Novos dados publicados nos últimos dias indicam que o problema da
inadimplência é mais grave do que parece: 27% do total das operações
realizadas com cartão de crédito estão com atraso de mais de 90 dias.
São 10 bilhões de reais que deixaram de ser pagos aos bancos e às
operadoras de cartão.
O endividamento já atinge 32% das famílias brasileiras, de todas as
classes sociais. Um terço das famílias com renda entre 1 e 10 salários
mínimos está envolvida em dívidas.
O comprometimento da renda com pagamento de juros e amortizações chega a
22% de tudo o que ganham as famílias. O endividamento é recurso que as
pessoas têm para antecipar algum gasto futuro ou adquirir um bem de alto
valor. Quando usado descontroladamente, no entanto, principalmente para
financiar gastos correntes, por exemplo as compras do dia a dia, leva
fatalmente à problemas graves.
Por definição, uma dívida é a antecipação de um gasto futuro. Por isso,
além de comprometer a renda presente, as dívidas representam um claro
limite ao endividamento nos próximos anos. Afinal, antes de fazer novas
dívidas, é preciso pagar as antigas.
Há pelo menos dois fatores que contribuíram para a formação deste quadro de endividamento generalizado.
O primeiro deles é a crença dos consumidores de que a economia
brasileira continuaria em boas condições. Que o emprego e a renda
continuariam crescendo como nos últimos anos. Otimistas, foram as
compras de modo descontrolado.
Em segundo lugar, os consumidores foram e ainda estão sendo induzidos a
comprar mais do que o necessário pela propaganda da queda das taxas de
juros. O consumidor confundiu propaganda com realidade: os juros, de
fato, caíram em algumas linhas de crédito, mas essa queda ainda não
chegou no cartão de crédito nem no financiamento das compras no varejo.
Eles continuam astronômicos: o sujeito compra uma geladeira financiada
em 12 meses e paga duas.
Agora, as famílias não tem outra coisa a fazer senão apertar os cintos.
E o governo, se quiser manter o crescimento econômico, precisa abrir
novas frentes de expansão. Que tal mais investimentos em estradas,
portos, hospitais, escolas.....?
FONTE: AdOnline
Nenhum comentário:
Postar um comentário