Por: Julio Ribeiro
Depois de um feriado “de pé quebrado”, em que tive tempo de ouvir um
pouco mais de rádio, zapear pela tevê e ver alguns DVDs, ai vão alguns
tiros que se fazem necessários:
- Eu não me lembro de ter ouvido, alguma vez, um comercial de rádio tão
ruim, mas tão ruim, como o das lojas Multisom para o Dia das Mães. São
produções colegiais, sem querer ofender a gurizada de 14/15 anos que,
certamente, criaria coisa melhor. São duas “peças” naquele estilo
preguiçoso de dar o briefing com diálogos inverossímeis e idiotas. Nos
comerciais, dois adolescentes (a outra “peça” repete o roteiro, trocando
os adolescentes por duas crianças) falam sobre ideias de presentes para
suas mamães, e ai um deles indica a Multisom, que tem tudo. O outro
fecha com aquele tradicional “ah, vou lá amanhã mesmo..”. Não sei qual
foi a agência que criou essa “maravilha”, nem sei se a Multisom tem
agência de publicidade, mas é de sentir vergonha alheia. Não vale nem o
troféu Framboesa, no máximo um butiá. Estragado.
- Outra xaropice no rádio do RS (imagino que em outros lugares em que a
Record tenha espaço, o fenômeno se repete) são as chamadas para a
minissérie “José no Egito”, que tenta dar a uma história bíblica,
religiosa, contornos de novela mexicana. Coisas do tipo: “..conseguirá o
amor de José e Azenate superar a separação?”. Aí a Globo, mesmo com o
texto debiloide da Glória Perez, continua dando de relho nas produções
da Record e os bispos não sabem porque!
- Por falar em novela, comecei a assistir no final de semana, com
minhas irmãs mais velhas (que eu, carinhosamente, chamo de “cajazeiras”)
o DVD com os capítulos da novela “O Bem Amado”, levada ao ar em 1973. E
aí a conclusão é evidente: quem nasceu para Silvio de Abreu, nunca
chegará a Dias Gomes. Além de matar a saudade, e a curiosidade, sobre
atores e personagens históricos da tevê brasileira, é um belo de um
passatempo assistir a uma produção do tempo em que tudo era mais
ingênuo. Até o político safado da época, Odorico Paraguassú, parece um
escoteiro perto dos nossos políticos de hoje. E o pistoleiro Zeca Diabo,
hoje, não assusta nem criança de berçário. Baita novela. Vale a pena
comprar o DVD ou pedir emprestado a um amigo e assistir.
- Ouvi na “A Hora do Brasil” da última sexta-feira, dia 3, que o
deputado Raul Lima (PSD/RR) está propondo a possibilidade de jovens de
16 a 18 anos tirarem Carteira Nacional de Habilitação e poder dirigir em
todo o território nacional. Mas ai me ocorreu o seguinte: se um menor
de idade, um guri de 16 anos, por exemplo, tiver o direito a dirigir,
ele estará sujeito ao Código de Trânsito Brasileiro, no qual estão
previstos “crimes de trânsito”. Mas se a joinha é ineputável
criminalmente, como vai ser? A menos que se baixe a maioridade penal
para 16 anos, como quer a grande maioria da população brasileira. Se
não, vão continuar andando na carona dos papais, ora essa!
- Eu assino uma dessas operadoras de tevê, com canais em HD. Ao todo,
são mais de 100 canais. E ai, às vezes, eu fico com tendinite de tanto
rolar pra lá pra cá o controle remoto, buscando alguma coisa
interessante pra assistir. Se me fosse dada a possibilidade de comprar e
pagar a la carte somente os canais que me interessam, não passariam de
dez. Ai eu pago um monte de porcaria ou coisas que não me interessam e
que só sabem encher lingüiça. Quando será que vamos chegar à
civilização?
FONTE: AdOnline
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