Por: João Batista Ciaco
Falar em estratégia mobile no Brasil não é modismo, é uma necessidade
vital para as grandes marcas, tal é o número de pessoas conectadas aos
seus celulares. Necessidade estratégica para marcas e social para as
pessoas. Eu sou daqueles que ainda ficam incomodados ao ver um grupo
reunido e todo mundo com os olhares vidrados em seus celulares. Mas
entendo que, de fato, ali dentro gira um mundo paralelo. E as marcas
querem estar lá também. Não é à toa que o investimento publicitário
global em mobile em 2012 cresceu mais de 100% em relação a 2011 (Fonte:
eMarketer). E vai continuar a crescer. Segundo dados da Nielsen, 57% da
população brasileira têm celulares com conexão à web. Não podemos fechar
os olhos a isso. Mas o quanto estamos preparados para a comunicação
mobile?
Aí me vem à cabeça a questão da conectividade. Vejo
com bons olhos alguns passos dados no país para melhorar a nossa
infraestrutura seja em tecnologia, telefonia e outros setores que tornam
a comunicação mobile viável.
É no mínimo inspirador ler nos
jornais que finalmente um projeto de democratização do acesso à internet
vai sair do papel, por meio de redes públicas de wifi grátis instaladas
na cidade. É claro que, até lá, vai existir um embate entre interesses
públicos e privados. Do entendimento desses dois lados depende o bem
coletivo do qual estamos falando.
Enquanto isso não acontece,
iniciativas como a da Coca-Cola, em parceria com a Oi, vêm a calhar. As
marcas se uniram para oferecer wifi gratuitamente em alguns
estabelecimentos comerciais e, assim, um gap da conectividade no Brasil
vira inspiração para uma ação de marketing. Um trabalho que vai além do
produto e foca em um estilo de vida. Ponto para eles. Já a Nestlé foi
contra todo esse movimento e criou uma área totalmente sem wifi, em
Amsterdam. O objetivo ali era bem claro: fazer as pessoas se
desconectarem por alguns instantes. Sendo a favor ou não, as marcas já
se renderam ao tema da conectividade.
Mas que isso não valha de
muleta para que as iniciativas públicas eximam-se da responsabilidade
na cidade. Acredito sim em propostas conjuntas para fazer acontecer, mas
que cada um não esqueça de realizar - e bem - o seu papel.
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