O Brasil está em 46º lugar no Índice de Competitividade Mundial 2012. Caímos duas posições.
O índice é elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), uma escola suiça de negócios sem fins lucrativos. O ranking leva
em conta o comportamento do PIB, taxa de juros, inflação e os
resultados de uma pesquisa feita com executivos que trabalham no país.
Ele é dividido em quatro grandes temas: Performance econômica,
Eficiência do governo, Eficiência dos negócios e a Infraestrutura.
Desde que foi criado o índice, em 1989, o Brasil ocupa uma das últimas
posições. As primeiras 10 são ocupadas por Hong Kong, EUA, Suíça,
Singapura, Suécia, Canadá, Taiwan, Noruega, Alemanha e Qatar. Entre os
Brics, a melhor colocação foi alcançada pela China (19º lugar), seguida
pela Índia (32º). Só depois vem o Brasil seguido pela Rússia.
Os principais motivos que explicam a queda do Brasil em 2012 são: baixa
atividade econômica, protecionismo e baixo crescimento das exportações
com valor agregado.
Uma das causas do nosso mau desempenho econômico reside no fato de
que, após a crise de 2008, a política governamental foi direcionada,
quase que exclusivamente, para o estímulo da demanda. O reflexo surgiu
em 2010, quando a economia cresceu 7,5%. Em 2011, tivemos crescimento de
2,7% e as projeções para 2012 indicam variação abaixo de 3%. Parece
evidente que o ciclo de crescimento baseado no estímulo ao consumo está
se esgotando.
Estamos cometendo o erro de sempre. Em nome das urgentes providências
de curto prazo, estamos dando pouca atenção às medidas de ajuste
estrutural, principalmente as reformas trabalhista, tributária e
previdenciária com vistas à elevação da taxa de investimento e da
produtividade. Da mesma forma, deixamos em segundo plano o enfrentamento
das enormes carências da infraestrutura nacional.
Há grande concordância entre os economistas que o crescimento da
economia brasileira acima de 5% exige o aumento da taxa de investimentos
– no jargão técnico a Formação Bruta de Capital - para algo como 25% do
PIB. Hoje não passa de 18%. O crescimento corrente é largamente
dependente do aumento do consumo e não da taxa de investimentos. Por
isso, ele é insuficiente.
O Brasil foi exitoso na estabilização monetária e nas micro reformas
levadas a efeito nos anos 1990, entre as quais podemos citara Lei de
Responsabilidade Fiscal, o fim dos monopólios de energia e
telecomunicações, o saneamento do sistema financeiro nacional, a criação
das agencias reguladoras e a adoção do sistema de metas de inflação e
da autonomia do Banco Central. Nos anos 2000, tivemos novos avanços,
especialmente, a manutenção da política de superávits primários e os
progamas federais de transferência de renda.
No entanto, pouco fizemos na retomada dos investimentos públicos em
infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento, componentes
decisivos de uma política de elevação da produtividade e da
competitividade da economia brasileira. Claramente nos falta um programa
de investimentos de médio e longo prazo.
FONTE: AdOnline
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