Por: Adilson Xavier
Os números do Projeto Inter-Meios gritam. Televisão beira os 65%.
Que país do futebol que nada. O preço do ingresso nos estádios se
mantém praticamente estável, o que valoriza de verdade é a cota do
patrocínio televisivo. Os grandes clubes conseguem sustentar seus
craques graças aos direitos de transmissão, não aos torcedores nas
arquibancadas. Nem mesmo a seleção canarinho segura mais a onda, longe
de estar com aquela bola toda, segue perdendo de goleada para as equipes
que fazem da TV brasileira uma das melhores do mundo.
O
Brasil é o país que mais assiste TV no planeta por várias razões, mas
principalmente porque nossa televisão é excelente, tanto na versão
aberta quanto na paga.
Televisão
no Brasil salva a pátria, tem protagonismo político. Aqui os partidos
fazem coligações não por ideologia ou conteúdo programático, mas pra
ganhar mais tempo na TV.
Somos campeões em internet? Claro que
sim. Talvez por identificarmos na tela do computador uma outra forma de
televisão, onde se pode escrever, trocar fotos, bater papo (muitíssimas
vezes, aliás, comentando o que passa na TV), buscar informações e ver
filmes ao mesmo tempo.
Campeões em smartphones? Somos também. Quem pode resistir a essas televisõezinhas de bolso?
Brasileiro gosta de assistir, participar, zoar. Somos capazes de trazer
o enrêdo de uma novela para o dia-a-dia, e brincar com isso,
compartilhando imagens de Carminha com Max no Facebook pra ver se elas
chegam ao conhecimento do Tufão. Somos divertidos, extrovertidos,
irreverentes, contagiantes, exibidos e, antes de tudo, gregários. O povo
mais comunicativo que existe, que tem no gosto pelo coletivo sua maior
singularidade. Um povo que se fantasia do Carnaval à Corrida de São
Silvestre, e que se comporta habitualmente como os vídeos do Youtube:
caprichando em suas manifestações, pra ver se elas bombam e chegam à
glória de aparecer na TV.
FONTE: Meio e Mensagem
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