sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O fim da música de trabalho e a cauda longa do iTunes.

Por: Luiz Henrique Rosa


Peguei de ouvido na internet que o mercado fonográfico brasileiro cresceu mais de 5% de 2012 para 2011.


Sabe o que isso significa? Estamos ouvindo mais música. Até ai nada demais. Acontece que o CD, que sempre foi o grande carro-chefe do faturamento da industria, vem caindo. Pela primeira vez baixou de 50% do total (caiu de quase 60 para 43%), dvd e blu-ray também seguem em queda.Já as vendas digitais aumentam. As novas modalidades de compra de música: lojas na web, assinaturas de canais streaming e também publicidade (patrocinadora de sites de música) estão crescendo de modo ensurdecedor (83% de aumento das receitas digitais, de um ano para o outro), representando mais de 28% do total do mercado (fisico+digital).


Oito de cada dez consumidores de música online compraram suas canções através do iTunes.


iTunes store é responsável pela quase totalidade das músicas baixadas e pagas da internet brasileira. E olha que o iTunes só entrou no Brasil em dezembro de 2011, mas já existe há 10 anos.


No último trimestre de 2012, a Apple era líder absoluta com 63% do mercado, seguida pela Amazon, com apenas 22%. Inúmeros empresários do setor de serviços de subscrição já estão se habilitando pra se acomodarem por aqui, gigates como aRhapsody  que cresceu quase 14% indo para a casa US$ 241 milhões e passou de 1.5 para 1.8 milhões assinantes, sem falar no Spotify e o Pandora (ainda não presentes no Brasil).


Estes números mostram o andar da carruagem: nossos hábitos de compra estão mudando. As músicas avulsas estão disputando orelha a orelha o mercado com a venda online de discos. As pessoas estão pagando pra ter músicas específicas, tanto quanto pagavam no passado para ter um álbum completo de um determinado artista, que tinha uma ou duas músicas legal e o resto...bem.


Quem nunca ouviu - nos programas de auditório - os cantores avisarem que iriam tocar a "música de trabalho de seu novo disco" ?.


No fundo, era a música que a gravadora acreditava ser a mais main streaming do álbum e por isso investiam nela. Pagava-se - e caro - por várias músicas de segunda linha que vinham, por assim dizer, "no pacote".


Já vivemos num tempo em que músicos e compositores podem abrir mão das gravadoras e das distribuidoras tradicionais - que já formaram um cartel da música, sem as quais nada acontecia - e lançarem seus próprios álbuns ou, os menos profícuos,  podem lançar e vender suas próprias músicas direto na internet quando bem quiserem e seguirem uma verdadeira carreira solo e realmente independente. Daqui a pouco, não terão tantos entraves para ganhar dinheiro e viver da música, garantindo por meios digitais seus direitos autorais e fonográficos. Claro, que terão que contar apenas com o seu talento e, infelizmente, com a longa cauda do iTunes.


FONTE: AdOnline

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