Outro dia referi aqui que um dos maiores desafios do desenvolvimento brasileiro é o aumento da produtividade da economia.
A produtividade é uma das variáveis mais decisivas para o
desenvolvimento de longo prazo: indica o que um país consegue obter de
riqueza com a mesma quantidade de capital ou de trabalhadores.
O Brasil enfrenta uma situação muito ruim neste quesito, quando
comparado com outros países, sejam eles desenvolvidos ou em
desenvolvimento.
De acordo com o Índice de Competitividade Global, do Fórum Econômico Mundial, aparecemos apenas em 53º lugar.
Já no conhecido ranking Doing Business, do Banco Mundial, estamos na 126ª posição; em 2012, perdemos seis posições.
Por fim, no índice Global de Inovação, da Organização Mundial de
Propriedade Industrial, estamos na 58º posição, seis posições abaixo de
2011.
Estudo elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial, da
FIESP, mostra que entre 1950 e 2009, a produtividade da economia
brasileira cresceu 1,3% ao ano. Com esse índice ficamos em 11º lugar
entre as 100 economias analisadas, abaixo do Japão, China, Estados
Unidos, Espanha e Coréia do Sul.
Quando olhamos para o que aconteceu nesses países, quase todos tiveram
“saltos” de produtividade em algum período recente. O Japão aumentou a
produtividade em 5,8% ao ano na década de 60; a Coréia cresceu 2,9% ao
ano na década de 80 e a China aumentou a produtividade em 4,7% ao na
década de 90.
Nas economias maduras, um crescimento constante de produtividade ao
redor de 2% é suficiente. Nos países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento é preciso aumentar a produtividade num ritmo mais forte
para que suas economias alcancem o patamar dos países desenvolvidos. Foi
isso que esses países fizeram.
As causas da baixa produtividade são várias: falta de mão de obra
qualificada, pouco investimento em pesquisa, infraestrutura deficiente,
burocracia e alto custo tributário, entre outras.
Mas há uma causa que talvez supere todas as outras em importância: a
ausência de uma cultura de inovação. No Brasil, com exceção de grandes
empresas que há anos voltaram-se para a competição em escala global,
como a Embraer, a maioria continua acreditando na ajuda estatal para
resolver ou amenizar seus problemas de competitividade.
Quando a crise aperta, os empresários vão correndo pedir mais
benefícios governamentais. Esse comportamento, ao invés de resolver,
agrava o problema pois a ajuda estatal nunca é suficiente e, o pior,
inibe ainda mais a inovação.
Um dado evidencia o quanto esse problema é grave: no Brasil apenas 25%
do total dos pesquisadores trabalham nas empresas privadas com dedicação
integral, contra 57% na Alemanha, 76% na Coreia e 61% na China. Aqui, a
maioria dos pesquisadores (67%) ainda é empregado do governo.
FONTE: AdOnline
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