sexta-feira, 29 de junho de 2012

Competitividade da economia brasileira

O Brasil está em 46º lugar no Índice de Competitividade Mundial 2012. Caímos duas posições.
O índice é elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), uma escola suiça de negócios sem fins lucrativos. O ranking leva em conta o comportamento do PIB, taxa de juros, inflação e os resultados de uma pesquisa feita com executivos que trabalham no país. Ele é dividido em quatro grandes temas: Performance econômica,  Eficiência do governo, Eficiência dos negócios e a Infraestrutura.
Desde que foi criado o índice, em 1989, o Brasil ocupa uma das últimas posições.  As primeiras 10 são ocupadas por Hong Kong, EUA, Suíça, Singapura, Suécia, Canadá, Taiwan, Noruega, Alemanha e Qatar. Entre os Brics, a melhor colocação foi alcançada pela China (19º lugar), seguida pela Índia (32º). Só depois vem o Brasil seguido pela Rússia. 
Os principais motivos que explicam a queda do Brasil em 2012 são: baixa atividade econômica, protecionismo e baixo crescimento das exportações com valor agregado.
Uma das  causas do nosso mau desempenho econômico reside no fato de que, após a crise de 2008, a política governamental foi direcionada, quase que exclusivamente, para o estímulo da demanda.  O reflexo surgiu em 2010, quando a economia cresceu 7,5%. Em 2011, tivemos crescimento de 2,7% e as projeções para 2012 indicam variação abaixo de 3%. Parece evidente que o ciclo de crescimento baseado no estímulo ao consumo está se esgotando.  
Estamos cometendo o erro de sempre. Em nome das  urgentes providências de curto prazo, estamos dando pouca atenção às medidas de ajuste estrutural, principalmente as reformas trabalhista, tributária e previdenciária com vistas à elevação da taxa de investimento e da produtividade. Da mesma forma, deixamos em segundo plano o enfrentamento das enormes carências da infraestrutura nacional.  
Há grande concordância entre os economistas que o crescimento da economia brasileira acima de 5% exige o aumento da taxa de investimentos – no jargão técnico a Formação Bruta de Capital - para algo como 25% do PIB. Hoje não passa de 18%. O crescimento corrente é largamente dependente do aumento do consumo e não da taxa de investimentos. Por isso, ele é insuficiente.
O Brasil foi exitoso na estabilização monetária e nas micro reformas levadas a efeito nos anos 1990, entre as quais podemos citara Lei de Responsabilidade Fiscal, o fim dos monopólios  de energia e telecomunicações, o saneamento do sistema financeiro nacional, a criação das agencias reguladoras e a adoção do sistema de metas de inflação e da autonomia do Banco Central. Nos anos 2000, tivemos novos avanços, especialmente, a manutenção da política de superávits primários e os progamas federais de transferência de renda.
No entanto, pouco fizemos na retomada dos investimentos públicos em infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento, componentes decisivos de uma política de elevação da produtividade e da competitividade da economia brasileira. Claramente nos falta um programa de investimentos de médio e longo prazo.  

FONTE: AdOnline

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