segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Especialista dá dicas de como fazer com que os usuários das redes sociais ajudem a melhorar o marketing de sua empresa

Andrea Harrison, responsável pela divisão de social influence marketing da agência Razorfish, deu palestra sobre como utilizar e medir as reações e interações com usuários de redes sociais para melhorar o marketing da empresa
Por Rafael Farias Teixeira de Pequenas Empresas Grandes Negócios
Em tempos de internet ao alcance de (quase) todos, impossível controlar - e mais ainda impedir - que qualquer um fale o que bem entende de uma marca - seja para o bem ou para o mal. Sem falar dos vídeos postados na rede. "Os vídeos tornaram tudo ainda pior”, disse Andrea Harrison, vice-presidente da agência de marketing Razorfish, logo no começo da sua apresentação sobre social influence marketing (SIM) no segundo e último dia (19) da Digital Age 2.0, conferência internacional sobre comunicação e marketing na era digital.


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Levantamento aponta que 55% dos usuários do Facebook “curtem” alguma empresa O SIM é um conceito relativamente recente e significa empregar mídias sociais e seus membros influentes para alcançar os objetivos de marketing de uma empresa. Segundo definição do relatório Fluent sobre o tema, elaborado pela própria Razorfish, “SIM é reconhecer que seu consumidor em potencial, ao fazer uma compra, está fazendo isso influenciado por diferentes círculos de pessoas, por conversas com elas, tanto on-line quanto no mundo real. Não é suficiente fazer marketing apenas com o consumidor; é preciso também fazê-lo com todos os influenciadores sociais desse indivíduo.” Isso significa que a empresa precisa participar ativamente das redes sociais, interagindo não só com seus consumidores, mas com os amigos desses consumidores e os amigos deles também. E mais importante que isso, é necessário mensurar todas as ações, campanhas e atividades feitas nas redes sociais, para saber quais delas são mais efetivas. “Eu tenho uma birra forte com quem acha que não podemos mensurar o que se faz nas redes sociais”, afirma Andrea.

Para verificar os resultados das ações 2.0 é preciso considerar todos os comentários dos usuários, número de cliques, tempo de permanência, entre outros. Todos esses dados, quando analisados, podem gerar novas campanhas com maior chance de sucesso. “Hoje em dia você precisa ‘tagear’ todos os seus links, enquetes e vídeos, para saber exatamente o que o seu consumidor está pensando ou querendo de sua marca.” Por "tagear" entende-se usar códigos de HTML que monitoram essas atividades.

Em sua palestra, Andrea ainda comentou sobre a importância de ouvir o que o cliente tem a dizer nas redes sociais e usar isso para ter novas ideias. Na evolução do marketing, explica, as empresas começaram abominando – e até proibindo – o conteúdo produzido pelos consumidores. Depois, passaram a interagir e conversar com eles, para agora usar todos esses dados a seu favor e transformá-los nos valiosos “insights”.

Para exemplificar, a especialista citou a Starbucks, que criou o site My Starbucks Idea, um espaço para reclamações e discussões dos clientes da marca. Muitas das sugestões feitas pelos usuários acabaram virando produtos e serviços da rede.

As pequenas empresas tem mais facilidade para fazer o “social influence marketing”, já que têm um número menor de consumidores?
Eu não sei se é mais fácil ou se dá o mesmo trabalho que nas grandes empresas, mas com certeza é mais efetivo. O que observamos com frequência é a habilidade dessas empresas de fazerem com que seus clientes falem uns com os outros. Além disso, mantendo uma relação saudável com seus consumidores pelas redes sociais, essas empresas fazem com que os clientes acabem se ajudando, fornecendo informações e tirando dúvidas. E isso é uma forma bastante barata de fazer marketing.

Medir a qualidade das ações de marketing nas redes sociais é importante para fazer novas campanhas com mais sucesso. Analisar todos esses dados, no entando, não é algo muito dispendioso?
Com certeza é um investimento alto. Mas para as empresas que já analisam as visitas de seus sites fica mais fácil mensurar o sucesso de determinadas campanhas publicitárias e a reação do público. Aquelas que não têm um sistema de métricas podem recorrer a diversas ferramentas disponíveis online que oferecem esse tipo de serviço. O site Tap 11, por exemplo, analisa como suas mensagens no Twitter estão sendo propagadas e quão influentes são os seus seguidores . E tudo por um preço mais acessível. Existem diversas novas empresas que estão desenvolvendo essas ferramentas de análise de dados com um custo-benefício muito bom.

Aparentemente muitas startups têm se aventurado nesse mercado de marketing digital e mídias sociais. Você acha que isso está ocorrendo porque os empresários conhecem bem esse novo universo ou por que o mercado ainda é novo e cheio de oportunidades?
Acho que é uma combinação de tudo. Muitas das pessoas que vivem nesse universo são muito empreendedoras. Então você vê esses jovens que acabam de sair da faculdade ou estão trabalhando em uma grande empresa e têm uma grande ideia que pode mudar o jeito com entendemos a web. Eles têm habilidade de sair e criar algo novo. E isso é um produto da geração também. Temos sorte desse universo da web social ser algo novo, e, portanto, haver um mercado cheio de oportunidades e ainda termos uma geração que nasceu conectada com esse tipo de tecnologia.

Qual seria o melhor passo para começar a fazer SIM em uma empresa?
Primeiro eu analisaria o que está sendo feito em seu projeto de marketing digital, quais são seus objetivos e como estão investindo nisso. A empresa tem um site? Está fazendo vendas on-line? É preciso entender qual é a essência do negócio on-line e o que está sendo feito para promovê-lo. Depois disso faria um exercício de escuta, observando o que meus consumidores/clientes estão falando sobre a marca, sobre nossos competidores. E essa pesquisa pode ajudar a ter insights. Depois que você entende o que os clientes querem, pode voltar às suas ações de marketing digital.

E qual seria um grande erro nesse processo?
Um dos maiores erros é que as pessoas não estabelecem metas específicas no começo. Por exemplo, um cliente que chega para mim e diz, “Eu quero uma página no Facebook”. E eu pergunto, por que você precisa disso? “Porque meus concorrentes têm páginas no Facebook. Minha mãe tem uma página no Facebook. Então eu preciso de uma também.” E aí você vai, monta a página, faz algumas interações e some. Isso não é uma estratégia de social influence. Antes de começar você precisa saber o porquê, o que você quer alcançar – é um número específico de fãs, aumentar as visitas do meu site – e o que fazer com ela – associar à uma campanha, promover eventos. E depois disso planejar como você vai manter essa estratégia depois do lançamento. Não é como um site, que você inaugura e pronto. Você precisa estar lá todos os dias, sabendo como interagir. Outra decisão terrível é não se engajar com seus consumidores, o que invalida o propósito de participar de uma rede social.

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