segunda-feira, 6 de maio de 2013

Redes independentes buscam parceiros

Por: Felipe Turlão

Thenetworkone e Icom+IN realizam encontros no Brasil na próxima semana

Julian Boulding, presidente da Thenetworkone, espera desenvolver negócios no Brasil
Julian Boulding, presidente da Thenetworkone, espera desenvolver negócios no Brasil Crédito: Divulgação

Algumas das principais redes de agências independentes do mercado mundial estão levando a cabo seus planos para expandir a atuação para novos mercados e segmentos. E as agências de médio porte do Brasil estão na mira delas. Prova disso é que duas grandes redes realizam na próxima semana encontros de seus membros na cidade de São Paulo. A primeira é a Thenetworkone, que tem 106 escritórios e que realiza encontro pela primeira vez na América Latina seus principais executivos se reúnem nos dias 16 e 17, no hotel Grand Hyatt. “Precisamos expandir a rede porque muitos clientes de lugares como a Europa, especialmente Espanha e Portugal, estão interessados em desenvolver suas atividades na América Latina. E suas agências precisam de parceiros locais. Por isso, estamos muito abertos a encontrar novas alianças no Brasil”, aponta Julian Boulding, presidente da rede que tem parcerias com diversas agências brasileiras de diversos portes, como Fischer & Friends, Giacometti, Santa Clara, Repense, Agência Ideal e TV1.
A outra reunião será da Icom+IN, que tem parceria com a Rino e a consultoria de branding Brandia Central, liderada por Luis Grottera. O encontro se dará entre os dias 14 e 17, no hotel Renaissance. “A ordem da holding é ter apenas uma agência por mercado. Mas se houver alguma oportunidade, como uma agência digital ou de outra especialidade que venha a agregar conhecimento, eles buscarão uma parceria sim”, diz Rino Ferrari Filho, presidente da Rino. A Brandia chegou à rede por conta da fusão, em julho de 2012, da Icom com a IN, da qual a consultoria fazia parte.
As agências brasileiras possuem parcerias com outras holdings desse tipo. Outra gigante do setor, a Taan tem acordo com a Opus Multipla, assim como a Worldwide Partners, que atua em parceria com a The Group, de marketing promocional, e a Heads, de publicidade. “A procura da rede pela participação de mais agências em novos países e em disciplinas que sejam complementares tem crescido. A Heads, por exemplo, entrou para a rede após uma indicação minha. Também podemos pensar em empresas de segmentos como relações públicas ou digital”, diz Fernando Guntovitch, presidente da The Group e membro do board global da Worldwide Partners, que possui 93 parceiras em cerca de 60 países do mundo, e US$ 3,4 bilhões em faturamento. “Se fossemos uma holding como WPP e Omnicom, seríamos a nona maior do mundo”, aponta o publicitário.

Como funcionam as redes independentes

Imagine que você possui uma agência de médio porte que não atrai interesse de grandes holdings como WPP, Omnicom e Publicis. Como você pode se adequar a um mundo onde é mandatório estabelecer pontes com empresas de outras especialidades e outros países? Para preencher esse buraco, existem as redes de agências independentes.

Trata-se de um modelo no qual as agências locais têm uma pequena e igualitária participação na parceira global que não tem fins lucrativos. O dinheiro pago pelas agências é reinvestido na alimentação de um escritório central com não mais que 10 pessoas, em sites de compartilhamento de cases e conteúdos, e na realização de encontros globais e regionais. É exatamente o oposto dos grupos tradicionais, que compram participação nas empresas que fazem parte dele e tem todos os fins lucrativos possíveis para alegrar seus acionistas.
Associar-se a esse tipo de estrutura têm pontos positivos e negativos e cabe aos donos de cada agência entender se vale a pena. A começar pelo valor que se paga: estima-se que a taxa anual fazer parte delas gire em torno de US$ 15 mil a US$ 25 mil.
As redes independentes de agências, no entanto, não conseguem ajudar tanto às suas associadas na essência de qualquer negócio, já que, muito raramente, conseguem causar um impacto direto e relevante nas receitas das agências-sócias.

Em relação aos benefícios indiretos, um deles é a possibilidade de ajudar clientes globais em suas comunicações para o País, ampliando o relacionamento com marcas às quais, em condições normais, não teriam acesso. “As marcas precisam de parceiros com ideias de fato locais e presença ativa no mercado. Na era das mídias sociais, o valor de campanhas globais que sejam exatamente as mesmas em todos os lugares tem se reduzido”, aponta Boulding, da Thenetworkone.
Para Ferrari, o suporte da rede oferece duas grandes benesses. A principal é a gerencial, em que os parceiros o ajudam a entender onde a agência está ganhando dinheiro, ou o que está fazendo de errado. “Há ainda um objetivo secundário de troca de informações, de dados para a concorrência por um novo negócio. Se um shopping center coloca a conta em disputa, a agência pode se informar na rede com parceiros que tenham experiência nesse segmento, por exemplo”, explica.
Existe ainda um componente importante, quando se considera que a maior parte das agências dessas redes tem porte médio. “A primeira função da rede é fazer você deixar de se sentir solitário. É confortável pensar que tenho amigos em 100 países”, explica Ferrari. “A coisa de você não se sentir sozinho no mundo é importante, ainda mais nos dias de hoje. Podemos conhecer agências de todos os países com facilidade”, concorda Guntovitch.

FONTE: Meio e Mensagem

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