terça-feira, 12 de junho de 2012

A desconexão entre marcas, pessoas e agências

*Por Newton Alexandria
Este post é mais uma provocação do que uma análise. Há integração entre o que a agência faz online pela marca e o que esta faz efetivamente no offline?
Estive vendo alguns slogans de agências digitais e de comunicação em geral. Muitas exaltam, em suas chamadas, a questão da humanização das marcas, da aproximação de marcas e pessoas, do relacionamento, do engajamento. Mas será que as empresas estão em sinergia com o pensamento e com as práticas das agências?
Minhas experiências e de outros profissionais próximos me fazem crer que a dificuldade de integração de agências e empresas nesse objetivo reside principalmente em duas questões fundamentais: não cuidar do offline antes de adotar o online e encarar as mídias sociais como se a principal utilização corporativa delas fosse prospecção de vendas.
A agência faz todo o trabalho bonitinho de blogagem, pauta, produz e revisa conteúdos; faz todo o gerenciamento dos perfis da empresa nas mídias sociais, com recomendações de links, reporta as mensagens diretas para o atendimento da empresa, mas as soluções e as respostas não chegam aos clientes e prospects que interagem com a empresa pela web. E agora? Como fazer?
A mensagem seguinte, de um amigo no Facebook, parece até engraçada.
“Cliente que liga reclamando que você não está fazendo as mídias sociais bombarem porque ele quer vender.”
Paciência e bom senso a esse cliente, que ele merece.
Esse cliente acabou de entrar no ônibus e já quer sentar na janela. É isso mesmo? Ou eu estou errado?
Conteúdo, consistência, relevância, relacionamento… Tudo isso foi pro espaço?
Fiquei questionando: meu Deus, como é que as mídias sociais vão bombar no primeiro mês, sem amigos, sem followers, sem advogados da marca, sem consumidor engajado? Por outro lado, pensei: a agência desse meu amigo do Facebook não evangelizou e explicou as etapas nas mídias sociais para esse cliente? Ou será que o apelo pra fechar um contrato foi tamanho que prometeram que as mídias sociais – sozinhas – fariam aumentar as vendas logo na primeira semana, como uma promoção de vendas explosiva?
A provocação/reflexão é essa: as agências podem cuidar perfeitamente das mídias sociais, do online, do remoto. Mas, e quando for para o físico, para o offline, onde a comunicação não é persuasiva e a marca continua fraca, onde o atendimento é precário, onde o pós-venda inexiste, onde as reclamações de tão rotineiras são relegadas ao esquecimento?
Como lidar com essa questão e tentar resolver a falta de sinergia e identidade?
Tem acontecido na sua agência, na sua empresa?
*Newton Alexandria é articulista do Mídia Boom

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