Parece que a publicidade voltou a proporcionar questionamentos e
desafios para a sua fiel audiência. Tendo em vista a ótima sensação de
“ser humano” que as redes sociais conseguem propiciar através de
compartilhamentos de ações humanitárias e similares, a agência DDB
Stockholm resolveu pensar fora da caixa e provocar uma situação de
“risco real” – para os possíveis e corajosos participantes –
desenvolvendo uma ação muito interessante para as Forças Armadas da
Suécia, bem no centro de Estocolmo.
O objetivo inicial da ação era obter o maior número possível de
candidatos para as disponíveis posições de alistamento nas Forças
Armadas da Suécia. Mas, para fugir do lugar-comum, os profissionais
apostaram na construção de uma caixa gigante, onde os participantes –
para provar sua própria coragem e fé no próximo – acabavam se
auto-aprisionando na “cela”, na expectativa/esperança de que alguém,
também por conta própria, viesse substitui-lo na situação, trocando seu
aprisionamento pela liberdade do próximo.
O que aconteceu com o confinado foi transmitido em tempo real por um
outdoor próximo do local da caixa e também nas redes sociais. Com o
provocativo apelo “Who cares?” – “Quem se importa?” – a campanha apostou
no fator humano da delicada situação ali montada. Afinal, você trocaria
sua liberdade pela liberdade de um desconhecido?
Veja o vídeo case da ação:
http://www.youtube.com/watch?v=ax9kCCwTLGo&feature=player_embedded
Os resultados foram totalmente acima do esperado, o que, de fato, chega
a surpreender. Afinal, não foi por compartilhamento, like, retweet ou
qualquer outro sistema utilizado para quantificar “atitudes” que a
“caixa” teve esta alta rotatividade de participantes e, sim, pelo
“sacrifício” da liberdade de alguns em prol do confinamento de outros.
Tendo em vista que nos tempos de hoje, onde cada vez mais nos perdemos
na superficialidade de importantes questões e nos resumimos apenas como
geradores de views, likes e scrolls pela web sem, de fato, nos
dedicarmos em soluções para alguns problemas, eu questiono você – leitor
– se conseguiria ter uma atitude como a apresentada acima, de abrir mão
da sua liberdade a espera de que alguém tomasse o seu lugar. Chega a
parecer estranha tal questão, não é mesmo? Afinal, no Facebook todo
mundo “curte o Greenpeace” para demonstrar preocupação, relevância e
atitude em relação a sustentabilidade do planeta, enquanto na vida
real, durante sua liberdade “não-assistida/registrada”, continua a
tratar o mundo como um cinzeiro. Será que ainda temos de evoluir o
entendimento de que aparências não sustentam e/ou potencializam grandes
mudanças? Se queremos – de fato – alterar alguma coisa, eis que a melhor
opção é, em sua maioria das vezes, desligar o computador, “levantar do
sofá” e se dar ao trabalho de algo, seja “arriscar a sua liberdade” por
algumas horas dentro de uma caixa no centro de Estocolmo ou de fato
estar presente em uma grande manifestação que você confirmou on-line,
não acha?
A pergunta que fica é: você vai além do retweet e do compartilhar para
ajudar – de fato – a quem precisa? Ou estes cliques são suficientes pra
proporcionar a sensação de “fiz a minha parte, mundo”?
Com informações do site Comunicadores.
FONTE: Acontecendo Aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário