segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O Brasil, ainda um gigante adormecido

Profissionais concordam que a era da colaboração chegou, mas questionam o despreparo do País para lidar com as transformações


Hugo Rodrigues, da Publicis: “Marcas não dizem o que o consumidor quer ouvir
Hugo Rodrigues, da Publicis: “Marcas não dizem o que o consumidor quer ouvir Crédito: Gustavo Scatena

A tecnologia bagunçou a vida do marketing. Antes, bastava um plano de mídia encabeçado por um filme de 30”. Hoje, esse mesmo comercial é só mais uma ferramenta na complexa busca das marcas para engajar e se relacionar com o seu público. Ao dar voz ao consumidor, as redes sociais obrigaram as empresas a ouvir o que o consumidor tem a dizer, transformando de forma irreversível o trabalho de construção das marcas em todo o mundo. Mas de acordo com os participantes do segundo debate do MaxiMídia 2012, o Brasil ainda não está preparado para lidar com as mudanças provocadas pela “The Relationship Era”, tema do debate proposto pelo evento na manhã desta terça-feira 02.
“As marcas insistem em dizer o que elas querem e não o que o consumidor quer. O Brasil é um País que não sabe ouvir com atenção”, alerta Hugo Rodrigues, da Publicis. Para Gustavo Diament, da Nextel, o mercado não soube acompanhar e se adaptar à nova realidade. “Não mudamos nada. Mas tudo está mudando. A mídia de massa sozinha é cada vez mais ineficiente para atingir os objetivos traçados”, afirma o executivo, que tem a sua análise compartilhada também por Luiz Fernando Vieira, da Africa. “Quantas vezes recebemos mensagens que realmente nos interessam ?”, questiona ele. Já Ken Fujioka, da Loducca, arremata a unanimidade entre as opiniões lembrando que “menos de 1% dos usuários realmente participam da dinâmica das redes sociais”.
Despreparado, o Brasil derrapa, por exemplo, ao valorizar excessivamente a busca por amigos no Facebook. “A empresa com o maior número de fãs do mundo se construiu respeitando o consumidor, baseado do feeling de um gênio, Steve Jobs, e sem precisar usar os artifícios das fanpages para ter um milhão de amigos”, resume Vieira, referindo-se à Apple, hoje considerada a empresa de tecnologia mais valiosa do mundo. Autenticidade, reputação e confiança. Esses foram os três principais fatores levantados durante a discussão, que ainda precisam de um melhor entendimento dos profissionais de comunicação e marketing para realmente inserir o Brasil na era da colaboração.

FONTE: Meio e Mensagem

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