Por Janaina Langsdorff
O Projeto de Lei
4.571/08, do Senado, é uma das alternativas discutidas atualmente para
fechar o cerco aos mandos e desmandos da meia-entrada. Aprovada no
último dia 14 de novembro pela Comissão de Educação e Cultura (CEC) da
Câmara dos Deputados, a proposta relatada pela deputada Jandira Feghali
(PCdoB-RJ) limita a concessão de meia-entrada a 40% do total de
ingressos. O texto exige também que as produtoras dos eventos tornem
público o número total de ingressos colocados à venda, assim como a
quantidade correspondente para os usuários da meia-entrada, avisando de
maneira explícita o esgotamento desta carga específica de tíquetes.
Os
empresários do setor prometem se unir para criar duas entidades
representativas, uma voltada para as produtoras de shows e musicais e
outra com a missão de defender os interessas das empresas que
comercializam as entradas. A movimentação acontece no momento em que os
principais players do segmento assistem os seus resultados caírem em
cena. A Time For Fun (T4F), líder do mercado, acumula uma queda no valor
das suas ações, que, de R$ 17, no último mês de setembro, passaram a
valer R$ 10, em novembro - uma das mais fortes desvalorizações do ano na
Bolsa de Valores de São Paulo.
A empresa também coleciona
problemas com o Procon. Nos últimos dez anos, as autuações expedidas
pelo órgão já somam mais de quatro milhões de reais. As irregularidades
envolvem desde a falta de meia-entrada e de informações sobre a
quantidade de ingressos disponíveis para pré-venda até a cobrança da
taxa de conveniência. O debate inflamado pela meia-entrada apresenta a
oportunidade do setor ensaiar novas estratégias, uma vez que não só
cresceu o número de empresas - entre elas a XYZ Live, de Nizan Guanaes, a
IMX, de Eike Batista, e a Geo Eventos, da Rede Globo - como também o
volume de shows repetidos, o que torna ainda mais seletiva a decisão de
comprar ingressos caros.
O PL nº 4.571/08 ser[a eficaz para
reduzir os preços dos ingressos dos shows e moralizar a questão da
meia-entrada ? Seja pela força da lei ou pela disposição conciliadora
das lideranças do setor, a discussão vale para que ninguém termine
vaiado ao farfalhar das cortinas.
FONTE: Meio e Mensagem
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