quinta-feira, 23 de julho de 2009

Como reagir aos tempos de crise?

O empresário Pedro de Assis, do Rio de Janeiro, enviou uma dúvida que foi respondida por nosso analista e pelos leitoresEduardo Bom Angelo*
Sou dono de uma retífica de motores há mais de 15 anos. Ao longo desse tempo, cresço significativamente sem contar com a ajuda de uma consultoria ou de serviços especializados na área de finanças. Mas, em meio à crise econômica, percebi que a saúde financeira da empresa não é tão boa como eu imaginava. Minha rentabilidade vem caindo mês a mês, o que tem exigido cortes drásticos nos gastos. O que devo fazer com a área financeira no meio da crise?

* EDUARDO BOM ANGELO*, 52 anos, é titular da cadeira de empreendedorismo do Ibmec de São Paulo e autor do livro Empreendedor Corporativo
ESPECIALISTA
Pedro, esta é a primeira pergunta que a coluna recebe relacionada à crise financeira, cujos impactos não têm sido lineares nos vários setores da economia. Sua questão poderá ajudar muitos empresários que, como você, estão sendo atingidos pelas mudanças de mercado.
No idioma chinês a palavra crise tem dois ideogramas, que significam perigo e oportunidade. Enfrentar uma crise requer entendimento do ambiente de negócios, preparo para compreendê-la e ações para reagir. Pois bem: na prática, como fazer?
Nem sempre é simples, mas uma primeira reflexão leva a crer que, para sair de uma crise, é preciso mudar. No entanto, muitos empresários acreditam que, se o seu negócio funcionou bem até aquele momento, vão conseguir passar pela crise sem grandes alterações. Aí é que mora o perigo. Os períodos de turbulência e volatilidade econômica servem, entre outras coisas, justamente para questionar tudo o que você pensa conhecer e dominar tão bem. Basta ler os jornais para comprovar que grandes empresas embarcaram na ilusão de repetir o passado imaginando que iriam obter resultados diferentes. A lista dos que quebraram recentemente é forte evidência de que essa fórmula não funciona. Mudar é preciso, porém, com metodologia e ordem.
A pergunta que segue é: por onde começar a mudar? Um bom passo inicial é reavaliar seu plano de negócios. Se você nunca se preocupou em fazê-lo, agora é oportuno e necessário. O site do Sebrae dispõe dessa e de outras ferramentas úteis de avaliação. O mais importante é verificar qual a situação da empresa hoje e para onde o negócio pode e quer ir. Quais são seus objetivos neste novo cenário e o que a sua empresa pode oferecer a seus clientes para se diferenciar? As respostas constituirão um plano de curto e médio prazo. O ponto focal é como sobreviver com solidez aproveitando as eventuais oportunidades.
Todo este raciocínio, Pedro, é para lhe dizer que não basta olhar para a área financeira e reduzir custos. Essa pode ser uma estratégia ou medida paliativa, mas a saída definitiva é pensar diferente e fazer mais e melhor com menos. Buscar eficiência, pois. Esse é um conceito-chave para competir. Nossa Pequenas Empresas & Grandes Negócios está repleta de casos, ensinamentos e exemplos de como pensar sistemicamente e mudar para vencer. Aproveite!

Pequenas Empresas Grandes Negócios – 23/07/09

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