quarta-feira, 21 de julho de 2010

Emprego na indústria paulista tem melhor início de ano desde 2006

A indústria paulista teve o melhor primeiro semestre em contratações dos últimos cinco anos, segundo pesquisa divulgada na terça-feira (13) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A variação de janeiro a junho deste ano computou alta de 6,61%, superando o ano de 2007, que indicou 6,31% no mesmo período. (confira apresentação abaixo)

O saldo líquido de empregos chega a 154,5 mil, mas Paulo Francini, diretor de Economia das entidades, alerta que parte do estoque deve-se à recuperação. “Vemos um abatimento no vigor de crescimento, em comparação com outros meses, o que de certa maneira já era esperado”, avaliou. “O nível de emprego ainda está 5% abaixo de setembro de 2008 [o auge antes da crise], mas seguimos no processo de retomada, que deve se consolidar no início de 2011.”

A variação de junho (0,62%) também foi a melhor para o mês desde o início da série histórica, em 2006. Descontados os efeitos sazonais, houve crescimento de 0,52% sobre maio. Em relação a junho de 2009, o setor de transformação gerou 91,5 mil vagas a mais (3,81%).

Setores e regiões

Reflexo da acomodação no ritmo de crescimento, 60% dos setores tiveram desempenho positivo em junho – índice que já atingiu 90% em meses anteriores. Das 22 atividades analisadas, 15 mais contrataram do que demitiram no mês, três tiveram saldo negativo de vagas e quatro ficaram estáveis.

As atividades ligadas à produção de açúcar e álcool, que já preencheram 50 mil vagas no ano, agora estão estáveis. Dos 15,5 mil postos abertos pela indústria em junho, 1,7 mil estão ligados ao setor sucroalcooleiro (0,07%), que vem diminuindo anualmente sua participação na geração de empregos. Neste ano, a variação sobre o total de vagas criadas pelo setor no 1° semestre de 2009 é de 41%, índice que já atingiu 60% em 2007.

“Isso acontece devido à mecanização que vai se estabelecendo no campo. Temos cada vez menos vagas ligadas ao corte de cana”, explicou Paulo Francini.

O segmento mais bem colocado no mês foi o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,5%). Em seguida vêm metalurgia (2,1%) e bebidas (2%). Os setores de produtos de minerais não-metálicos e impressão e reprodução de gravações foram os que mais demitiram: ambos fecharam junho com queda de 0,3%. Com saldo bem próximo ficou a fabricação de coque, petróleo e biocombustíveis, com recuo de 0,2% nas vagas.

Entre as diretorias regionais do Ciesp, 21 tiveram bom desempenho no mês, dez registraram saldo negativo de vagas e cinco ficaram estáveis. O destaque fica com Araçatuba (5,92%), região que mais contratou. Matão aparece em segundo lugar com alta de 5,22%, seguida por Cubatão, que avançou 2,69% no período.

Das regiões com desempenho negativo, Presidente Prudente teve o pior resultado de junho, com queda de 1,34%. A segunda região com maior redução de empregos foi a de Santos, com -1,2%. Em seguida vem Jacareí, que recuou 0,9% no índice de emprego.

Radar Industrial - 21.07.10

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