestre foi muito influenciado pelo aumento dos investimentos”, atesta o Informe Conjuntural, destacando que o volume de investimentos nos três meses iniciais do ano voltou aos patamares anteriores à crise internacional.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, ressalta o ritmo de crescimento dos investimentos. “Vamos fechar 2010 com uma taxa de aumento dos investimentos superior a 2008. A participação dos investimentos no PIB deverá ser recorde, atingindo 19,4%, acima de 2008, recorde até agora”, assinala.

O comportamento dos investimentos nos três meses iniciais do ano foi responsável também, segundo a CNI, pela revisão para 24,5% do crescimento dos investimentos em 2010.

A manutenção da previsão da inflação em 5,4% se explica, diz o Informe Conjuntural, porque o comportamento dos preços não mostra mais sinais de aceleração. Castelo Branco destaca que o aumento de produção por conta da ampliação dos investimentos, melhorando a qualidade do crescimento econômico, não causa pressões inflacionárias. “A inflação continua acima do centro da meta, mas isto foi provocado sobretudo pelos preços dos alimentos e serviços”, afirma.

Radar Industrial
Economia Por Kleber em 2 de julho de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Produção industrial fica estável em maio, aponta IBGE

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador acumulado de 2010 foi 17,3% e o acumulado nos últimos doze meses, em trajetória ascendente desde outubro do ano passado, avançou de 2,3% em abril para 4,5% em maio. Na comparação com abril de 2009, a indústria registrou expansão de 14,8%, sexto aumento consecutivo de dois dígitos nesse tipo de medição. O avanço é decorrente da baixa base de comparação e do incremento no ritmo produtivo nos primeiros meses do ano. O setor de bens de capital cresceu 1,2%, registrando expansão de 42,5% nos últimos 12 meses. Entre abril e maio, o indicador registrou expansão em 16 atividades pesquisadas e recuo em 11. As maiores altas vieram de bebidas (4,4%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (6,1%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (5,7%). As quedas mais expressivas ocorreram em refino de petróleo e produção de álcool (-4,6%), influenciado por paralisações técnicas em refinarias do setor, alimentos (-1,7%), farmacêutica (-4,6%) e produtos de metal (-3%). Na média dos últimos três meses, o índice subiu 0,8%, ritmo menor que o registrado em abril, de 1,3%. A alta foi puxada pelo setor de bens de capital, com 2,6%.
(Fonte: Brasil Econômico - 01/07/2010)

Indústria segue otimista,mas atenta ao efeito da alta de juros no consumo

A indústria de transformação brasileira segue otimista, mas está atenta aos possíveis efeitos que as recentes altas da taxa de juros terão sobre o consumo nos próximos meses. Divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 0,7% em junho. “Há sinais de queda nas expectativas para os próximos quatro meses, mas o nível ainda é alto e mostra que a principal percepção é de otimismo no setor industrial”, disse Aloísio Campelo, responsável pela pesquisa da FGV. “No geral, as expectativas são favoráveis e a indústria continua em ritmo forte, puxada pela expansão do consumo”, diz Campelo. A demanda por produtos industriais permanece firme, apesar da ligeira queda registrada no indicador que mede o grau de satisfação com a demanda interna. Para compensar, hámais otimismo como setor externo. “Os dados mostram que a indústria vai bem e refletem apenas a preocupação com o efeito que as altas da taxa de juros terão sobre o ritmo de crescimento da economia. Mas isso é até bom porque permitirá ajustar a oferta e a demanda, evitando mais pressões sobre a inflação”, diz Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios. Produção e capacidade A pesquisa mostrou ainda que o indicador que mede a produção prevista subiu pelo segundo mês consecutivo após cair entre janeiro e abril e que o nível de utilização da capacidade instalada da indústria ficou em 85,5%. Os estoques, por sua vez, diminuíram no segundo trimestre deste ano. “É prematuro dizer que a queda dos estoques ou o aumento da capacidade pode pressionar mais a inflação”, diz Leite, da Trevisan. “A expectativa de aumento da produção, na verdade, mostra que a situação dos negócios pode melhorar, pois sinaliza expansão da capacidade instalada”, resume Campelo, da FVG.
Fonte: Brasil Econômico - 01/07/2010

