Por: Lucio Pacheco
Quando a economia americana cresceu no pós-guerra e com ela decolou o
marketing e a publicidade, as pesquisas apontavam que a mulher dona de
casa, na sua maioria, tinha objeções aos eletrodomésticos que surgiam,
pois iriam tirar dos seus afazeres a tarefa de manter a casa no American way of life,
mudando o seus papéis. As pesquisas identificaram e as agências
responderam com campanhas que diziam para elas que o tempo que se
levava lavando roupa, batendo bolo, tirando o pó ou dando um lustre no
piso, poderia ser dedicado á família, ao marido, etc. Era o discurso das
marcas.
Ainda nessa linha, lembramos de campanhas recentes que as marcas
ofereciam pagar as nossas contas no banco, sem a nossa presençapara
termos mais tempo ao lazer e tocar coisas boas da vida. O computador
estava na última tábua dessa promessa, mas a chegada da
mobilidade, além de sugar o tempo para atividades on-line, através de jogos, informações diversas, músicas, filmes, entretenimento.
O surgimento do SMS, do texto de 140 toques, acesso à caixa postal de
e-mails e outros tantos meios, não só levou embora o prometido tempo que
sobraria das tarefas automatizadas e eletrônicas, como está sugando
mais tempo, quando coloca o telefone como uma plataforma que faz de tudo
inclusive ficar ligado ao trabalho.
O conceito hoje é inverso da época e a mulher está em todos lugares e,
muito pouco em casa. Em vez de ganharmos, mais tempo, está sendo
oferecido formas de subtrair ele, aproveitando os deslocamentos nas
ruas, transporte, lazer, férias, etc. Em troca, a possibilidade de vc
levar o seu mundinho no bolso e estar ligado ao mundão das imagens e em
inúmeras possibilidades de comunicar-se e ser comunicado, como nas Redes
Sociais. E se escuta muito a expressão : o
tempo está passando muito mais rápido.
FONTE: AdOnline
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