quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Discriminação politica

Por: Tadeu Viapiana

Outro dia saiu uma notícia nos jornais informando que o governo federal pretende fazer da cidade de São Paulo o campo de teste dos novos programas sociais da União. Foi anunciado também que o governo federal repassaria R$ 1 bilhão de reais para a cidade. Um dinheirão.
Se a intenção se tornar realidade, estaremos diante de uma discriminação política inaceitável.
Não é preciso dizer que o governo federal é de todos os brasileiros, de todos os estados e de todas as cidades. Por que então escolher uma cidade especifica para ser a “queridinha”?  
O fato do prefeito Haddad ser do PT não autoriza o tratamento diferenciado. Muitas cidades brasileiras enfrentam os mesmos problemas de São Paulo; algumas, até piores, como é o caso de várias cidades do nordeste.
Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, temos também imensas carências em várias áreas. Em rodovias, aeroportos, na saúde, na educação (não conseguimos sequer pagar o piso salarial dos professores) e nossos presídios são verdadeiras masmorras.  O governador, nem de longe, tem a atenção que o Haddad está recebendo do poder central. Aliás, nem a atenção nem o dinheiro.
Será que para o governo federal os paulistanos valem mais do que os gaúchos, os mineiros, os baianos, os pernambucanos?
Se quiser alçar voos mais altos, Haddad precisa mostrar competência técnica e política. Não pode se escorar no “compadrismo” e no privilégio político.
Aliás, o governo federal deve outra explicação aos municípios. Em 2012, as prefeituras municipais de todo o país deixaram de receber R$ 425 milhões de reais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).   
A tunga resultou da isenção do IPI para a compra de carros e outros bens que reduziram a receita do imposto em R$ 1,7 bilhão. Desse total, 25% deveria ir para o FPM e repassado aos municípios.
Ao conceder as isenções, o governo federal reduz o dinheiro dos municípios e, o mais grave, tira dinheiro da saúde. Ocorre que 25% do que cada município recebe deve ser aplicado neste setor. Se recebe menos, o prefeito aplica menos.
Ou seja, o governo federal prefere vender carros do que melhorar a saúde dos brasileiros.
Quando a gente lê essas coisas, é inevitável pensar que o Brasil não tem jeito mesmo.

FONTE: Multifoco

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