segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Marketing digital e crédito são temas de congresso da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Especialistas mostraram a importância das redes sociais para as pequenas empresas e os entraves no acesso a financiamentos e empréstimos


A promoção do negócio nas redes sociais pode trazer boas oportunidades de posicionamento no mercado para as pequenas e as médias empresas. Esse foi um dos temas debatidos no V Congresso da Micro e Pequena Indústria, promovido ontem (14/10) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo. Para Marcelo Fernandes, gerente de marketing corporativo da Intel, “o usuário vê a exposição da marca na internet, e não quantos funcionários a empresa têm”.


Como mais de 80% das pequenas e médias empresas não possuem cadastro em nenhuma rede social, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo realizada neste ano, ampliar o uso desses meios de comunicação é um dos principais desafios dos empreendimentos desses portes. Para Sérgio Tauhata Ynemine, editor-assistente da Pequenas Empresas & Grandes Negócios e um dos debatedores do evento, o melhor uso dessas ferramentas não é apenas divulgação de produtos e serviços. “É também a busca por um canal de conversa com o cliente, que deseja ser menos passivo e cada vez mais ativo”, afirmou.

Wagner Fountoura, estrategista de redes sociais, ressaltou que alguns cuidados são necessários para o desenvolvimento de estratégias em relação às redes sociais. Um erro muito comum entre as empresas é pensar que esse tipo de recurso é mais barato do que a divulgação em outras mídias tradicionais. “Se essas ferramentas on-line não são bem utilizadas, o preço pode sair alto para o empreendedor”, disse. A administração das campanhas e ações na internet deve ser feita por funcionários treinados para isso, levando até à criação de equipes ou departamentos com foco exclusivo nas mídias sociais.


O evento na Fiesp abordou também o acesso ao crédito para as pequenas empresas. Clênio Teribele, diretor de micro e pequenas empresas do Banco do Brasil, destacou a dificuldade que esses negócios enfrentam para apresentar garantias na contratação de empréstimos ou financiamentos, impasse que atrapalha o crescimento das empresas. Teribele enfatizou a importância do uso de um fundo garantidor, como o Fundo de Garantia de Operações (FGO), para diminuir o risco desses empreendimentos e, assim, baixar os juros.


Na análise de Octávio de Lazari Júnior, diretor departamental de empréstimos e financiamentos do Bradesco, os produtos de crédito e financiamento são, atualmente, semelhantes às commodities: quase todos os bancos oferecem as mesmas opções. “O que diferencia um do outro é eficiência na tecnologia da informação, como liberação rápida da operação, e gestão de pessoas, com atendimento ágil, rápido e cortez”.


No encerramento do congresso, Paulo Francini, diretor titular do Departamento de Economia da Fiesp, destacou a importância dos negócios de micro, pequeno e médio portes, que representam 40% dos empregos de toda a indústria paulista. Em 2010, o desempenho do setor foi considerado positivo, principalmente em razão do aquecimento do mercado. Esse é um dos motivos para uma boa expectativa em 2011. Porém, destacou Francini, o setor externo ainda é uma preocupação, com a situação desfavorável do câmbio, com a desvalorização do real, e o baixo volume de exportações, que precisa aumentar.
 
Pequenas Empresas Grandes Negócios
Por Andressa Trindade

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