segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Empresários mantêm otimismo e preveem expansão da economia

Os indicadores econômicos divulgados na última quarta-feira (28) detectam uma queda na atividade industrial. Segundo a Sondagem Industrial, da CNI, o indicador de produção recuou para 51,8 pontos e o de emprego caiu para 54,6 pontos. A utilização efetiva da capacidade instalada em relação ao usual ficou em 48,4 pontos e os estoques se mantiveram dentro dos níveis planejados pelos empresários.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas reduziu-se em 1,5% entre junho e julho de 2010, passando de 115,3 para 113,6 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal.
O Indicador de Nível de Atividade (INA), da Fiesp/Ciesp, acusou em junho queda de 0,6%, já livre de influência sazonal, quebrando uma sequência de 15 meses em alta.
Em que pese a queda na atividade detectada nas três pesquisas, os empresários se mantêm otimistas. Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp, não há motivos para enxergar o resultado como um fator negativo na economia.
“Houve uma interrupção na trajetória de ascensão, mas não vemos motivos para uma inversão de tendência. É uma acomodação que talvez dure três meses, no entanto, a partir de agosto devemos recuperar a inclinação para o crescimento continuado da atividade”, avaliou Francini.
Conforme Francini, a redução pontual ocorrida em junho está mais ligada a um período de “ressaca”, com o fim dos benefícios tributários concedidos a alguns setores produtivos, como o de automóveis e a linha branca de eletrodomésticos. O diretor de Economia explicou que a acomodação nos meses seguintes é uma contrapartida da antecipação de compras provocada com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Outro fator é o que Francini chamou de “efeito Copa do Mundo” - os jogos do Brasil, que ocuparam três dias úteis do mês de junho, tiveram influência na baixa de 0,2% nas horas trabalhadas na produção. O total de vendas reais foi outra variável que caiu no mês (-1,9%).
“É um efeito difícil de ser mensurado, mas de alguma maneira existe. Certamente o índice (INA) ficaria mais próximo do zero não fosse ele”, assegurou. A Fiesp não mudou suas projeções para os índices econômicos, e segue apostando em um crescimento de dois dígitos para a atividade da indústria paulista em 2010, acima de 11%.
Na avaliação da CNI, o fato de o desempenho registrado no primeiro trimestre não ter se mantudo no segundo, é resultado do fim da redução temporária de impostos adotada pelo governo para estimular o consumo e reduzir o impacto da crise financeira internacional na economia brasileira. Os incentivos fiscais, adotados no final de 2008 e extintos no início deste ano, favoreceram a compra de produtos como automóveis, eletrodomésticos e móveis.
De acordo com a Sondagem Industrial, embora em ritmo mais moderado que o do primeiro trimestre deste ano, a atividade industrial deve continuar crescendo. “Os empresários continuam otimistas em relação aos próximos seis meses e esperam a manutenção do crescimento da demanda, das exportações e das compras de matérias-primas”, afirma a pesquisa.
A pesquisa da FGV, no quesito que mede as expectativas em relação ao ambiente dos negócios nos seis meses também apresentou evolução favorável. Das 1.147 empresas consultadas, 54,7% esperam melhora da situação dos negócios no semestre julho-dezembro. Em junho, este percentual havia sido de 54,8%.

Ipesi Digital
30/7/10

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