Confiança de pequenos e médios negócios no futuro da economia bate recorde

Índice que foi criado em 2008 e mede as expectativas de investimentos e lucros das PMEs para o próximo trimestre subiu para 75,4

As pequenas e médias empresas esperam pelo terceiro trimestre de 2010 com otimismo na economia do país, no próprio setor de atividade e no desempenho individual. É isso que atesta o Índice de Confiança de Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN), divulgado nesta terça-feira (29) pelo Grupo Santander Brasil e pelo Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, que realizam a pesquisa desde 2008. O IC-PMN, que está na sétima edição e é divulgado a cada trimestre, pretende avaliar a expectativa do pequeno e médio empresário em relação a seis itens: o próprio lucro, faturamento, contratação de empregados, investimento em infraestrutura, desempenho de seu ramo de atividade e da economia como um todo. Para o terceiro trimestre deste ano, o IC-PMN atingiu o valor de 75,4, o maior já alcançado.

Foram pesquisadas 1.200 empresas com faturamento de até R$ 30 milhões de todo o país, dos setores de indústria, comércio e serviços. O índice varia de zero a 100, sendo 100 o nível máximo de confiança. “Os bons números são resultado do momento econômico atual, com destaque para o crescimento do consumo interno e do aumento do poder aquisitivo da classe C”, diz Ede Viani, diretor de pequenas empresas do Santander. “Em função da recuperação e crescimento do faturamento dos pequenos e médios empresários, esperamos aumento na demanda por crédito”, afirma.

O índice de confiança também foi dividido por setor da economia. O setor de serviços registrou 75,7 pontos; o de comércio, 75,5; e a indústria alcançou 74,3. Ainda de acordo com o levantamento, os empresários mostraram mais confiança no crescimento de seu faturamento (79,4 pontos), de seu ramo de atividade (78,0 pontos) e dos lucros (77,0 pontos). Assim como nas edições anteriores, o índice que mostra a previsão de novas contratações obteve a menor pontuação, 70,5. O índice que aponta a confiança na economia foi o único que registrou redução, com queda de 2 pontos, para 75,6.

Mais estabilidade gera mais crédito

“O índice passou o patamar pré-crise e isso atesta que já superamos seus efeitos. Em comparação com números de crescimento internacionais, o Brasil está muito bem”, afirma José Luiz Rossi, professor do Insper. De acordo com ele, o otimismo do pequeno e médio empresário é reflexo de uma grande estabilidade interna, relacionada à política, à inflação e ao PIB. Fato que comprova essa sensação de estabilidade é a intenção dos empresários de mexer nos preços: 67% não pretendem alterar o valor que cobram por seus produtos e serviços, 23% disseram que vão aumentar, e 7% vão reduzir o valor.

“Na medida em que aumenta a estabilidade da economia, haverá maior disponibilidade de crédito a longo prazo”, diz Viani. Segundo ele, os bancos devem oferecer empréstimos mais a longo prazo, já que é maior a garantia de que a situação econômica não vá mudar. “Com maior oferta de crédito de longo prazo, teremos mais condições que propiciem o desenvolvimento do empreendedor”, afirma Danny Claro, professor do Insper. “Será mais fácil adquirir crédito para começar um negócio, e as pequenas e médias empresas nascerão muito mais estruturadas”, afirma.

Junto com a expectativa para o próximo trimestre, a pesquisa avaliou quais deveriam ser as prioridades do próximo governo na visão dos empresários. A maioria, 56%, afirmou que devia ser a reforma tributária; 19% enfatizaram a redução da taxa de juros (Selic); e 15% reclamaram da falta de qualificação do trabalhador.

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01.07.10