terça-feira, 3 de abril de 2012

Manifesto: Marcas que conversam

A gente se lembra do carro que fomos para escola na primeira vez. O primeiro filme no cinema. O tênis que calçamos no dia do primeiro beijo. A primeira viagem para o exterior e todas as coisas legais que compramos. A loja em que conseguimos achar o presente do primeiro namorado(a) sério. Quando começamos a usar óculos escuros. A gente via tudo isso nos filmes, nos corpos de gente famosa, na TV e na rua. Nossa atitude e nossa história foi moldada junto com essas lembranças.

As marcas e instituições fazem parte da nossa vida. Mas elas estavam lá, do outro lado, eram uma ideia na cabeça da gente, uma vontade de ser. Nunca fomos realmente próximos, nunca pudemos perguntar várias coisas. Logo, a gente que, sempre nos identificamos tanto, ou não nos identificamos em nada, queríamos apenas que as marcas mudassem e se parecem mais com nós mesmos.

O século passou, o mundo mudou. Governos caem. Jovens vão para as ruas. O planeta pede socorro. A tecnologia permite-nos gritar juntos. E juntos somos mais e queremos nossas marcas lá, concordando ou discutindo, vivendo no mesmo mundo que a gente vive. Apoiando nossos ideais, nossas vidas.

Não importa mais os "canais" que escolhemos para disseminar nossas ideias. Eles são muitos e estão disponíveis no bolso de cada indivíduo, aguardando uma boa causa para defenderem ou uma causa para detonarem. A convergência de dispositivos digitais misturou-se com os aparelhos que temos em nossas casas e agora a informação chega de qualquer jeito, mesmo que um governo tente bloquear a Internet para impedir que o mundo tome conhecimento de atrocidades. Estamos conectados, trocando informações e formando novas opiniões em um caldo global de pensamento. Como diria a conhecida frase de Victor Hugo: "Não há nada tão poderoso como uma Ideia, cujo tempo chegou". E atualmente, essas ideias são mais fortes ainda, pois ganham a proporção de uma multidão, unida através destes canais, buscando tornar realidade seus desejos.

Somos todos indivíduos, tentando tornar esse mundo um lugar mais legal para se viver. Com mais felicidade, mais prosperidade, mais autoestima. Não queremos mais as marcas como ideias. Queremos marcas de mãos dadas. Que participam, que respondem, que criticam, que compartilham, que sabem contar histórias sobre si mesmas e sobre sua visão de mundo. Como sempre fizemos. Isso mesmo, marcas que possam sentar à mesa e ter o que dizer, defender pontos de vista.

Queremos nossas marcas assim. Onde as coisas acontecem. Onde o mundo gira

Marcas que conversam. Talking Brands!
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Bruno Rufino é diretor de planejamento da Digital Group e membro do Comitê Regional Brasília do IAB Brasil. b.rufino@digitalgroup.com.br

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